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Julho!

por cheia, em 01.07.24

Bem-vindo Julho!

 

Sonho com o verão

Com o calor de suar

Não o de perto do mar

Mas o da planície alentejana

Aquele calor que da terra emana

Que queima o ar e nos faz transpirar

Que faz a espiga de trigo aloirar

Que obriga todos os seres vivos a parar

Obrigando-os a fazerem uma sexta

A suspenderem a vida e a respiração

E, assim passam as horas de mais aflição

Com a fresca volta a bater o coração

E a vida volta à sua animação

Volta a brisa para ajudar a separar o grão da palha

Com a pá atiram-se ambos ao ar

O trigo cai na vertical, a palha, o vento quer acompanhar 

As noites são de calor tropical

As manhãs de brandura, antes do sol aquecer

Aproveitam-se para os tremoços colher

Se lhes tocarmos quando o sol queima

Aproveitam para saltarem das vagens onde foram criados

No campo ficam todos espalhados

Chega o dia da adiafa, da gratificação saborear

Dançar à volta do mastro, para os Santos Populares comemorar

Um pouco de descanso e folia, namorar até ser dia

Aproveitar enquanto a Natureza dorme a sexta

Depois voltam, novamente, os trabalhos do campo

Até que volte, no-outro-ano, o Julho, para um pouco de descanso.

José Silva Costa

 

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publicado às 07:50

Girassóis

por cheia, em 27.02.23

  Coração

 

Oh homens sem coração!

Parem com a destruição

Das casas que, agasalho, são

Parem com as guerras

Que matam mulheres, crianças, homens e a ilusão

Não queiram ser criminosos, sem salvação!

Não semeiem horrores, que só dão dores

Semeiem campos de trigo, que dão pão

Não matem os girassóis, que são bonitas flores

Oh homens com coração!

Deem as mãos.

 

José Silva Costa

      

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publicado às 07:55

Ventos do Sul

por cheia, em 16.01.23

Ventos do Sul

 

Ventos do Sul, pássaros azuis

O brilho do sol nascente

És trigo, és fogo, és gente

Na planície bem quente

Papoilas lançadas ao vento

São sangue, são semente

São beijos de um sonho contente

Rubros lábios gretados do vento suão

Mãos calejadas das foices

Faces rosadas e perfumadas como flores

Trigueira ceifeira de olhos castanhos

Cabelos pretos tapados com o lenço

Corpo dorido e cansado

Sonhando com o dia da adiafa

Espigas douradas reluzentes ao sol ardente

Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente

És perfume, és esperança, és pão

Festas de mastros pelo São João

Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo

Planície dourada, bonita namorada da madrugada

Que dorme a sexta na sala de entrada

Quando a calma é demasiada.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 07:58

O trigo!

por cheia, em 28.07.22

O trigo!

Um cereal muito antigo

Originário do Egito

Cuja farinha, para além do pão, dá para fazer muita coisa gostosa

Não há ninguém que não goste de pão

Para muitos, a base da alimentação

Os políticos deitam-lhe a mão

Como arma de manipulação

Os pobres comem o pão que o diabo amassou

Mas nem esse, hoje, têm!

A guerra quer matar todos à fome

Exceto os que estiverem à distância das balas

Esses morrem mais depressa

Tudo destruído e morto, é o que interessa

Antes que a loucura arrefeça

E o homem não consiga cumprir a promessa

De acabar com a Ucrânia

Onde os campos de espigas douradas lhe fazem confusão

Não fosse o mundo livre levantar-se contra a sua ambição

E, o mundo já estaria na sua mão

Fruto da sua operação especial de libertação

É por isso que não percebe tanta ingratidão

Em vez de lhe agradecerem por tão boa ação

Decretaram proibições e sanções

Com essas ações estão a atrasar a libertação

Como é possível não gostarem de viver sob a sua dura ditadura!

Preferem viver em liberdade!

Alimentando a solidariedade para com a Ucrânia

Quando poderiam ser tão felizes sob a bota da Rússia.

José Silva Costa

 

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publicado às 07:58


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