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Barbárie
Aperta a mão ao teu irmão
Não mates o teu irmão
Tu e ele têm coração
As guerras são horrores em contramão
Nenhuma terá razão
Só matam, não dão pão
As vitórias são uma ilusão
Não sejas carne para canhão
Dá a mão ao teu irmão
Quem vos manda para a guerra não entra nela
O heroísmo é uma balela
O mundo morre por causa dela
A bala vai e vem
Mata o homem, a mulher e a criança, também
Tanta destruição de tanta habitação
Tanto suor em vão
O trabalho e o sonho de uma vida
Tanta canseira, num segundo destruída
Por seres mais forte, não espezinhes o teu vizinho
Porque podes ficar sozinho
Sem teres quem te dê a mão
Numa dura e triste ocasião
A vida é mais importante que toda a raiva arrefecida
E que todo o ódio acumulado, extravasado, pelo tempo adiado
Nada justifica a brutalidade das invasões
Nem retaliações, para matar as populações.
José Silva Costa
Os céus!
Os céus estão revoltosos, de cor de fogo
Este inverno parece um inferno
Os elementos revoltaram-se contra os tristes eventos
Não há rosas, nem suaves momentos
Só tempestades e ventos!
Não há brilho, nem sol que nos aqueça
Que despedida mais avessa!
De quem passou, quase todo o tempo, com uma promessa
De que seria um inverno vestido de Primavera
Mas, o homem rasgou a razão e avançou com o canhão
E, os tempos não ficaram indiferentes
Foram ao mal buscar as sementes
Para castigarem todas as gentes
Que colaboraram com mentes doentes
A esperança é que chegue depressa a Primavera
Que traga perfume e amor, e leve a guerra
Que os céus voltem a brilhar, sem poeiras, nem bombas
E se encham de pombas brancas
Que vença a paz!
Já que o homem não é capaz
De olhar para o outro como irmão
Tanto ódio, tanta violência, tanta destruição
Em vez de um abraço e um aperto de mão!
José Silva Costa
Jovens mães carregam os filhos com a ajuda do brilho das estrelas
(do poema o fulgor da Língua/ o Estado do Mundo)
As guerras
Nas guerras não há coração, nem razão
Matam, indiscriminadamente, por impulsão
A culpa é de quem construiu o canhão
Disparam, como se fosse para o ar, contra o irmão
Mais tarde, com todos os horrores, terão de conviver
Mas, por muito que chorem, não haverá perdão
Porque tinham de pensar, antes de, utilizar, a mão
Os gritos dos filhos, agarrados às mães, nunca mais o deixarão
Acompanhá-los-ão, para onde quer que vão
Foi brutal e triste a sua missão
Matar, nunca será de louvar!
Tudo devemos fazer para o evitar
Quem consegue suportar e ver?
A separação: crianças a gritarem, agarrados aos pais e às mães
Mas, os pais têm de ficar, para matar ou morrer
As mães seguirão, à procurar de quem lhes dê uma mão
de um lugar em paz, onde os possam criar
Onde, quem encontrarão, com coração, que as ajude a suportar a dor da separação?
Como suportar a humilhação dos ditadores assassinos, que lhes roubaram os companheiros,
os pais dos filhos, os seus cheiros, os seus beijos, os seus projetos?
Com os filhos nos braços, sem terem onde os agasalhar, sem nada para lhes dar
Têm de ser muito fortes, para tanto desespero conseguirem suportar!
Mas, serão eles que lhes darão a força necessária, para os criarem, com os seus sorrisos, beijos e a palavra mais doce e mais pronunciada: Mãe!
Que grande castigo! Dos que não têm cabeça nem coração que, por muito que falem, nunca encontrarão, palavras suficientes, para justificarem os disparates, os horrores, as mãos ensanguentadas, os ouvidos cheios de gritos, dos assassinatos cometidos.
José Silva Costa
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