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Em tempo de pandemia!

por cheia, em 10.07.20

Julho 2020

 

 

 

Um Verão quente no Interior, mas fresco no Litoral Ocidental

Com a pandemia, sempre, a ameaçar

Embebecidos, contemplamos a Lua

Neste Verão não há barulho, na rua

Há um doce silêncio, que nem parece Verão

Antes de adormecer, nas ondas dos teus cabelos, deito o meu olhar

Respirar o teu perfume, faz-me sonhar

Sozinhos, como no início!

Com os anos passados e os filhos criados

Temos a ilusão que voltámos aos tempos de namorados

Mas, o espelho desmente tudo o que tínhamos arquitetado

Os corpos, os rostos, os cabelos estão desfigurados

Como é que podemos ser os mesmos, dos vinte anos! Depois de tantos, passados

Acho que foram as nossas netas e neto, que guardaram os nossos rostos, dos vinte anos

Para os mostrarem aos nossos bisnetos, que nos vão ver como se fossemos, sempre, jovens

Enquanto vão vendo os seus pais a envelhecer

Como é bom, assim, ver o entardecer!

E, ao teu lado, adormecer.

 

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 08:14

Chips!

por cheia, em 14.08.18

Chips!

 

Para onde quer que nos viremos lá estamos, todos, com os chips na mão

Hoje, todos andamos de chip em riste, numa onda de navegação

Com um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos, temos toda a informação

Nos jardins, nos cafés, nos restaurantes, nos comboios, por todo o lado, um silêncio ensurdecedor

Acabaram-se as conversas, as discussões, a troca de opiniões, os dedos substituíram essas funções

Outrora, nos comboios da linha de Sintra, havia grupos de amigos, que viajavam sempre na mesma carruagem

Uns jogavam às cartas, outros discutiam os resultados dos jogos de futebol, falando, também, das agruras da vida

Faziam-se amizades, combinavam-se piqueniques, excursões, emprestavam-se livros

Naqueles bancos corridos, cabia sempre mais um, viajávamos como sardinha em lata

Durante as obras de duplicação da linha assistimos a muitas peripécias

Uma mãe arrancava o filho, da cama, às seis horas, apanhava o comboio em Sintra, para ser entregue à avó, na estação do Cacém

Como não se conseguia chegar à porta, porque os comboios circulavam de portas abertas, a abarrotar, a criança era entregue à avó, pela janela, por quem estivesse junto à janela

Numa viagem, no sentido de Sintra para o Rossio, na estação da Amadora, uma jovem, vendo que não conseguia chegar à porta, baixou a janela e saiu, o contato com o cascalho, foi um pouco violento, porque ela estava no lado contrário ao da plataforma

Também arrisquei um dia, na estação do Rossio, iniciar a viagem, no estribo da porta, apenas agarrado com uma mão, quando na plataforma começaram a procurar melhores posições, quase que me atiravam para a linha, já dentro do túnel

Nunca mais arrisquei, porque poderia ter perdido a vida, para ganhar uns minutos, ainda que me custasse esperar pelo comboio seguinte, pois, eram quatro horas perdidas, nos transportes.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 21:55


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