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O futuro é hoje (11)
A idade da reforma poderá baixar para os 66 anos
Uma boa notícia, não fosse a causa, a diminuição da esperança de vida
Que o covid-19 veio provocar
Maldito vírus que não nos quer largar
O Ministro, passageiro, finalmente, caiu do poleiro
Há muito que o deveria ter largado
Mas, a oportunidade, ainda, não tinha chegado
A poucos dias da campanha eleitoral
É preciso convencer os eleitores de que tudo vai mudar
Para melhor! Porque para pior já basta assim
O capitão já os tinha avisado
Quem se portasse mal, não tinha o contrato renovado
Dois em uma, dos dois não fica nenhum
Porque é preciso agilizar o novo Governo
Um Governo menos numeroso, se possível melhor
O adversário é poderoso: uma grande surpresa
Já o tinham dado como morto, mas ressuscitou
Até o Presidente recebeu, em audiência, o seu sucessor
Para acertarem as agulhas e escolherem o calendário
Mas, a ressurreição a tudo veio pôr um travão
Como o homem parece ter sete foles!
O adversário ficou um pouco em confusão
Lá terá de alterar o discurso e a disposição
Com esta carta fora do baralho é que ninguém estava a contar
Já deu provas de nem tudo acatar
Para aqueles que já tinham tudo cozinhado, foi um grande azar
É o que dá, saber dos furtos e não atuar
Bastou uma Freguesia para o Presidente mudar
Vamos ver o que o trinta-e-um nos vais mostrar.
José Silva Costa
Amor & guerra (25)
A Bárbara, quando soube da publicação e do conteúdo do livro do General António de Spínola, ficou muito arrependida de ter ficado em Luanda, porque desde que viu como os pais foram assassinados, que nunca mais se sentiu segura, em Angola
Naquela casa, felizmente, mais ninguém tinha visto as barbaridades a que ela assistiu
Por isso, estavam muito mais confiantes que ela, numa transição pacífica, coisa que para ela era impossível, para mais com três movimentos: três galos para um poleiro!
Fosse qual fosse a solução, que a história escolhesse para o fim da guerra contra Portugal, não seria fácil um entendimento entre os três movimentos
Depois de marcado o casamento, no Registo Civil, o Carlos, a Mequilina e o Miguel apanharam camioneta para Vieira do Minho, para informarem, a Mariana e o João, de tantas e boas novidades
Foi uma excelente surpresa, quando viram o Carlos, a caminhar, como se não tivesse nada, acompanhado da Mequilina e do Miguel
Mariana quis saber e ver como funcionava a prótese, porque da última vez, que tinha visto o filho, não se tinha apercebido da amputação, tendo sabido pelo marido
O Miguel começou por informar, os pais, a data do casamento, acrescentando que casariam só pelo Registo Civil
Os pais ficaram um pouco tristes, porque estavam habituados a que todos casassem pela igreja. Mas, devido à circunstância de já terem um filho, aceitaram a decisão dos noivos
De seguida informou-os sobre o emprego, que os ex-patrões da Mequilina lhe tinham arranjado, e o que ia fazer. Só faltava saber para onde iam viver, uma vez que ainda não tinham tido tempo para procurar casa
Tinha de ser uma escolha e uma decisão dos dois. Gostavam de conseguir alugar uma casa, que fosse um lugar agradável, para os três
O casamento foi uma cerimónia simples, até porque não tinham dinheiro para grandes despesas
Gostavam de ficar mais uns dias nas suas terras, com os seus pais, o Miguel queria estar mais tempo com os avós, principalmente os paternos, que mal conhecia
Mas a vida é mesmo assim! Não ficamos onde gostamos, temos de ir à procura duma melhor vida, que até pode ser pior, mas é onde temos possibilidades de obter mais rendimentos, para fazer face às duras dificuldades da vida
Dois dias depois, apanharam o comboio, para Lisboa. O Miguel ficou encantado com a viagem, pela primeira vez, deu atenção à paisagem
Ficaram numa pensão, enquanto não alugaram a casa. Não conseguiram alugar casa, em Lisboa, para onde o Carlos iria trabalhar, tiveram de ir viver para a Amadora, onde as rendas eram mais baixas.
Continua.
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