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Paragem

por cheia, em 20.03.23

Paragem

Há três anos o mundo parou todo ao mesmo tempo, um inédito acontecimento

Foi uma grande contrariedade que nos vai por muito tempo afetar

Bem queríamos passar pelos intervalos dos pingos da chuva

Já nos bastaram as restrições, o afastamento dos ente-queridos, o confinamento

Mas, infelizmente, temos de pagar as consequências da grande paragem

Não saímos disto: 2008, 20014, 2020, 2022, quando pensamos que é desta que nos erguemos, levamos novo abanão

Como não há uma sem duas, o Putin achou que, depois da pandemia, era a melhor altura para abocanhar o resto da Ucrânia

A inflação já nos vinha a perseguir, e com a pandemia aproveitou para acelerar, para os mais pobres, ainda, mais empobrecer

Quando abriram as portas do mundo, ninguém quis saber dos efeitos de termos estado todos parados

Todos correram a fazer o que os impediram, durante tanto tempo de fazerem, e que tanto os deprimiu

Tinham poupado algum dinheiro era preciso gastá-lo, antes que ficasse fora de prazo

Comprar roupa e calçado, viajar, ao restaurante ir almoçar e jantar, para o tempo recuperar

Com a procura a superar a oferta, a inflação não dá sinais de abrandar

Com os Bancos e os Governos a faturarem e a esfregarem as mãos de contentes, que fazer aos descontentes?

Deram-lhes umas migalhas, para continuarem a dar trabalho aos dentes

A inflação é uma menina indomável, com quem os economistas não sabem como lidar

Dizem que é como a pasta de dentes, que depois de sair do tubo, dificilmente volta entrar

No princípio a causa da sua subida foi o preço da energia, que já baixou para o nível antes da guerra, mas ela continua nos altos pireneus

Aqueles que têm como missão fazê-la baixar para os dois por cento, sem saber o que fazer, perguntaram aos computadores como proceder

Obtiveram como resposta: subam os juros até os consumidores perceberem que a pandemia e guerra exigirão sacrifícios, por mais uns tempos, e disseram mais, estão muito mal habituados, antigamente contentavam- se com os legumes e frutas da época, hoje comem de tudo todos os dias

E, também, têm de perceber, que o clima está a mudar, quem não tem estufas aquecidas, não faz as alfaces, os tomates, os pepinos……., no inverno, crescerem

Espero que o doente não morra da cura, os bancos estavam todos contentes por subirem os juros dos empréstimos e não pagarem nada pelos depósitos, mas já começaram a tremer

É certo que algumas pessoas continuam a proceder como se nada tivesse acontecido, senão os destinos de férias da Páscoa não estariam todos esgotados

Mas não é a subirem os juros à bruta, que vão fazer a inflação descer, sem matarem a economia, que tem muito que se lhe diga.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

  

 

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publicado às 07:25

Mar morto

por cheia, em 13.03.23

Mar morto

Oh bonita e formosa Europa!

Os teus nem sempre te dão o teu devido valor

Mas não falta quem queira em ti viver

Arriscam tudo, sujeitam-se até a morrer

Metem-se em pequenos barcos para em ti entrar

Nada os faz parar, querem encontrar onde sonhar

Muitos têm pago com a vida o sonho de viver

O teu mar tornou-se num grande cemitério

Mas quem foge da fome, da guerra, de nada tem medo

A vida de quem tem sonhos é um grande enredo

Não pode toda a vida esperar, mais tarde ou mais cedo

Faz-se ao mar, semeia todas as esperanças, para colher os sonhos

Nem todos os querem acolher, mas não os podemos deixar no mar morrer

Melhor seria que pudessem viver onde nasceram

Mas, para isso era preciso que houvesse equilíbrio entre pobres e ricos

Cooperação, solidariedade, menos vaidade, desperdiço e mais humanidade

Ninguém é feliz rodeado de esfomeados, maltratados, explorados

Para muitos a vida é feita de muitos riscos

Outros só conhecem o paraíso

Infelizmente, os donos do Mundo estão, de novo, em grande competição, para encontrarem o vencedor

Até o vencedor ser encontrado, vão matando, a-torto-e-a-direito, sem dó nem piedade

Acima de tudo está o seu poder e a sua vaidade.

