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“O meu conto de Natal”
A pedido da nossa colecionadora de Contos de Natal, imsilva, do blogue : Pessoas e Coisas da Vida
https://imsilva.blogs.sapo.pt
Este ano, o Pai Natal está muito triste, por não ter conseguido comprar as prendas, para os meninos e meninas
Mandou, para todos os pais, uma mensagem, porque, também não tinha papel para escrever cartas, pedindo desculpa por não poder visitar os seus lares, descer pela chaminé e entregar as prendas
Queixou-se destes tempos difíceis, de muitas guerras, com muitas casas destruídas, fazendo com que as meninas e os meninos não tenham chaminés, onde colocar os sapatinhos, o que o fez ficar, ainda, mais triste, dizendo que uma desgraça nunca vem só
Já não bastava não haver brinquedos, e ainda destruíam as chaminés
Estava muito preocupado com o que a Natureza lhe tinha dito, com ar de muito zangada, pediu para não estragarmos o resto, senão, cada vez, nos enviará avisos mais violentos:
Ciclones, cheias, incêndios, terramotos, vulcões, nevões: tudo o que seja preciso, para nos fazer parar a destruição, que lhe estamos a causar
Para a Natureza não é admissível que proíbam as crianças e os adultos de saírem de casa, por o ar, em certas cidades, estar irrespirável
Não compreende a vaidade de termos casas com 1.000 m2, carros com 500 cavalos, querermos conhecer o mundo, viajando de avião, por todo o lado, todos os dias trocar de telemóvel, computador ……………
Em Portugal, todos os anos, morrem 200.000 pessoas devido à poluição do ar
O Pai Natal, também, está muito preocupado com a falta de água. Em certas regiões há anos que não chove, os animais e as pessoas não têm água para beber
Assim, pede a todos que não desperdicem nem água, nem alimentos, nem brinquedos, nem roupas, nem sapatos porque é preciso tudo poupar, para ver se a Natureza se consegue regenerar
Este ano, os contentores do lixo não vão ficar a transbordar de embalagens de cartão, porque não há prendas para desembrulhar
Todos se podem, mais cedo, deitar, sem o nervosismo de pela meia-noite esperar
O consumismo pode não ter vindo para ficar, se a Natureza, um dia, com tudo isto acabar
Não há dúvida de que se regenerará, não sabemos a que preço será, nem quando isso acontecerá
Para todos um bom Natal, no acolhedor e doce lar, e que com o próximo ano venha a Paz, muita saúde e alegria.
José Silva Costa
Dezembro
Um mês em que muitos põe um sorriso diferente, mas que não é para sempre, é só porque é o mês do Natal
Mas, infelizmente, nem todos conseguem essa maquilhagem anual, uma vez que os comerciantes capturaram o Natal, para o tornarem num mês de desenfreado consumismo
Aqueles que não conseguem acompanhar esse despesismo, só lhes resta desesperar, por as prendas não puderem comprar
A troca de prendas tornou-se quase obrigatória, e isso faz com que muitas pessoas, em vez de um Natal em festa, tenham um Natal amargurado
As exigências de filhos e netos faz com que alguns pais e avós tenham um Natal muito triste, por não terem possibilidades de lhes comprarem prendas para colocarem no sapatinho
Dezembro já ia avançado, uma Senhora entrou no comboio, ainda não ia apinhado, as portas ainda fechavam, não tinha posto o sorriso do Natal, mal se sentou, tirou da mala uma calculadora, uma esferográfica e uma folha de papel com nomes e números
Fazia contas à vida, tentava encaixar as pendas de Natal, no subsídio de Natal
Contas e mais contas, nos intervalos arrepelava os cabelos, falava sozinha, perguntava a si mesma o que fazer, foi assim toda a viagem, e não conseguiu aprovar o orçamento
Hoje, todos somos bombardeados com publicidade, cada vez mais apelativa, capaz de nos influenciar na compra de mais coisas, mesmo que não necessitemos delas
Muitas crianças não conseguem compreender a razão por que pais e avós não lhes compram o que eles querem, a sua tenra idade, ainda não lhes permite perceberem as dificuldades por que passam as suas famílias
O Mundo, infelizmente, será sempre muito desequilibrado, com muitos muito pobres e poucos muito ricos, que têm mais que todos os muitos muito pobres!
Neste mês de reflexão, pensemos nos que não têm nada, na maneira como os poderemos ajudar, não com esmolas, mas com direitos
Os políticos incompetentes, incapazes de fazerem reformas, que poderiam tornar o mundo melhor, optam por dar esmolas, numa tentativa de enganar os eleitores
Mas, pior que ser enganado, nos países onde se pode votar, é viver sob regimes autoritários, onde não se pode abrir a boca
Para todas e todos, um Feliz Natal e um Ano Novo próspero.
José Silva Costa
As minhas flores
As flores que me deste
São lindas, perfumadas
De um amor celeste
Duas Rosas e um Cravo
Que bonitas prendas me ofereceste!
Frutos do calor do nosso amor
Mesmo que quisesse partilhar as dores
Foste tu, meu amor, que as suportaste
Mas, dar vida a novas flores tudo merece
Vê-las crescer, florescer, a primeira palavra dizer
E, essa é, sempre, para ti: Mãe! Mãe! Mãe! Mãe!
Não há palavra que igual o doce da palavra Mãe
As nossas flores já deram as suas flores
Mais quatro rosas e um cravo
Mais perfume perfumado
Cumprimos com a natureza
Acrescentámos, ao mundo, beleza.
José Silva Costa
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