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Ouro!

por cheia, em 16.10.23

A chuva

O verão já ia longo

Não queria dar lugar ao outono

O vento acordou do sono

Trouxe a chuva ao ombro

Que há muito tinha adormecido

Que não deu por estar atrasada

Costumava chegar pelo quinze de agosto

Este ano chegou um mês atrasada

Depois, ainda, tirou mais um mês de férias

Espero que não queira, agora, chover tudo de uma vez

Ainda temos mais meio mês de outubro

E meses sem fim, que gostam de ser lavados

Mas com água suave, para os massajar

Sem pressas, nem vagares, na medida certa

Para que a possamos apreciar, guardar, admirar

Sem ela não há vida, mas também tem tirado muitas vidas

Temos de atribuir à água mais valor

Não podemos continuar a desperdiça-la como se não valesse nada

Se lhe atribuirmos o valor do ouro

Será mais difícil estragá-la

Talvez, até faça com que passemos a poupá-la

Cai do céu, mas nem sempre

E, nós todos os dias a utilizamos

Sem ela não há vida!

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 07:54

A vida

por cheia, em 19.06.23

O valor da vida

 

Nascer, numa terra pobre

Sempre em guerra civil

Confrontos entre religiões

Todos os dias confusões

Disputas por botões de marfim ou cetim

A incerteza das expectativas

A fome, o choro dos filhos a pedirem pão

A tristeza de ver a morte, todos os dias

Fez com que procurássemos onde fosse possível viver

Tantos quilómetros para percorrer

Um mar largo e fundo

Uma traineira sem lotação

Transformada num enorme caixão

Mulheres e crianças fechadas no porão

Os que nos podiam dar a mão

Deram-nos um empurrão

Choraram lágrimas de crocodilo

Decretaram dias de luto

Como se isso ressuscitasse mais de meio milhar de vidas

Há vidas que não têm valor nenhum

Enquanto outras têm o valor da vida

Ninguém se indignou

Fosse outra, ainda que só uma, a vida perdida

Toda a Europa, ou todo o mundo, se teria indignado

É tão triste nascer no sítio errado!

Por todos ser escorraçado

Não esperávamos que fossemos desejados

Mas que, ao menos, fossemos tolerados

Só queríamos viver!

Dar aos nossos filhos: pão, paz, educação, habitação

Mas, quis a má sorte que encontrássemos a morte

E o fundo do mar, como caixão

 

José Silva Costa 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:00

Cravos Vermelhos

por cheia, em 24.04.23

Liberdade!

Naquela radiosa e inesquecível madrugada o mundo floriu

Os portugueses, finalmente, conquistaram a Liberdade e o seu império caiu

O Movimento das Forças Armadas pôs fim a uma guerra de 13 anos

E, a uma ditadura de quase meio-século, que tanto os povos molestou

Que custaram muitas vidas, muitos estropiados, muita miséria e dor a todos os povos envolvidos

Foi uma Revolução recebida com muita alegria e muito festejada em todo o lado

E não era caso para menos, foi um farol para a Liberdade e, para alguns povos, um passo para a dignidade

Um acontecimento à escala mundial, cuja bandeira é um cravo vermelho

Uma Senhora, vendedeira de flores, teve a feliz inspiração de colocar um cravo vermelho no tapa-chamas de uma G3, que um soldado empunhava

Pode dizer-se que foi como que um pedido para que não utilizassem as armas

E tinha tanta razão, já tínhamos utilizado as armas durante tempo demasiado!

Todos os minutos que consigamos viver, com armas caladas, são minutos de grandes vitórias

Os que precisam da força das armas para atacarem os outros, sãos os que não têm a força da razão

Não foi assim tão fácil, depois dos cravos e das rosas vieram os espinhos!

Foi um parto difícil, ao longo de mais de um ano, mas deu ao Mundo meia dúzia de novos países

Que, depois de cinco séculos de colonização conseguiram a libertação

Nunca mais assistiremos a um primeiro de Maio como o de 1974

Uma festa para todos, ainda não tinha chegado sectarismo dos Partidos

As ruas e as praças de Lisboa foram pequenas, para acolherem tanta gente

Havia uma alegria radiante estampada nas rugas da martirizada gente

Não deixem que este dia caia no esquecimento, porque isso seria uma grande injustiça para quem deu a vida para que tenhamos Liberdade

Muitas e muitos pagaram com a vida, por terem desafiado o ditador, que tinha como braço armado a PIDE, capaz de toda a violência e de todo o terror.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Mulher!

por cheia, em 08.03.21

Dia Internacional da Mulher (2021)

 

Mulheres, flores, amores, delicados perfumes

Mães, amores, flores, delicados furores

Companheiras, canseiras, delicadas amantes

Parceiras fora e dentro de casa

São flores

São amores

São tudo!

São ar

São fogo

São perfume

São raio de luz!

São mulheres

São mães

São futuro

São tudo!

São quem gera a vida

São quem dá colo

São quem muda a era

São braços em esfera

São lábios à espera de alguém

São tudo o que mais ninguém é!

