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Cheiro

por cheia, em 06.03.23

Cheiro

Já cheira a Primavera

Os passarinhos andam aos beijinhos

Passam os dias na construção dos ninhos

Sempre a namorar, para a canseira suavizar

Também eles se queixam do custo das casas

Fazer uma casa robusta, dá muita luta

Encontrar um lugar seguro, resistente ao vento e a todo o elemento

Para além da robustez do lugar, é preciso,  com todos os inimigos, contar

Quem é que não gosta de uma casinha a ver o mar! 

Sem ninguém a incomodar

É tão bom ter um bom lar!

Uma companheira e ver os filhos a palrear

De alegria, por a mãe os amamentar

Uma ternura de encantar!

Vê-los crescer, fazer o que já fizemos, e esperar que nos deem netos

Cheios de graça, ternura, birras, mimos e afetos

Tem sido assim ao longo dos séculos

Com mais ou menos tecnologia, com mais ou menos guerras

Infelizmente, há povos que continuam à espera

Que o progresso os empurre para dias melhores

Que não envenenem as meninas na sala de aula

Para as privarem da educação e lhes roubarem a compreensão

Mantê-las na ignorância, porque saber é poder

Alguns homens continuam só para si o querer

Sem se importarem com quem está a sofrer

Com quem tem de enfrentar todos os perigos

Para da fome, das guerras, das arbitrariedades fugir

Morrer é um mal menor, que em tais condições viver.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:53

Poder & vaidade

por cheia, em 13.02.23

 

Terramotos e guerras

 

Tanta morte, tanta dor

Muitos milhares de mortos, um horror!

Tanta destruição, em mais de uma nação

Numas é a loucura dos homens, com a sua desmesurada ambição

Noutras são as leis da natureza ajustando as suas posições

Sem quererem saber dos prejuízos, dos aís e das aflições

Sem quererem saber se são homens, mulheres, crianças ou mães

Os que não morrem ficam em terríveis condições

Sem casa nem pão, ao frio, na escuridão, à espera do que lhes darão

Não nos chegavam as desgraças que não dependem da nossa mão?

Por que razão as armas conseguem exercer tanta sedução?

Porque têm o poder que todos queremos ter

Ser mais forte que o outro, poder mandar, poder ser admirado, respeitado

Não por o que sou, mas pelo poder que tenho, pelo medo que consigo transmitir

Pelo mal que posso provocar, e de que muitos se conseguem orgulhar

E não vale apena apelar a mudanças para que todos sejamos humanos

Porque tem sido assim ao longo dos séculos, sem grandes alterações

Quando já estávamos esperançados que a Europa tivesse aprendido alguma coisa com as Grandes guerras, voltou a loucura, a destruição, a dor, a morte…………

Com falsos pretextos de que se sentem intimidados, de que vão socorrer quem quer uma parcela de terreno, para poder ser Presidente, nem que para isso tenha de matar muita gente

Estamos sempre prontos para apoiar guerrilhas de independências, de separações, nem que sejam de Freguesias, não para melhorar a vida das pessoas, mas para alimentar as nossas vaidades

Quem é que não quer ser Presidente, seja do que for?

Como se o diálogo não servisse para nada, e muitas vezes não serve, porque quem tem o poder mantem a arrogância de não responder. É tão bom mandar!

Quando assim é, só o som das armas o consegue acordar

Depois, o difícil é calá-las!

 

José Silva Costa

 

  

 

 

  

 

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publicado às 07:50

Os anos!

por cheia, em 03.01.22

Os anos

 

 

Cada ano, cada etapa

Cada ano é como uma flor

Vai perdendo as pétalas durante os 365 dias

Depois, nasce um novo ano

Jovem, formoso, muito vaidoso

Vai, ao longo dos dias, perdendo o fulgor

Envelhecendo, perdendo os sonhos

Não conseguindo realizar tudo o que tinha imaginado

Acontece com todos os anos

Acontece, também, com os humanos

Está dependente dos acontecimentos

Que fazem com que seja bom ou mau

Há os que se tornam inesquecíveis

Outros de que ninguém se lembra

Os que são lembrados ao longo dos séculos

Os que ficam esquecidos no tempo

Os que morrem sem glória, nem advento

Os que só vivem o momento

Os que vencem o tempo

Os que se libertam da morte

 Os que são eternos!

 

Bom Ano!

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 08:00

Amor & guerra (19)

por cheia, em 03.05.21

Amor & guerra (19)

O Firmino convenceu a Bárbara e a Sara a ficarem em Luanda. Agora, a família era maior: tinham os pais dele e o irmão

Em Luanda reinava a tranquilidade, podiam disfrutar da bonita cidade, todos estavam felizes: o Firmino, a Bárbara e a Sara por terem ganho uma família alargada, os pais dele por terem uma nora e uma neta, o irmão por ter uma cunhada e uma sobrinha

O Firmino estava a viver um grande sonho, por estar na sua cidade, acompanhado da mulher que o encantou. Queria que ela e a filha conhecessem a bonita cidade de Lunda

Levou-as à ilha do Mussulo: um paraíso, onde se podem passar agradáveis dias

Aos cinemas ao ar livre, onde estamos com um olho no ecrã e outro na marginal

Militares, sempre, a chegarem e a partirem para a guerra, e que no pouco tempo, que ficavam, procuravam o Bairro Operário, o correspondente ao Bairro Alto, em Lisboa

A cidade vivia na euforia e alegria, e quem não soubesse, não diria que havia guerra!

