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O futuro é hoje (9)
A Filomena estava de acordo com o fecho das centrais a carvão. O dia 19/11/2021 seria recordado como o dia em que a produção da eletricidade ficou mais verde
Mas, preocupava-a o futuro dos trabalhadores, ainda que o ministro tivesse dito que ia acompanhar a situação, ao que um trabalhador respondeu:” quero ver se ele me vai pagar as contas”
Mas, o futuro tem sido, sempre assim, nunca se preocupou ou preocupará com quem atropele ou atire para a berma, para ele passar. Avançou e avançará contra tudo e contra todos, sem que ninguém o consiga parar
Temos muito vento e sol, o problema é se os conseguiremos aproveitar. É muito bom utilizar energias renováveis, mas não são controláveis, como acontecia com as centrais a carvão
Há muito que aproveitamos o vento, foi muito importante na moagem de cereais e outras utilizações, mas caiu em desuso
Agora voltou, em força, para outro fim: a produção de energia elétrica, contribuindo com mais de cinquenta porcento da energia elétrica produzida em Portugal
O sol, aproveitamo-lo há menos tempo, começámos pelo aquecimento de água, e agora estamos a espalhar painéis fotovoltaicos, por todo o lado, porque a eletricidade é a energia do futuro
É um privilégio, viver nestes tempos, em que conseguimos utilizar o sol e o vento, para acabar com a muita poluição, que as cidades têm dentro
Por todo o lado e por todo o mundo, os fabricantes de automóveis e aviões estão a tentar, motores elétricos, fabricar
Novos aviões e carros elétricos vão testando, para evitar a poluição para a atmosfera
Porque o planeta não pode ficar mais tempo à espera.
A capital indiana é considerada uma das mais poluídas do mundo, com uma mistura perigosa de emissões provenientes de fábricas e veículos, além de fumo de queimadas agrícolas
Nova Deli instalou torres anti-fumo para diminuir o efeito nevoeiro provocado pela poluição
As autoridades de Nova Deli anunciaram este sábado o encerramento de escolas durante uma semana e disseram estar a considerar um "confinamento contra a poluição" para proteger os cidadãos dos elevados níveis de poluição tóxica na cidade.
"As escolas serão fechadas para que as crianças não tenham que respirar este ar poluído", disse o ministro-chefe de Nova Deli, Arvind Kejriwal.
A capital indiana é considerada uma das mais poluídas do mundo, com uma mistura perigosa de emissões provenientes de fábricas e veículos, além de fumo de queimadas agrícolas, a pairar sobre seus 20 milhões de habitantes a cada inverno.
Neste sábado, o Supremo Tribunal sugeriu impor um confinamento em Nova Deli para combater a crise da qualidade do ar. "Como vamos continuar a viver desta forma?" questionou o Supremo.
Kejriwal, o governante local, disse que o seu governo iria considerar a sugestão do tribunal após consultar as partes interessadas.
"Um confinamento devido à poluição nunca aconteceu antes. Será um passo extremo", disse o governante, que adianto ainda que as atividades de construção serão interrompidas durante quatro dias para reduzir a poluição provocada.
Os funcionários governamentais foram instruídos a trabalhar de casa e as empresas privadas também aconselhadas a optar pelo teletrabalho tanto quanto possível.
O Conselho Central de Controlo da Poluição aconselhou, na sexta-feira, as autoridades a prepararem-se "para a implementação de medidas na categoria de 'emergência'", acrescentando que a má qualidade do ar provavelmente continuará até pelo menos 18 de novembro, devido a "ventos fracos com condições calmas durante a noite"
Poluição em Nova Deli
© EPA/RAJAT GUPTA
Neste sábado, os níveis de partículas de PM 2,5 - as menores e mais prejudiciais, que podem entrar na corrente sanguínea - ultrapassaram 300 no índice de qualidade do ar, o que é 20 vezes superior ao limite máximo diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Os hospitais relataram um aumento acentuado no número de doentes com dificuldades respiratórias, informou o Times of India. "Recebemos entre 12 e 14 pacientes por dia na urgência, principalmente à noite, quando os sintomas causam sono perturbado e pânico", disse Suranjit Chatterjee, médico do Apollo Hospitals, ao jornal.
