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Velhos
Este país não é para velhos
Bem podem, até, arranjar palavra mais suave: idoso
Que não é isso que evita que haja político manhoso
Que nas campanhas eleitorais não beije todo o idoso
Que o deixe morrer, numa maca, à porta do Hospital
Porque os serviços públicos fecharam para férias
Incluindo os Hospitais, que não se conseguem manter abertos
Devido à falta de investimento em recursos humanos e materiais
E o mais surpreendente é que isto tenha passado a ser a normalidade
E que ninguém se indigne, tenha muita ou pouca idade
As repartições das finanças só atendem com marcação
Depois de dias ao telefone, quando se consegue uma marcação
5 minutos depois, recebe-se um email a anular a marcação
As escolas passaram o ano com falta de professores e em greves
mas todos os alunos passaram de ano
Vamos continuar a ter técnicos cobiçados por os outros países?
Nada funciona, mas o país está melhor, na boca dos políticos
Agosto é o mês das férias, os políticos vão a banhos
Não querem ser incomodados
Devido ao fecho dos Hospistais, não se pode morrer, nascer ou adoecer
Como avisou o primeiro-ministro, escudado pela maioria absoluta:
“Habituem-se!”
José Silva Costa
Tanto trabalho, para tão poucos dias!
Estou de acordo com as trinta e cinco horas
Não nascemos, para, só, trabalhar
Também temos o direito de, o mundo, olhar
Por que razão só pensa em, os dividendos, aumentar?
Com as novas tecnologias, não está sempre a produção a aumentar!
Todos têm direito a um posto de trabalho
O desemprego só gera desigualdades
Quem é que não se sente inferior por não conseguir contribuir para a produtividade?
Portanto, menos horas de trabalho! Ocupação para todos
Já basta, quererem que nos reformemos aos cem anos!
A história da sustentabilidade está muito mal contada
Os jovens têm direito a sonhar com realizações, que só o trabalho lhes pode dar
Para quê, com trabalho, os velhos, matar?
Deixem-nos, ao menos, uns minutos descansar, quando já não podem andar
Ninguém cá vai ficar, mesmo que queira este e o outro mundo abarcar!
Vamos, o Planeta, ajudar, não estragando hoje, o que amanhã nos faltará
O desperdício é o nosso pior vício, com a fantasia de que isso, mostra ao outro que existo
Mais solidariedade, mais humildade, mais humanidade é o que precisamos, na realidade
Quanto mais o fosso entre ricos e pobres diminuir, mais a alegria nos vai unir
A alegria de ver mais gente feliz, faz um Mundo novo emergir
Ninguém encafuado, em muros, condomínios, arame farpado ou assustado, se sente realizado
Este pequeno e pobre espaço, de todos, por todos tem de ser bem dividido e administrado.
José Silva Costa
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