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Dia do trabalhador, 2024
Esquece a dor
Beija a tua flor
No dia do trabalhador
Esquece o teu labor
Beija o teu amor
Oferece-lhe uma flor
O dia é teu
Homenageemos quem a vida deu
Para que tenhamos um dia
Para homenagear quem trabalha
Quem tudo produz
Que não é valorizado
Do teu esforço só te dão um pequeno bocado
A maior parte fica para o patronato
O capital tem de ser bem renumerado
Para o dividendo ser elevado
O acionista é o colaborador destacado
De escravo passaste a trabalhador
Depois, foste promovido a colaborador
Desde que estejas, sempre, disponível
De dia ou de noite, estejas ou não de férias
Deixaste de ter vida familiar
Passaste a ser mais uma peça da empresa
Quanto maior for a disponibilidade, maior será a sua grandeza
Tudo medidas para acabar com a pobreza
Tudo medidas para uma melhor distribuição da riqueza.
José Silva Costa
11/11/2021
11 de Março de 1975
Mais um dia negro da nossa História
Infelizmente, a nossa História não tem só dias radiosos
Um dia em que uma parte do País foi preso ou teve de fugir
A velha história de sempre: pobres contra ricos, ricos contra pobres
É da condição humana, só pensamos em acumular riqueza
Não vemos que a fome causa muita tristeza
Passados 46 anos estamos de novo, desta vez, todos ”presos”
Devido a um inimigo invisível
Outra vez o problema entre ricos e pobres
Cabe ao Governo distribuir a riqueza produzida
Não vamos deixar morrer, à fome, quem tudo perdeu?
Esta é uma crise diferente
Esperam-se medidas diferentes, para a enfrentar
Cabe a todos colaborar
Aqueles que nada perderam, não podem assobiar para o ar
Pessoas e países ricos, não podem continuar a explorar os pobres
Temos de compreender que todos somos de carne e osso
Todos temos as mesmas necessidades básicas
Por isso, não se compreende que uns tenham rendimentos 100,500,1.000 vezes mais
Não queremos igualdades, porque somos diferentes
Mas queremos que todos tenham o mínimo, para uma vida digna
Está nas nossas mãos mudar, o Mundo, para melhor
Ver o outro como irmão.
José Silva Costa
Primeiro de Maio
Um primeiro de Maio diferente
Com muito tempo para refletir
Num Mundo desequilibrado
Onde poucos têm tudo, e muitos não têm nada
Um Mundo de fachada, que não valoriza a qualidade humana
Em que o desenvolvimento foi baseado no desperdício
“ Usa e deita fora”
Com os serviços mais bem pagos que a produção
Os produtos essenciais são pagos a meio tostão
Os supérfluos valem um dinheirão
É tempo de reflexão
O fosso das desigualdades não pode continuar
Cada qual tem a sua função
Não é tempo de guerrilhas, mas de colaboração
Os recursos são escassos, não podemos continuar a desbarata-los
Há povos que deitam para o lixo o que faz falta a outros
Valores invertidos, prioridades invertidas, está tudo de pernas-para o ar
Vamos ver se esta pandemia, que nos veio mostrar o que é a igualdade
Se nos faz refletir e, alguma coisa, mudar
Porque ela veio interromper vidas, suspender outras, causar o caos
Um turbilhão, que a todos nos atirou ao chão
Como nos vamos levantar!
Se tudo mudou e não sabemos como vai ficar
Se não temos pão para, aos filhos, dar
Tudo parou, as empresas, os trabalhadores, estão a despedir
Neste primeiro de Maio, dia do trabalhador, o trabalho desapareceu
Pela primeira vez, o dia do trabalhador, mais parece o dia do desempregado
Como é que vai ser!
Se todos os dias temos de comer
Os senhores que só pensam em nos impressionar com as suas riquezas materiais, é que nos podiam responder
Por que razão não há uma melhor distribuição da riqueza produzida?
Há, assim, tanta diferença entre os seres humanos?
Que justifique que uns tenham tudo e os outros não tenham nada
As vaidades não elevam ninguém
Só o humanismo pode valorizar o que é humano.
José Silva Costa
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