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Praias
Em Abril o sol é mais feliz
São muitas horas de sol
Os teus olhos são a luz dos dias
Há cegonhas esguias
Que chocam os ovos nos ninhos, quentes
No silêncio de um céu transparente
As praias estão cheias de gente
Tu és o culpado desta enchente
Mas alguns vão na corrente
O mar podia ser mais prudente
Já que as pessoas nem sempre o são
A culpa é toda tua!
Quando aqueces, as pessoas esquecem-se
Que o mar é muito perigoso
Só pensam em refrescar-se
O que lhes dá muito gozo
Tanto faz ser jovem, ou idoso
Mas, tu oh sol radioso!
Que és tão sensato e bondoso
Não permitas que o mar seja tão manhoso
Que leve as pessoas ao engodo
Não aqueças, quando vires que o mar está perigoso
Vais ver que deixamos de ver, todos os anos, esta mortandade
De pessoas, ainda, na juventude da idade
Que deixam tantas saudades
E causam tanta tristeza e dor
A vida não tem preço, mas tem muito valor.
José Silva Costa
Maio
Maio maduro maio
Sol quente raiado
Flores por todo o lado
Um perfume empoeirado
Sardinheiras no beirado do telhado
As abelhas no seu bailado
O sol chega à noite cansado
São muitas horas a aquecer o relvado
As manhãs acordam de peito inchado
A temperatura sobe ao sobrado
E o trânsito ficou bloqueado
Todos querem, nas praias, um bocado
O calor está muito torrado
Excedeu-se no bronzeado
O vento continua calado
Alguém tem de dar conta do recado!
O Orçamento será hoje aprovado
Com a maioria absoluta está tudo controlado
Está bastante atrasado
O do ano que vem já deveria estar a ser gizado
Mas, com tanta inflação não há antevisão
Não vale a pena fazer a previsão
Melhor seria fazer o Orçamento, para o próprio ano, depois do verão
Quando aquece o coração
E os aumentos dos ordenados e das pensões subirão acima de um tostão
Para fazer face ao aumento do pão
Para acabar com a contestação
Mas as greves continuarão!
José Silva Costa
Verão cinzento
Há nuvens negras, neste agosto cinzento
Há quem tenha de trabalhar
Todos os dias, de sol a sol, para angariar o sustento
Há quem viva à conta do Orçamento
Que busque, lá fora, o que não tem cá dentro:
Espetadores, porque as praias têm estado entregues ao tempo
Que tenha forçado um evento
Para uma exibição contra o momento
Que exemplo!
A política deveria ser um exercício exemplar
Mas, tornou-se num espetáculo nojento
Muito pouco compatível com este tempo
Em que, muitos povos, correm de um lado para o outro
À procura de segurança, pão, casa, paz
À procura de um coração que os abrace
À procura de um sítio onde nasça a esperança.
José Silva Costa
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