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Bem-vindo Julho!
Sonho com o verão
Com o calor de suar
Não o de perto do mar
Mas o da planície alentejana
Aquele calor que da terra emana
Que queima o ar e nos faz transpirar
Que faz a espiga de trigo aloirar
Que obriga todos os seres vivos a parar
Obrigando-os a fazerem uma sexta
A suspenderem a vida e a respiração
E, assim passam as horas de mais aflição
Com a fresca volta a bater o coração
E a vida volta à sua animação
Volta a brisa para ajudar a separar o grão da palha
Com a pá atiram-se ambos ao ar
O trigo cai na vertical, a palha, o vento quer acompanhar
As noites são de calor tropical
As manhãs de brandura, antes do sol aquecer
Aproveitam-se para os tremoços colher
Se lhes tocarmos quando o sol queima
Aproveitam para saltarem das vagens onde foram criados
No campo ficam todos espalhados
Chega o dia da adiafa, da gratificação saborear
Dançar à volta do mastro, para os Santos Populares comemorar
Um pouco de descanso e folia, namorar até ser dia
Aproveitar enquanto a Natureza dorme a sexta
Depois voltam, novamente, os trabalhos do campo
Até que volte, no-outro-ano, o Julho, para um pouco de descanso.
José Silva Costa
Coração
Oh homens sem coração!
Parem com a destruição
Das casas que, agasalho, são
Parem com as guerras
Que matam mulheres, crianças, homens e a ilusão
Não queiram ser criminosos, sem salvação!
Não semeiem horrores, que só dão dores
Semeiem campos de trigo, que dão pão
Não matem os girassóis, que são bonitas flores
Oh homens com coração!
Deem as mãos.
José Silva Costa
Ventos do Sul
Ventos do Sul, pássaros azuis
O brilho do sol nascente
És trigo, és fogo, és gente
Na planície bem quente
Papoilas lançadas ao vento
São sangue, são semente
São beijos de um sonho contente
Rubros lábios gretados do vento suão
Mãos calejadas das foices
Faces rosadas e perfumadas como flores
Trigueira ceifeira de olhos castanhos
Cabelos pretos tapados com o lenço
Corpo dorido e cansado
Sonhando com o dia da adiafa
Espigas douradas reluzentes ao sol ardente
Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente
És perfume, és esperança, és pão
Festas de mastros pelo São João
Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo
Planície dourada, bonita namorada da madrugada
Que dorme a sexta na sala de entrada
Quando a calma é demasiada.
José Silva Costa
O trigo!
Um cereal muito antigo
Originário do Egito
Cuja farinha, para além do pão, dá para fazer muita coisa gostosa
Não há ninguém que não goste de pão
Para muitos, a base da alimentação
Os políticos deitam-lhe a mão
Como arma de manipulação
Os pobres comem o pão que o diabo amassou
Mas nem esse, hoje, têm!
A guerra quer matar todos à fome
Exceto os que estiverem à distância das balas
Esses morrem mais depressa
Tudo destruído e morto, é o que interessa
Antes que a loucura arrefeça
E o homem não consiga cumprir a promessa
De acabar com a Ucrânia
Onde os campos de espigas douradas lhe fazem confusão
Não fosse o mundo livre levantar-se contra a sua ambição
E, o mundo já estaria na sua mão
Fruto da sua operação especial de libertação
É por isso que não percebe tanta ingratidão
Em vez de lhe agradecerem por tão boa ação
Decretaram proibições e sanções
Com essas ações estão a atrasar a libertação
Como é possível não gostarem de viver sob a sua dura ditadura!
Preferem viver em liberdade!
Alimentando a solidariedade para com a Ucrânia
Quando poderiam ser tão felizes sob a bota da Rússia.
José Silva Costa
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