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Rua!
Vives na rua
À luz da lua
Na indiferença, nua
De quem passa
Olha para o lado
Para não ver o frio duro
Que te agasalha
No aconchego
Das pedras da calçada
Com as estrelas como almofada
Em lençóis românticos, deitada
Sonhando com um mundo de fada
Que não tem data anunciada!
Prometido em cada eleição, marcada
Mas, as legislaturas passam, e nada!
Tu aguardas desesperada
Por uma mão amada
Que te ajude a subir a, social, escada.
José Silva Costa
Maio
Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!
Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos
Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar
Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear
Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar
Não há mês como este para nos levar ao altar
Quem me dera que todo o ano fosse Maio
Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto
Sem chuva, sem frio, sem vento
Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar
Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar
Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres
Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão
Sem saber da realidade, dura e crua
Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente
Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa
A amizade!
José Silva Costa
Fretes
25/11/1975
O ano do início da consolidação da democracia
Por que até aí, ninguém sabia para onde é que a revolução pendia
Quarenta e três anos depois
Os nossos votos não passam de um a cortina de fumo, para elegermos os representantes do grande capital
Criaram a CRESAP, que nos custa milhões, com a função de escolher os melhores, para a Administração Pública
Mas, quem manda são os donos disto tudo
No último congresso do PS, Catroga exigiu a substituição do Secretário de Estado das energias
Que estava a fazer um bom trabalho para os contribuintes e péssimo para a EDP
Costa aproveitou a confusão de Tancos, que nunca saberemos se houve roubo ou não
Para uma remodelação governamental, incluindo a substituição do Secretário de Estado, pela EDP, indesejado
Há sempre uma empresa Galamba, pronta para todos os fretes
Assim, como há sempre, profissionais ou amadores, para furar greves
A EDP está repleta de administradores inválidos da política: Catroga, Cardona …….
Que, na CGD, fez um trabalho exemplar, um prejuízo de muitos milhões, que tivemos de pagar
Há quarenta e três anos foi tudo nacionalizado, passados uns anos foi tudo reprivatizado
Atualmente é tudo da República da China
Passado quase meio século, continua a economia a mandar
E, nós desejamos, que amanhã vejamos nascer um novo dia.
José Silva Costa
PS. O dia em que o Reino Unido saíu da UE., por achar que a solidariedade não é paz.
Balanço
Com quase meio século de democracia
O país, este estado, não merecia
Apesar de todas as grandes empresas mundiais quererem, aqui, centros de excelência, construir
Continuamos com mais de dois milhões de pobres, enterrado em corrupção e desigualdades
Morremos nas estradas, em derrocadas, em incêndios, por falta de infraestruturas
Estamos na cauda da Europa, de onde não conseguimos descolar
Ainda temos cento e vinte e tal por cento de dívida pública, para pagar
E, já os espanhóis nos estão a empurrar, para um feito exemplar
Não nos bastavam os nossos heróis!
Organizar a três, um mundial de futebol, Portugal, Espanha, Marrocos
Até que, enfim, aí está uma estratégia dos estadistas europeus
Para acabar com o desespero, a pobreza, a emigração do continente africano
Assim, os africanos já não precisarão de se atirar ao mar, para nos virem cumprimentar
Não temos emenda, o que gostamos é de obras de fachada, às quais batemos palmas
Não temos problemas em nos endividarmos, seja o Estado, sejam os particulares
Gastamos, como se o dinheiro caísse do céu e corresse do telhado!
Quando os agiotas, sempre prontos a emprestarem-nos mais do que o que pedimos, desconfiam, que já não teremos capacidade de lhes pagar, fecham-nos a torneira
Então, lá vamos nós, de chapéu na mão, chorar no ombro do FMI
Como bom amigo obriga-nos a comer pela sua mãozinha, fazendo-nos, capital e juros, pagar com língua de palmo
Mas, mal nos libertemos do seu pezinho no nosso pescoço, voltamos ao mesmo, sem que tenhamos aprendido a lição, por falta de juízo.
José Silva Costa
Esquemas
O Orçamento do Estado
Cada um a pensar no seu eleitorado
Não há o mínimo de sentido de Estado
O Orçamento é um documento esfrangalhado
Aqui e além retalhado, o futuro é ignorado
O que interessa é embebedar o eleitorado
Este país vive, sempre, no caos, nunca estruturado
A saúde, a educação e a justiça estão cada vez mais degradadas
Hospitais privados nascem como cogumelos
No entanto, a geringonça canta grandes vitórias
Bloco de Esquerda, para esbater as desigualdades, conseguiu uma redução, nas propinas, para todos
Assim, algumas meninas e meninos terão mais duzentos euros, para os festivais de verão
Partido Comunista Português, um aumento, igual, para todos os funcionários públicos, nem que seja um cêntimo
Segundo estes partidos, poderia ser muito mais, se não fosse a obcecação de pagar a dívida e o controlo do défice!
Partido Socialista, congratula-se por nunca este jardim, à beira mar plantado, ter estado tão florido
Mais de dois milhões de pobres, os serviços públicos entupidos, marcação de consultas com três anos de espera, horários suprimidos por falta de comboios, consultas e cirurgias adiadas por greves, todos os dias.
Quando confrontados com a realidade, respondem com os programas vinte, vinte, quarenta, quarenta, cem, cem, carregados de milhões, que ninguém sabe para onde foram ou em que cofres estão.
José Silva Costa
Tanto trabalho, para tão poucos dias!
Estou de acordo com as trinta e cinco horas
Não nascemos, para, só, trabalhar
Também temos o direito de, o mundo, olhar
Por que razão só pensa em, os dividendos, aumentar?
Com as novas tecnologias, não está sempre a produção a aumentar!
Todos têm direito a um posto de trabalho
O desemprego só gera desigualdades
Quem é que não se sente inferior por não conseguir contribuir para a produtividade?
Portanto, menos horas de trabalho! Ocupação para todos
Já basta, quererem que nos reformemos aos cem anos!
A história da sustentabilidade está muito mal contada
Os jovens têm direito a sonhar com realizações, que só o trabalho lhes pode dar
Para quê, com trabalho, os velhos, matar?
Deixem-nos, ao menos, uns minutos descansar, quando já não podem andar
Ninguém cá vai ficar, mesmo que queira este e o outro mundo abarcar!
Vamos, o Planeta, ajudar, não estragando hoje, o que amanhã nos faltará
O desperdício é o nosso pior vício, com a fantasia de que isso, mostra ao outro que existo
Mais solidariedade, mais humildade, mais humanidade é o que precisamos, na realidade
Quanto mais o fosso entre ricos e pobres diminuir, mais a alegria nos vai unir
A alegria de ver mais gente feliz, faz um Mundo novo emergir
Ninguém encafuado, em muros, condomínios, arame farpado ou assustado, se sente realizado
Este pequeno e pobre espaço, de todos, por todos tem de ser bem dividido e administrado.
José Silva Costa
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