O governo de Nova Deli vem fazendo promessas de limpar o ar da cidade há vários anos. A queima de resíduos agrícolas nos estados vizinhos - um dos principais contribuintes para os níveis de poluição da cidade a cada inverno - tem continuado, apesar da proibição decretada pelo Supremo Tribunal.
Dezenas de milhares de agricultores ao redor da capital queimam os seus restolhos - ou resíduos da colheita - no início de cada inverno, limpando campos de arrozais recém-colhidos para dar lugar ao trigo.
O número de incêndios em fazendas nesta temporada foi o maior dos últimos quatro anos, de acordo com dados do governo.
No início deste ano, as autoridades de Nova Deli abriram a primeira "torre de smog" contendo 40 ventiladores gigantes que bombeiam 1.000 metros cúbicos de ar por segundo através de filtros.
A instalação que teve um investimento de dois milhões de dólares reduz para metade a quantidade de partículas nocivas no ar, mas apenas dentro de um raio de um quilómetro quadrado.
Poluição em Nova Deli
© EPA/RAJAT GUPTA
Um relatório de 2020 da organização suíça IQAir descobriu que 22 das 30 cidades mais poluídas do mundo estavam na Índia, com Nova Deli sendo considerada a capital mais poluída do globo.
No mesmo ano, a revista Lancet disse que 1,67 milhão de mortes foram atribuídas à poluição do ar na Índia em 2019, incluindo quase 17.500 na capital.
Nos últimos dias, o rio que fluía por Delhi, o Yamuna, também estava obstruído por uma espuma branca contaminante. O governo da cidade atribuiu a praga ao "esgoto e resíduos industriais" despejados no rio mais a montante.
Bem-vindo outono
Chegaste nos braços da noite
Nas asas da lua cheia
Mal chegaste, escondeste o sol
Começaste a despir as árvores
Para que a primavera as vista de novo
Com a futura moda: a da Natureza!
Aquela que consegue combinar todas as cores
Todas as flores, com toda a harmonia
Como uma melodia: uma sifónia
Que nos embala todos os sentidos
Que nos transporta para o paraíso
Mas, quanto mais despes as árvores
Mais camadas de roupa visto
E quando te despedes e deixas-nos, ao inverno, entregues
Mais camadas de roupa visto
E a quantos mais invernos assisto
Mas camadas de roupa visto
É assim o outono da vida
Tão diferente do outono da Natureza!
Que todos os anos se despe
Para se voltar a vestir de beleza
De flores perfumadas
De novos, doces, frutos
De dias de lutos
De radiosos dias de sol
De radiosos dias de chuva
De novas vidas a darem vivas à vida!
José Silva Costa
Chuva de estrelas!
Do céu caíam lágrimas
Na noite estrelada
Os teus olhos eram rosas perfumadas
Na noite iluminada, tu eras a estrela
Nos teus rubros lábios rolavam cerejas
Atraentes, deliciosas, desejadas
Quanto mais as beijava
Mais crescia o desejo
Que encantadores beijos!
Na frescura da ardente boca
A saciarem o fogo da Lua-cheia
Mas, quanto mais te beijava
Com mais fome ficava
Nada conseguia apagar aquele calor
Nem a noite fria, nem a água que, no rio, corria
Foi a noite mais curta!
Quando o sol nasceu
Ainda da tua boca
Água doce corria
Por que razão é que não há
Chuva de estrelas, todos os dias?
Para dormirmos nos beijos um do outro
Até o sol nos acordar
Para começarmos, de novo, a namorar
E passar o dia no doce teu olhar
Até a lua nos voltar a abraçar.
José Silva Costa
Fevereiro/Março
Um sol radioso
Aqueceste o corpo
Mas não iluminaste o rosto
Não pudemos ver o sol-posto
Um mês e outro
Doze, um ano!
