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As palavras

por cheia, em 23.12.21

As palavras

 

As palavras andam de boca em boca, à procura do amor

São muitas, umas mais doces outras mais azedas

Umas mais novas, outras mais velhas

As mais novas saltitam entre as mais velhas

Numa sinfonia de sons e cores

Na esperança de entrarem, num livro, num jornal, num telejornal

Na boca de um autor, de um comediante, de um locutor

Os poetas e os escritores penteiam-lhes os longos cabelos

Fazem-lhes bonitas tranças e colocam-lhes flores, nos cabelos

Mas, não contentes, cortam-lhes o cabelo e fazem-lhes permanentes

Pintam-lhes as sobrancelhas, os olhos e a boca, uma rotina louca

Mas, mesmo depois de tantas transformações, ainda não estão ao seu sabor

Beijam-nas na testa, na face, na boca, nos seios

Depois de tantos devaneios

Procuram que transmitam: amor, alegria, esperança, calor

Mas também, ódio, raiva, desilusão, ingratidão, dor

Todas querem estar na ribalta, no escaparate

Não as conseguem utilizar todas!

Algumas, por mais voltas que lhes deem, não as conseguem fazer rimar

Mas, elas não desanimam, nunca perdem a esperança

Mais tarde ou mais cedo, aparecerá um poeta ou um escritor, que lhes dará o devido valor.

 

A todas as leitoras e leitores, desejo um Feliz Natal, bem como, para todos os  seus familiares. 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Outono

por cheia, em 23.09.21

Bem-vindo  outono

 

Chegaste nos braços da noite

Nas asas da lua cheia

Mal chegaste, escondeste o sol

Começaste a despir as árvores

Para que a primavera as vista de novo

Com a futura moda: a da Natureza!

Aquela que consegue combinar todas as cores

Todas as flores, com toda a harmonia

Como uma melodia: uma sifónia

Que nos embala todos os sentidos

Que nos transporta para o paraíso

Mas, quanto mais despes as árvores

Mais camadas de roupa visto

E quando te despedes e deixas-nos, ao inverno, entregues

Mais camadas de roupa visto

E a quantos mais invernos assisto

Mas camadas de roupa visto

É assim o outono da vida

Tão diferente do outono da Natureza!

Que todos os anos se despe

Para se voltar a vestir de beleza

De flores perfumadas

De novos, doces, frutos

De dias de lutos

De radiosos dias de sol

De radiosos dias de chuva

De novas vidas a darem vivas à vida!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:34


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