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O futuro é hoje (11)
A idade da reforma poderá baixar para os 66 anos
Uma boa notícia, não fosse a causa, a diminuição da esperança de vida
Que o covid-19 veio provocar
Maldito vírus que não nos quer largar
O Ministro, passageiro, finalmente, caiu do poleiro
Há muito que o deveria ter largado
Mas, a oportunidade, ainda, não tinha chegado
A poucos dias da campanha eleitoral
É preciso convencer os eleitores de que tudo vai mudar
Para melhor! Porque para pior já basta assim
O capitão já os tinha avisado
Quem se portasse mal, não tinha o contrato renovado
Dois em uma, dos dois não fica nenhum
Porque é preciso agilizar o novo Governo
Um Governo menos numeroso, se possível melhor
O adversário é poderoso: uma grande surpresa
Já o tinham dado como morto, mas ressuscitou
Até o Presidente recebeu, em audiência, o seu sucessor
Para acertarem as agulhas e escolherem o calendário
Mas, a ressurreição a tudo veio pôr um travão
Como o homem parece ter sete foles!
O adversário ficou um pouco em confusão
Lá terá de alterar o discurso e a disposição
Com esta carta fora do baralho é que ninguém estava a contar
Já deu provas de nem tudo acatar
Para aqueles que já tinham tudo cozinhado, foi um grande azar
É o que dá, saber dos furtos e não atuar
Bastou uma Freguesia para o Presidente mudar
Vamos ver o que o trinta-e-um nos vais mostrar.
José Silva Costa
O futuro é hoje (7)
O Luís ficou um pouco aliviado por os construtores de automóveis, incluindo Portugal, não se terem comprometido com uma data, para acabarem com os motores a combustão, na 26ª Conferência das Unidas sobre as Alterações Climáticas ( COP 26)
Mas sabe que mais tarde ou mais cedo têm os dias contados, porque as pessoas começam a ter receio de os comprarem, não sabendo se continuarão a ter assistência, peças ………..
Só pede que o seu posto de trabalho se mantenha até atingir a idade da reforma, porque já não se sente com força para procurar outro emprego, nunca fez outra coisa
Quando chegamos aos sessenta anos, começam a faltar as forças para novos desafios, queremos é obter a reforma, para fazer, o que tantas vezes adiámos, como se reformados, conseguíssemos concretizar todos os sonhos, adiados
Quantas vezes, os planos saem furados! Porque nos falta a saúde, porque temos de cuidar dos netos, o que quase todos fazem com tanto gosto, que se esquecem dos planos feitos ao longo da vida, para a caminhada final
Com a digitalização, esperava-se que tivéssemos mais tempo para estar com a família e para o lazer. Mas, infelizmente, tal não está a acontecer
Temos tido dificuldade em acabar com a burocracia do papel, de que tanto gostamos, hábito de tantos anos!
Se não preciso do atestado médico, em papel, para renovar a carta de condução, pela internet, por que razão é que o médico continua a imprimi-lo?
Se os maiores de 25 anos, que não precisem de averbar alterações no Cartão de Cidadão, podem obtê-lo sem ser preciso ir dormir para a porta das Lojas do Cidadão, por que razão continuam a fazê-lo?
Infelizmente, muita gente, ainda não mexe num computador, mas esse problema poderia ser atenuado, se as Juntas de Freguesia tivessem um espaço para ajudarem os fregueses, evitando deslocações, perda de tempo, gastos desnecessários
Tudo o que se poder fazer no digital deveria ser publicitado, para que as pessoas adiram, para não se desperdiçarem horas de trabalho ou lazer, papel, dinheiro, contribuindo para um planeta mais sustentável
Todos estamos de acordo que é preciso acabar com os combustíveis fosseis, mas quando os equipamentos são desligados, os trabalhadores reagem e com razão, temem pelo seu futuro, aconteceu com o encerramento da refinaria, em Matosinhos, e está a acontecer com o anuncio do encerramento da central termoelétrica, a carvão, do Pego, previsto para 30/11/2021.
Continua
José Silva Costa
Amor & guerra (18)
A Bárbara e o Firmino decidiram vender e o estabelecimento e irem os três para Luanda
O desejo da Bárbara era que, depois, seguissem para a Metrópole, onde achava que estavam mais seguros
O Firmino tentava convencê-la a ficar em Lunda, onde ele tinha a família. Argumentando que o clima da Europa era muito diferente, as temperaturas têm grandes amplitudes térmicas, o sol não nasce, todos os dias, às 6 horas e não se põe, todos os dias, às 18 horas, como acontece em Angola, e além disso não poderia ter tantos criados, a não ser que tivesse uma grande fortuna
A Miquelina, no dia seguinte, quando foi visitar o Carlos, acompanhada do Miguel, tinha boas notícias, para o futuro deles. Achou-o muito melhor, mais alegre, entusiasmado, com uma grande vontade de viver, e disse-lhe que gostava muito de o ver assim!
Ele respondeu-lhe que desde que os tinha visto, tinha uma nova alma, que tudo faria para que fossem muito felizes, que ela não imaginava a força que lhe tinham dado, com a visita
Uma coisa era saber que tinha um filho, outra foi senti-lo no colo, apertá-lo nos seus braços, ver que ele, sem saber, lhe dava força para lutar por uma recuperação, que conseguisse arranjar um emprego, para ganhar o suficiente para o criar
E, que a presença dela não tinha sido menos importante, demonstrando todo o carinho que tinha por eles: uma extremosa mãe, uma bonita mulher, acabando por lhe perguntar, que mais um homem poderia querer?
Foi então, que lhe deu as boas notícias, dizendo-lhe que foram muito bem recebidos, pelos antigos patrões, que lhe deram os parabéns por terem um filho muito bonito, que lhe desejavam boas e rápidas melhoras, e quando tivesse alta lhe arranjariam um emprego
Mariana e João regressaram à sua terra, estavam exausto. A primeira viagem à capital tinha os deixado com pouca vontade de lá voltar
Foram descansar, porque no dia seguinte tinham de voltar para horta, de onde tiram o sustento, não têm direito a reforma, nem têm um pé-de-meia para quando não conseguirem trabalhar
Contavam com o filho, que foi o que aconteceu com eles, que tomaram conta dos seus pais até falecerem. O filho para além de estar doente, não voltaria a ter condições para trabalhar no campo, já o tinha abandonado antes de ir para a tropa
Tomara o Carlos ficar em condições de governar a vida dele. Assim, sabiam que estavam entregues à sua sorte e à caridade dos vizinhos
Os tempos estavam a mudar: os jovens não ficavam nas suas aldeias, procuravam trabalho nas grandes cidades ou no estrangeiro.
Muitos idosos acabam os seus dias, sem filhos, nem netos, por perto. É o que esperam
a Mariana e o João.
Continua
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