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Namorar
Namorar
Não se pode
Comemorar
Num só dia
Devemos
Fazê-lo
Todos os dias
É como respirar
Não se pode parar
Namorar é vital
Para a saúde
Para a mente
Para toda a gente
Ao amor
Ninguém fica indiferente
É fogo
É semente
É esperança
É dor
Namorar
Tem muito valor
Namorar
É como tratar uma flor
Precisa de muito carinho
De muito amor
De saber apreciar
O amor
Da sua perfumada flor
Em que idade for
O amor
Será sempre
O melhor da vida.
José Silva Costa
Despedida
O verão está a despedir-se, este ano, abruptamente
Com chuva, que é muito bem-vinda, mas a destruição, não
O clima está muito doente, como tem mostrado, por todo o lado
Tão depressa está tudo a arder, queimando o que levou anos a crescer
Como tudo engole, com a força a força da água mole
Valha-nos o sol que, mesmo quente, parece não estar tão doente
Que continua a fazer germinar a semente
A amadurecer tudo, a iluminar o dia e a alegrar a nossa mente
Com o tempo doente ou não, temos de seguir em frente
Os que conseguem sobreviver a tantas calamidades
Que destroem tudo, incluindo vilas e cidades
Que não escolhem idades, utilizando todas as brutalidades
Como que a castigar-nos pelo desrespeito pela Natureza
Que, cada vez, nos presenteia com fenómenos de maior dureza
Será que conseguiremos aprender alguma coisa com a sua clareza?
Ou contentar-nos-emos com tanta perda de riqueza
Com meio mundo a morrer de pobreza
Sem sabermos o que fazer, sem termos nenhuma certeza
Num tempo em que a inteligência artificial sabe tudo
Por que razão não lhe perguntamos como poderemos acabar com o que nos aflige:
As guerras, a fome, as doenças, a ganância, as desigualdades, as calamidades, o orgulho
Tanta coisa, tanto sofrimento, para tão pouco tempo
Aproveitemos para melhorarmos o nosso comportamento
Enquanto, ainda, estamos a tempo
Se queremos evitar maior sofrimento
Não perdendo o resto do alento.
José Silva Costa
Ventos do Sul
Ventos do Sul, pássaros azuis
O brilho do sol nascente
És trigo, és fogo, és gente
Na planície bem quente
Papoilas lançadas ao vento
São sangue, são semente
São beijos de um sonho contente
Rubros lábios gretados do vento suão
Mãos calejadas das foices
Faces rosadas e perfumadas como flores
Trigueira ceifeira de olhos castanhos
Cabelos pretos tapados com o lenço
Corpo dorido e cansado
Sonhando com o dia da adiafa
Espigas douradas reluzentes ao sol ardente
Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente
És perfume, és esperança, és pão
Festas de mastros pelo São João
Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo
Planície dourada, bonita namorada da madrugada
Que dorme a sexta na sala de entrada
Quando a calma é demasiada.
José Silva Costa
Bem-vindo Setembro!
O mês da transição do verão para o outono
Um mês temperado pelo amor
Suave e doce como uma flor
Sem frio nem calor
O primeiro mês que vi
Aquele em que nasci
Por quem tenho um eterno encantamento
Pelo mais belo momento
Que é o nascimento
Nenhum outro acontecimento
Tem tanto carinho e reconhecimento
Como o dia em que os nossos pais nos apresenta ao mundo
Dizendo: “a nossa filha/o, o nosso fruto, a coisa mais preciosa que temos”
E, daí em diante, vão viver em função daquele pequeno ser
Que vai levar tantos anos a crescer
Com quem tantos cuidados vão ter
Um dia inesquecível!
A preocupação com a sua semente nunca mais os vai abandonar
Esteja onde estiver, a preocupação vai-se manter
Seja homem ou mulher
Muito obrigado a todos os pais, mesmo aos que não o souberam ser
Não se nasce pai, nem mãe, passamos a vida a aprender
Não há nada que nos dê mais prazer, do que ver os nossos frutos crescerem e serem felizes
A vida é a mais fantástica e bela aventura!
Quantos de nós a souberam viver?
José Silva Costa
A seca (2022)
Fevereiro quente traz o diabo no ventre
Fevereiro sem chuva não germina a semente
A Natureza toda se sente
Sem água, toda fica doente
Sem água, morre a semente
Não há vida, não há gente
Não há chuva, não há vida
A chuva, que tanta gente detesta
Faço-lhe uma festa
Venha chuva, com conta e medida
Não quero que morra a vida!
Se continuar esta seca
Na Primavera não haverá festa
As flores não desabrocharão
E os animais morrerão
À fome! Não há nada para a sua alimentação
A chuva não é agradável, não!
Mas é indispensável à vida
Temos de aprender a usar a água
Não podemos continuar a desperdiça-la.
José Silva Costa
Saber de ti
O que a tua estrela não diz
Quanto quis!
Descobrir o que está por detrás do verniz
Da tua felicidade feliz
No teu cariz
Senhora do seu nariz
Enigmática no que diz
Inteligente!
Admirada por muita gente
Muito atraente
Como descobrir o que sente!
Se não consigo entrar na sua mente
Sempre alegre e contente
A simplicidade presente
Olhos de quem não mente
Uma mulher diferente
Excelente semente
Uma flor florescente
Uma formosa rosa
Uma eterna sedutora
Que um dia me beija
E, no outro diz, que não me conhece
Como é que de um dia para o outro se esquece!
José Silva Costa
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