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Santo Antóno
Santo António namoradeiro
Dou-te todo o meu dinheiro
Se me arranjares uma noiva envolta em nevoeiro
Que me ame, sempre, como no dia primeiro.
José Silva Costa
Maio florido e perfumado
Está, mais um, acabado
O junho é chegado
Com o seu calor, amado
Com Santos e fado
Tudo está animado
Portugal é um arraial adiado
Marchas e marchinhas, num país parado
Santo António é que está sempre ocupado
Com os casamentos a recordarem o passado
Lisboa já nem tem o Chiado
Tudo está tão modificado
Foi tudo engolido pelo turismo acelerado
A fúria do vento animado
O futuro está atrasado
Mas não tem culpado
Tudo são maravilhas neste reino à beira mar plantado
Do cotim, à bombazina, passando pelo riscado
Tudo são glórias do antepassado
Ninguém voltará à rabiça do arado
O passado está enterrado
O que desejo é que o futuro não seja magoado
Como é bom ir galgando este emaranhado
De novos desafios ao homem empenhado
De nunca ficar parado
De querer ir, sempre, mais longe, no seu aluarado
De não querer ficar ao chão, atado
De querer trocar este chão, amado
Por um sítio imaginado.
José Silva Costa
Santo António
Meu Santo casamenteiro
Casa este país inteiro
Para que cada casal tenha, pelo menos, um herdeiro
Com tanta inflação no mundo inteiro
Não dá para tudo, o dinheiro
Mas, este país é muito porreiro
Pelo Santo António, casa o viúvo, o divorciado e o solteiro
Nesta Nação não há discriminação
Seja qual for a sua situação
Todos são bem-vindos
A esta exemplar Nação
Onde reina a corrupção
Mas ninguém a assume!
Faz parte da nossa tradição
Não sei se algum dia conseguiremos a sua irradicação
Mas, o que povo quer é futebol e festas
E, isso, felizmente, não lhe falta
Por causa das jornadas mundiais da juventude
Vão tapar o monumento ao 25 de Abril, da autoria do Cutileiro.
José Silva Costa
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