São o sonho invisível da luz

São o pão, o sal e a cruz

São tudo o que, na Terra, reluz.

José  Siva Costa

 

 

 

 

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publicado às 08:00

As guerras

por cheia, em 04.03.20

Terra Materna

No amanhecer de um dia

Quando sol ainda dormia

Tanta gente morria

Por tanta tirania

Que a ambição incendeia

A guerra é a face feia

Que nos rouba o Sol

Que nos rouba a vida

Que nos faz migrar

Quem pode não gritar!

Quando, aos filhos, não sabemos explicar

Por que razão a nossa terra temos de abandonar

Fugir sem saber para onde

Porque ninguém nos quer

A não ser para moeda de troca

Põem-nos em campos de concentração

À espera da ocasião

De nos atirarem contra outra nação

Que não aceite a reivindicação

Homens, mulheres e crianças são armas de arremesso

Dos senhores que se julgam donos dos Povos

Os ditadores de que muitos gostam!

Porque lhes prometem tudo, sem faltar o orgulho

Como se isso fosse possível!

Foi e será, sempre, assim que os ditadores conquistam o voto

Para difundirem o ódio e lhes estimular o orgulho

E, de seguida implantam uma ditadura.

 

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 18:31

Frio!

por cheia, em 27.01.20

Frio!

No vazio do frio

A lua sorriu

Unimos os nossos corpos

Galgamos os sótãos

Acasalámos os sonhos

Aquecemos o futuro

Na ilusão de uma lareira

Sentados numa cadeira

Dormimos a noite inteira

Como se estivéssemos nas asas do vento

Tudo tão calmo, reconfortante, suave

Os nossos corpos estavam leves como penas

Rodopiamos no espaço como se fossemos pássaros

Foi um sonho, só podia ser!

Para acordarmos ao entardecer

Antes da noite cair

Abraçados, sempre a sorrir

Como se séculos tivessem passado

Beijamo-nos, e o encanto ficou acordado.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 18:54

Horror!

por cheia, em 24.10.19

A quem morreu por sonhar

 

A vida, pelo sonho

 

O sonho comanda a vida

Sonham com a liberdade

Respirar em liberdade

Trabalhar em liberdade

Escolher em liberdade

Viver em liberdade

Dormir em liberdade

Estudar em liberdade

Fugir da arbitrariedade

Ter personalidade

Fugir da pena de morte

Fugir da prisão perpétua

Deixar de ser, só, mais um

Poder sonhar voar

Poder decidir

Poder ir à lua

Poder dormir, livremente, na rua

Para tudo isto fazer

Só uma coisa pode acontecer

Fugir!

E, há sempre, alguém que queira ajudar

Que nos proponha, num camião, viajar

A melhor maneira de, num país livre, entrar

Quando não temos autorização, para lá estar

Mas, esqueceram-se de, o frigorífico, desligar

Todos os sonhos ficaram por realizar

Quantos sonhos acabaram por matar!

Mas, os sonhos nunca vão acabar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 22:26

Mulher

por cheia, em 06.03.19

Mulher

À Natureza, foste buscar a beleza

És uma flor delicada e perfumada, mas tesa

Capaz de comandar o Mundo

Com a tua inteligência, humanidade e certeza

De que só quem tem a missão de embalar o Mundo

Pode compreender a energia de uma vida

No choro e no riso da criança parida

Quando fores mais compreendida!

Então, o Mundo terá uma nova vida

Uma ambição de amor e paz

Dentro de ti, trazes, escondida

Porque tu dás à luz a vida

A dádiva, mais valorosa, conhecida

Tu tens de ser admirada toda a vida

Tu tens sido, ao longo dos séculos, muito ofendida

Mesmo assim, tens sempre a mão estendida

Para ajudar, acarinhar, salvar uma vida

É contigo que tudo aprendemos

E quando ao fim de poucos meses

De coração desfeito em lágrimas

A outros nos, tens de entregar

Por força dos compromissos

São quase sempre, mulheres que nos continuam a embalar

Desde o momento, que dás à luz, uma vida

Nunca mais vais deixar de te preocupar com ela

Mãe, nunca esquecerei quanto sofreste, para me dares a vida!

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 18:15

Jo Cox

por cheia, em 19.06.16

Jo Cox

 

Primeiro a vida!

A única coisa que temos

Todos nascemos livres e iguais

Sem muros nem quintais

Todos somos animais

Nem todos racionais

Senão, não nos sentiríamos desiguais!

Só alguns conseguem compreender que somos todos iguais!

Ao longo dos séculos, grande tem sido a luta

Para que os que se julgam superiores

Admitam que somos todos inferiores

Senão, não haveriam tantas lutas, tantas mortes, tantas dores !

 

Só em Dezembro de 1948, em Paris, 48 Estados então representados nas Nações Unidas , aprovaram a Declaração Universal de Direitos Humanos, nenhum votou contra, 40 votaram a favor, oito abstiveram-se: os seis países comunistas, a África do Sul e a Arábia Saudita.

 

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publicado às 22:02


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