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Julho!

por cheia, em 01.07.24

Bem-vindo Julho!

 

Sonho com o verão

Com o calor de suar

Não o de perto do mar

Mas o da planície alentejana

Aquele calor que da terra emana

Que queima o ar e nos faz transpirar

Que faz a espiga de trigo aloirar

Que obriga todos os seres vivos a parar

Obrigando-os a fazerem uma sexta

A suspenderem a vida e a respiração

E, assim passam as horas de mais aflição

Com a fresca volta a bater o coração

E a vida volta à sua animação

Volta a brisa para ajudar a separar o grão da palha

Com a pá atiram-se ambos ao ar

O trigo cai na vertical, a palha, o vento quer acompanhar 

As noites são de calor tropical

As manhãs de brandura, antes do sol aquecer

Aproveitam-se para os tremoços colher

Se lhes tocarmos quando o sol queima

Aproveitam para saltarem das vagens onde foram criados

No campo ficam todos espalhados

Chega o dia da adiafa, da gratificação saborear

Dançar à volta do mastro, para os Santos Populares comemorar

Um pouco de descanso e folia, namorar até ser dia

Aproveitar enquanto a Natureza dorme a sexta

Depois voltam, novamente, os trabalhos do campo

Até que volte, no-outro-ano, o Julho, para um pouco de descanso.

José Silva Costa

 

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publicado às 07:50

Flores

por cheia, em 14.06.24

Flores vermelhas

 

Flores quentes de Junho

Amores doces de verão

Apertam o meu coração

Beijos eternos te verão

Os meus olhos rasos de comoção

Nos teus rosáceos lábios de romã

Deposito os meus desejos

Ver-te feliz são os meus ensejos

Na formosura dos teus beijos

Aqueço todo o meu corpo

Na silhueta do teu olhar

Vejo todos os meus sonhos a navegar

Minha flor, quão doce é o amor

Embalado pela tua formosura

No ar puro da tua doçura

Onde colocamos a noite segura

Com a lua esguia à mistura

A iluminar os beijos na tua cintura

De bailarina de dança do ventre

Nas mil umas noites dormidas no vento

Os bonitos sonhos foram o nosso sustento

Nos teus sedosos cabelos coloco um beijo sedento

Meu amor, minha flor, somos o fermento

Abraçados continuaremos a desafiar o momento.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 07:50

Apertos de mão

por cheia, em 17.07.23

Apertos de mão

 

 

Perfume quente de verão

O sol brilha e enche o coração

Encontros de amigos e apertos de mão

As férias são a mais bela missão

Vamos gozá-las com toda a atenção

Há sempre o perigo de uma má condução

Se não cumprirmos as regras, perdemos a razão

Ninguém devia andar em contramão

Julho quente, no sol transparente, na areia reluzente

É o mar refrescante, que atrai tanta gente

É no calor quente, que a praia se enche no crescente

Toda a alegria ajuda a aumentar a corrente, que a gente sente

E o vento é de todos o mais valente, que na brisa da tarde massaja a mente

É na hora da sexta, que o sol é mais quente e adormece as ondas do poente

É na explosão da germinação de uma semente, que o mundo fica mais quente

Cada nova vida traz a esperança de um mundo mais florescente

Se no mundo não houvessem guerras, nem fome, tudo seria tão diferente

Por que razão há tanta violência? Só pode ser por o mundo estar doente

Por todo o lado tanta morte, tanta destruição, quando há tanta falta de pão

Todo o dinheiro para a construção, não de casas, mas de canhões para as destruir

E, mesmo assim, o mundo continua, alegremente, a dançar e sorrir!

As crianças de tão assustadas, sem pais nem mães, não conseguem dormir

Parem com todas as guerras, seja em França, na Palestina, na Ucrânia ou no Sudão.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 07:41

Sonhos de verão!

por cheia, em 23.06.22

Sonhos de verão

Sonhamos com as férias, novas paisagens, novas cidades, gentes diferentes

Num encontro fraterno de beijos, abraços e apertos de mão

Há barcos parados nos cais, à espera que lhes soltem as amarras

Sonham com novos horizontes, querem as velas enfunadas pelos ventos

Os sonhos de verão são de alegria, de alguma magia, de desejos fugientes

Cada um procura lançar, ao mundo, as suas sementes

Os dias são grandes, sem espartilhos, quentes, de muito brilho

Um sonho, um desejo, um abraço, um beijo podem ser o rastilho

Para uma grande mudança, para muitos e bons passos de dança, para renovar a esperança

Até para mudar de continente, para seguir em frente, encontrar o amor, para sempre

Conhecer gente diferente, atraente, mais sol no poente, uma luz, um caminho com sentido

Um grito de liberdade, sem anos nem idade, preservar a alegria da mocidade

No verão é tempo de reflexão, de contabilizar o passado e projetar o futuro

De ler um livro maduro, ver uma peça de teatro, ver um filme e sonhar com tudo

Saborear o tempo, sem pressas nem compromissos, aproveitar a preguiça sem pensar em enguiços

A constante aceleração da maneira como gastamos o tempo, nas correrias diárias de deitar os bofes pela boca, fez com que não saibamos fazer uma pausa para meditar, para descansar completamente: “desligar da corrente”

Hoje, só procuramos mais velocidade, mais perigos e aventuras, desafios, adrenalina, torturas

Correr de um lado para o outro, na ansia de abarcar o mundo, depois, vai-se a ver e sentimos um vazio profundo

Não conseguimos contemplar o nascer do sol, o silêncio noturno na natureza, ouvir o cantar do rouxinol

Tanta coisa para absorver, que não conseguimos ver nem apreender por causa de andarmos sempre a correr

Por muito que corramos, não apertaremos todas as mãos, nem afugentaremos a solidão

Paremos para ver o que nos rodeia, a beleza da areia, onde enterramos os sonhos, quando, no verão, vamos a banhos

Temos mais um verão, para aproveitar, assim saibamos o que de melhor poderemos fazer.

José Silva Costa

 

 

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publicado às 08:00

Junho!

por cheia, em 16.06.19

Junho

O sol de Junho é diferente

Aquece-me a mente

Nasce cedo e põe-se tarde

Tem cheiro a verdade!

Já passou metade

O que é bom acaba depressa

Bebo-te de manhã à noite

Antes que arrefeças

Não creio em promessas

E, de políticos muito menos

Antes das eleições prometem tudo a todos

Mais Funcionários Públicos e aumentos

Para acomodar as raparigas e rapazes do partido

A dívida abaixo dos cem por cento do PIB

Prefiro o tempo!

Este Junho que nos levará ao Verão

Cujo calor amadurece o pão

Ver uma planície de trigo ondulante

Um rancho de ceifeiras trigueiras

A cantarem para espantar o calor

Pedirem ao aguadeiro, mais um cocharro de água

Porque o calor está insuportável

Desejando que a ceifa termine

Que chegue o dia da adiafa.

José Silva Costa

 

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publicado às 16:01


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