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Lua
Em noite de Lua-cheia
Minha Lua namoradeira
Está ainda mais bela, aqui á minha beira
Estás linda com esse teu encanto, estás inteira
Os teus olhos castanhos de moira encantada são a minha cegueira
Sobre esses teus ombros de alabastro cai a tua linda cabeleira
Com toda essa magia, como gostava de te ver de perto, um dia
Sempre foste arisca, dizes que queres continuar solteira
Todos os dias te namoro, mesmo que o tempo não queira
O amor é assim, pode não ser correspondido, mas não desisto de nenhuma maneira
Pelo menos de noite és minha, todos os dias dormes á minha cabeceira
Deito-te a meu lado, agarro-me a ti e durmo a noite inteira
Só que de manhã, quando me queria despedir de ti, já lá não estás
A noite é que faz com que sejas a minha eterna companheira
Não há mais nada que tanto me prenda, senão essa tua secular atração
Tu és sonho, fogo, volúpia, encantamento, firmamento, não vivo sem o teu encantamento
Os teus rubros lábios queria beijar, mas tu desapareces no exato momento em que te vou agarrar
Não paras de me encantar, minha bonita feiticeira
Prendes-me sem muros nem grades, apenas com olhares de brincadeira
Como se fosses uma jovem noiva passando as pedras da ribeira
Correndo de um lado para o outro envolta numa nuvem ligeira
Procuro apanhar-te mas tu esquivas-te e foges lampeira.
José Silva Costa
Um inverno diferente
Sem chuva, para um vão contentamento
De muita gente, que não o entende
Este inverno que mente
Que em vez de chuva, nos dá sol
Que nos quer conquistar pelo brilho do anzol
Que nos quer matar à sede
E que quer, que lhe agradecemos, por nos dar sol
E há tanta gente a morder o anzol
A agradecer o bonito e belo sol
Como se não precisássemos de comer e beber
Mas, é tão agradável o teu sol
Sol de inverno!
Que este ano nos levará ao inferno
Sem água! Pessoas, animais e plantas não resistirão
Com trigo sem grão, não haverá pão!
Haver fome, ou não!
Está na tua mão, meu inverno mandrião
Não te deixes envaidecer
Por aqueles que acham que podes ser só sol e amor
Tu tens de fazer chover, nevar, e a todos enregelar
Não és Estação para flores, perfumes, coisas fofinhas, sem dores
Deixa isso, para a tua amante: a Primavera
De ti esperamos rigor, noites quentes à lareira
O cheiro da flor de laranjeira
Não puder passar a ribeira
Ficar no outro lado a ver a água baixar
À espera de poder, a namorada, abraçar
Mesmo que ela fique no escuro da lua.
José Silva Costa
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