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“A Mulher e o Amor”
As dores do amor
São puras e muito duras
Mulher, que vendes prazer!
A quem o quiser
Porque tens de vier
Criar os filhos, que o amor fez nascer
Mas, o progenitor encantou-se, por outra flor
A mãe ficou sozinha no ninho
Vende o seu corpo, para poder criar o filhinho
Amargas dores de puros amores
Que o tempo levou
Ficou a flor, que lhe sustenta a esperança
De um dia encontrar um novo amor
Que faça dela uma flor
Que queira ficar, com ela, a vida inteira
Que a veja como mulher, e não como rameira
Que não a queira, apenas, para comprar prazer
O espinho da rosa de ser mulher
A parte negra da sua formusura
A dura vida de conseguir ser vista como mãe……..
E não como objeto sexual
Que a publicidade, também, compra
Para fazer faísca na montra
Para obter dinheiro e notoriedade
Nunca para fazer brilhar a sua dignidade
São as mulheres e o amor que iluminam a cidade
Mulheres amadas irradiam felicidade
São namoradas, mães, avós…….
Todas elas têm um pouco de perfume, de todos nós
A todas e ao seu amor, devemos a nossa existência
A todas o meu muito obrigado e o meu amor.
Este texto é o meu contributo, para a colectânea abaixo mencionada, cuja imagem retirei do blog https://cotoviaecompanhia.blogs.sapo... da Mafalda, que também paticipou, bem como a Maria João, do blog http://poetaporkedeusker.blogs.sapo...
Ainda podem participar até 31/03/2024.
O poema e/ou trabalho artístico deverá ser enviado para este mesmo e-mail: ice.antologia@gmail.com
Dezembro
Um mês em que muitos põe um sorriso diferente, mas que não é para sempre, é só porque é o mês do Natal
Mas, infelizmente, nem todos conseguem essa maquilhagem anual, uma vez que os comerciantes capturaram o Natal, para o tornarem num mês de desenfreado consumismo
Aqueles que não conseguem acompanhar esse despesismo, só lhes resta desesperar, por as prendas não puderem comprar
A troca de prendas tornou-se quase obrigatória, e isso faz com que muitas pessoas, em vez de um Natal em festa, tenham um Natal amargurado
As exigências de filhos e netos faz com que alguns pais e avós tenham um Natal muito triste, por não terem possibilidades de lhes comprarem prendas para colocarem no sapatinho
Dezembro já ia avançado, uma Senhora entrou no comboio, ainda não ia apinhado, as portas ainda fechavam, não tinha posto o sorriso do Natal, mal se sentou, tirou da mala uma calculadora, uma esferográfica e uma folha de papel com nomes e números
Fazia contas à vida, tentava encaixar as pendas de Natal, no subsídio de Natal
Contas e mais contas, nos intervalos arrepelava os cabelos, falava sozinha, perguntava a si mesma o que fazer, foi assim toda a viagem, e não conseguiu aprovar o orçamento
Hoje, todos somos bombardeados com publicidade, cada vez mais apelativa, capaz de nos influenciar na compra de mais coisas, mesmo que não necessitemos delas
Muitas crianças não conseguem compreender a razão por que pais e avós não lhes compram o que eles querem, a sua tenra idade, ainda não lhes permite perceberem as dificuldades por que passam as suas famílias
O Mundo, infelizmente, será sempre muito desequilibrado, com muitos muito pobres e poucos muito ricos, que têm mais que todos os muitos muito pobres!
Neste mês de reflexão, pensemos nos que não têm nada, na maneira como os poderemos ajudar, não com esmolas, mas com direitos
Os políticos incompetentes, incapazes de fazerem reformas, que poderiam tornar o mundo melhor, optam por dar esmolas, numa tentativa de enganar os eleitores
Mas, pior que ser enganado, nos países onde se pode votar, é viver sob regimes autoritários, onde não se pode abrir a boca
Para todas e todos, um Feliz Natal e um Ano Novo próspero.
José Silva Costa
Passou o Natal
Amanhã, já ninguém se lembrará
De desejar um Feliz Natal
De colher uma flor para beijar
De pronunciar o verbo amar
A correria vai-nos obrigar a nem para o outro olhar
A competição, não perder o lugar, a ambição
Não nos permitem ao outro dar a mão para se levantar
Para o ano, vamo-nos, novamente, do Natal, lembrar
Ah! Como a publicidade gosta do Natal
E de todos os momentos que massajam o coração
O consumismo, sempre, à mão
Para alegrar o Natal de toda a população
Ao menos, todos têm, um dia no ano
Para se esquecerem da solidão
Para se esquecerem dos filhos e dos netos
Que lhes levou a emigração
Sempre tão lembrados, pela Nação
Quando mandam, para os Bancos, as suas economias
Para ajudarem a pagar os juros da dívida
Que não é para pagar, mas para gerir
Uma dívida, que já faz parte do nosso sorrir
Ano após ano, tantos milhões, tantas promessas
Mas, os milhões de pobres não diminui
Mas, para o ano é que é!
Vamo-nos ver livres do vírus
Vamos ficar mais ricos
Vamos ser mais solidários
Vamos voltar a sorrir, apertar a mão, beijar, abraçar, ouvir os corações.
José Silva Costa
Prendas!
O natal é um época de amor e fraternidade
Todos desejamos uns aos outros: bom Natal, bom ano novo
Mas, a pouco-e-pouco, devido aos excessos, tornou-se num tempo de muita angústia
A publicidade criou-nos, desnecessários, consumos
Muitas pessoas não têm possibilidades de acompanhar este consumismo
A troca de prendas tornou-se obrigatória
Sem que ninguém tenha coragem de dizer que o espírito natalício não é esse
Infelizmente, já há muitos anos, assisti ao desespero de uma Senhora
Que não conseguia conciliar o número da lista de prendas com o dinheiro disponível
Passámos quase uma hora, no comboio, lado a lado, e eu não consegui ficar indiferente ao seu sofrimento
Muitas vezes, para atulharmos as casas de coisas inúteis, para acumularem pó
Como é que se passou de oito a oitenta?
Antigamente não havia, ou eu não tinha conhecimento desta loucura de “enterrarem” as crianças em prendas
Não têm espaço, nem tempo para respirarem, não dão valor ao que lhes é oferecido
Estamos a dar-lhes um mau exemplo, dando-lhes a entender que vivem num paraíso
Que podemos continuar a viver neste desperdício de usar e deitar fora
Uma grande contradição com o que defendemos: a sustentabilidade do planeta, dizendo que temos de reduzir, reciclar, reutilizar
Temos o dever de dar o exemplo, aos nossos filhos e netos, na utilização dos recursos, para que estejam preparados para a mudança que está em curso, cujos efeitos ninguém sabe
Podemos ter um bom Natal, sem ser preciso estragar o que mais tarde nos pode fazer falta.
Um feliz Natal, para todos, com saúde e amor.
José Silva Costa
Dia dos namorados
Dia de todos os encantados
Com aquela, ou aquele que escolheram para partilhar o coração
Para os bons e maus momentos
Um dia para comemorar o melhor que temos: o amor
Uma flor para dar a todos, e em qualquer momento
A todas e todos sem exceção
A palavra de toda a atenção
A palavra que todos trazem na mão e nos lábios
Um aperto de mão, ou um beijo
Um cumprimento universal
De admiração, de boas-vindas, de fraternidade
Uma manifestação de apreço
Mas, quando todo o corpo participa nessa manifestação
Pode ser sinal de que poderá ter sido encontrada, a metade que lhe faltava.
José Silva Costa
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