 

A Miquelina, depois de dar as boas notícias ao Carlos, disse-lhe que o melhor seria voltar para a casa dos pais, enquanto ele não tivesse alta, com o que ele concordou

Mas, antes de se despedirem, ainda, falaram do futuro, que dependia do emprego que lhe arranjassem, para puderem alugar uma casa ou parte de casa, onde pudessem viver os três

O Carlos disse-lhe que estava ansioso pela prótese, para que pudesse ter alta, quanto antes, porque já não conseguia viver sem ela e o Miguel

Ela, também, lhe disse que gostava de ficar junto dele, mas que tinham de ter muita força, para suportarem a separação, por mais uns tempos, até ele sair do hospital

Agarrou-se ao filho, apertou-o e beijou-o, como se não o quisesse largar. A Miquelina abraçou-os, beijou-os até conseguir separá-los 

Foi uma despedida muito emocionante, até o Miguel não se queria separar do pai, mas o enfermeiro disse-lhes que tinha de sair, já tinham ultrapassado, em muito, o tempo da visita

A Miquelina pegou no filho ao colo e saiu, apanhou um táxi para Santa Apolónia, onde o comboio já os esperava, para voltarem a casa

A Miquelina ia mais confiante, tinha tudo corrido muito bem, melhor do que esperava, apesar da amputação da perna do Carlos, tudo apontava para que pudesse andar e governar a vida

Não sendo as melhores notícias, eram reconfortantes para tranquilizar os pais, quanto ao futuro dos três. Iam ficar tristes por verem a filha e o neto saírem de casa, quando Carlos tivesse alta. Mas a vida é assim, feita de encontros e desencontros. E, já se sabe que os filhos, um dia deixam o ninho, para construírem o seu próprio ninho, dando continuação à família pelos séculos fora.

 

Continua.   

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publicado às 07:53

...

por cheia, em 25.04.21

25, de Abril

Madrugada determinada, há muito sonhada, que mudou o Mundo

Povos oprimidos, depois de cinco séculos, assumiram os seus destinos

Mas, não há parto, que não seja doloroso, só suavizado pela alegria de um novo ser

 Cortar o cordão umbilical, velho de séculos, foi matar muito jovem, foi muita carne para canhão

Foram treze anos de guerra, de atrocidades sem nome, por pura insanidade

Cortar um cordão umbilical com catanas, granadas, balas, minas, e no céu, para além dos aviões, helicópteros com canhões

Mães sem filhos, mulheres sem maridos, namoradas sem namorados, pais sem filhos, filhos sem pais

Quão difícil é criar e educar uma criança, fará uma nação!

Mas, há sonhadores, que acham, que depois do sangrento parto, ainda podíamos impor as nossas leis

Pura ilusão, depois de armas na mão, ninguém aceitaria essa decisão

Os que beneficiaram da opressão achavam-se no direito de saírem da contenda, sem nenhum beliscão  

De um lado e doutro pagámos muito cara a separação, que era inevitável

Que, só uma parte não queria, mas que todo o mundo exigia, incluindo o Papa, que já tinha recebido os dirigentes dos movimentos, que lutavam pela independência

Podíamos ter aprendido, com os que já tinha feito a descolonização, mas, não! Diziam-nos que eramos diferentes, que podíamos oprimir os outros povos, durante mais séculos, eternamente!

Há quem queira diminuir este acontecimento, comparando-o ao 25 de Novembro

Mas não há comparação, porque o 25 de Abril teve repercussões mundiais

Mais meia dúzia de novas nações, em dois continentes, muitos milhões de corações

Que vibraram de alegria, mesmo que um país não se crie, num dia

Muito obrigado a todos os que contribuíram, em especial aos Capitães, para um inesquecível dia.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 08:12

Lisboa

por cheia, em 12.04.16

Lisboa, não te chegues perto dos cais

O rio não tem mais sorrisos nem ais

E tu sabes que ficas e vais.

Vais para onde os turistas te levarem

Por terra, ar ou mar

Com o teu espreguiçar e amanhecer

Com as tuas flores, odores e tudo mais.

No futuro vão ser sempre mais

As flores a querem subir aos cais

De onde os séculos partiram

Para não voltarem mais

Perderam para sempre os teus cais

Aventuraram-se demais

Empurrados pelo brilho dos teus sais

Na esperança de voltarem

A receber mais flores

Sempre com mais cores.

 

 

 

José Silva Costa

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publicado às 20:55


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