Adeus, até para o ano.
Vais chegar
Sejas bem-vindo
Não vamos festejar
Já basta lembrar
Que foste tu a começar
E, nós com a esperança
Que quando regressasses
Já te pudéssemos ir esperar
Contigo ir passear, correr, namorar
Mas não! Continuamos, às casas, atados
Para bem de todos, escondemos o rosto
Não estranhes, não te beijar
Fica para quando isto passar
Não te sintas abandonado
Sabes que temos de ter cuidado
Sorte a tua, por serem só 31 dias
Ninguém sabe quando é que as ruas deixarão de estar nuas
Estão tão tristes, por não saberem o que se passa!
Cada vez que um par de sapatos as beijam
Choram de alegria
Mas a rua continua fria!.
José Silva Costa
Os anos
Foi como um sol que nasceu
Olhámo-nos, e em redor tudo estremeceu
O sol levantou-se e a manhã amanheceu
Abrimos a porta e o dia cresceu
Entrámos, foste minha, fui teu
Foi o sol que nos enlouqueceu
O mundo cedeu!
O sol beijou a lua
A alegria, os nossos corpos, unia
Deram-nos as boas-vindas
Ofereceram-nos uma lua-de-mel
Continuámos como se só houvesse uma noite incendiada
Mas, o desgaste dos anos mostraram-nos que também há dias de fel
Valeram-nos os nossos padrinhos: A lua e o sol
Mandaram-nos seguir em frente
Guiaram-nos até ao presente.
José Silva Costa
Maio
Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!
Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos
Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar
Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear
Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar
Não há mês como este para nos levar ao altar
Quem me dera que todo o ano fosse Maio
Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto
Sem chuva, sem frio, sem vento
Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar
Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar
Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres
Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão
Sem saber da realidade, dura e crua
Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente
Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa
A amizade!
José Silva Costa
Verão de São Martinho
Continuem a negar, que o tempo está a mudar
Aí está o São Martinho para vos contrariar
Em vez daquele radioso Verão, com que nos costuma brindar
Mandou, desta vez, chover até nos alagar
Para ver se, o óbvio, continuamos a negar
Assim, como vamos o São Martinho comemorar!
O assador das castanhas está-se, sempre, a apagar
O vinho novo não teve frio para fermentar
A água-pé de tanta água ficou deslavada
A jeropiga, sem castanhas, não sabe a nada
Como foi bom ficar no aconchego do lar!
A ver a chuva a, tudo, lavar
Matar a sede à terra, sedenta, por tantos meses à espera de se saciar
Ver os rios, cheios de alegria, a correrem para o mar.
José Silva Costa
Maio
Maio, mês de todas as flores e de todos os horrores
Das ceifeiras e das papoilas
Trigueiras ceifeiras, de rosto tapado, para se protegerem dos beijos do sol, das papoilas e das espigas
A ceifa parecia uma orquestra bem afinada, um espetáculo inesquecível
Um movimento com o céu parado: mãos, canudos e foices num movimento sincronizado
Formavam um harmonioso bailado, com as espigas a dançarem no ar abafado
Que tem por fim segar o trigo e coloca-lo no restolho, confortado
À espera de ir para a eira, para ser debulhado.
Ninguém mais verá a planície florida de moças e moços, papoilas e espigas douradas
Não. Não verão mais o mar de trigais, ondulando, pontuado, aqui e além, por papoilas vermelhas
Não. O Alentejo não será mais o celeiro de Portugal
Um sacrifício a que foi condenado
Mesmo que a terra gemesse e já nada desse
Gentes e terra foram condenadas, por não se submeterem
A uma ditadura odiada.
Foste libertado em Abril, mas floriste em Maio
Acabou a adiafa, gratificação que simbolizava o fim de um dos trabalhos mais penosos.
Corpos vergados ao sol escaldante, em movimentos de competição, para colherem o pão
Que bom que seria, que todos soubessem, quantas voltas das, até chegares à mesa!
José Silva Costa
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