José Silva Costa

 

 

 

  

 

 

 

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publicado às 07:54

Nomes & números

por cheia, em 19.12.22

Dezembro

Um mês em que muitos põe um sorriso diferente, mas que não é para sempre, é só porque é o mês do Natal

Mas, infelizmente, nem todos conseguem essa maquilhagem anual, uma vez que os comerciantes capturaram o Natal, para o tornarem num mês de desenfreado consumismo

Aqueles que não conseguem acompanhar esse despesismo, só lhes resta desesperar, por as prendas não puderem comprar

A troca de prendas tornou-se quase obrigatória, e isso faz com que muitas pessoas, em vez de um Natal em festa, tenham um Natal amargurado

As exigências de filhos e netos faz com que alguns pais e avós tenham um Natal muito triste, por não terem possibilidades de lhes comprarem prendas para colocarem no sapatinho

Dezembro já ia avançado, uma Senhora entrou no comboio, ainda não ia apinhado, as portas ainda fechavam, não tinha posto o sorriso do Natal, mal se sentou, tirou da mala uma calculadora, uma esferográfica e uma folha de papel com nomes e números

Fazia contas à vida, tentava encaixar as pendas de Natal, no subsídio de Natal

Contas e mais contas, nos intervalos arrepelava os cabelos, falava sozinha, perguntava a si mesma o que fazer, foi assim toda a viagem, e não conseguiu aprovar o orçamento

Hoje, todos somos bombardeados com publicidade, cada vez mais apelativa, capaz de nos influenciar na compra de mais coisas, mesmo que não necessitemos delas

Muitas crianças não conseguem compreender a razão por que pais e avós não lhes compram o que eles querem, a sua tenra idade, ainda não lhes permite perceberem as dificuldades por que passam as suas famílias

O Mundo, infelizmente, será sempre muito desequilibrado, com muitos muito pobres e poucos muito ricos, que têm mais que todos os muitos muito pobres!

 Neste mês de reflexão, pensemos nos que não têm nada, na maneira como os poderemos ajudar, não com esmolas, mas com direitos

Os políticos incompetentes, incapazes de fazerem reformas, que poderiam tornar o mundo melhor, optam por dar esmolas, numa tentativa de enganar os eleitores

Mas, pior que ser enganado, nos países onde se pode votar, é viver sob regimes autoritários, onde não se pode abrir a boca

Para todas e todos, um Feliz Natal e um Ano Novo próspero.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 08:00

9 euros

por cheia, em 07.11.22

9 €, por dia!

 

Mais de metade dos pensionistas recebe menos de 275 €

Estes pensionistas receberam pouco mais do que os 125 €, que foram dados a quem está no ativo, com rendimentos até 2.700 €

Os grandes beneficiados foram os que têm chorudas pensões!

A Revista Sábado nº 962 de 5 a 12 de outubro diz que um estudo identificou 35 regimes especiais de pensões

Pública as fotografias de 9 individualidades, entre elas só uma Senhora, e as respetivas pensões, que são por ordem decrescente: €49.000, €27.000, €15.000, €13.607, €9.960, €8.551, €7.225, €6.000, €2.900

Como é que o Governo, para atribuição dos 125 €, estabeleceu e bem um limite de 2.700 €, e para os pensionistas decidiu atribuir meia pensão para todos, com exceções?

Não seria muito mais justo excluir quem tem uma reforma de luxo, e atribuir em vez de meia uma pensão a quem recebe menos de 275 €?!    

Com esta distribuição dos rendimentos, caminhamos para um, cada vez, maior fosso entre os muito ricos e os muito pobres

Uma triste realidade que a todos nos devia envergonhar, mas preferimos olhar para o lado

Resta-nos o seguro de vida, que o Primeiro-Ministro nos fez, para o ano de 2023, pelo menos, por um ano estamos garantidos. Depois é esperar pelo ano das eleições legislativas, em que costumam dar um rebuçado, para ver se veem o mandato renovado.

 

José Silva Costa

 

    

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:00

Tudo gratuito!

por cheia, em 08.09.22

Tudo gratuito!

Tudo o que é gratuito tem tendência a fazer com que haja desperdícios

Em rigor não há nada gratuito!

Tudo gratuito, para todos, sejam ricos ou pobres!

São as novas promoções, dos partidos políticos, para a nova temporada de Outono/Inverno!

Uns oferecem creches gratuitas para todos e serviços de saúde gratuitos, para alguns

Outros oferecem transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias

Há quem não possa oferecer nada, mas promete a possibilidade de escolha na educação, na saúde, etc.

Quando lemos as letras pequeninas dos folhetos da propaganda, ficamos a saber que as creches gratuitas para todos, afinal são só para os que nasceram a partir de 2022, cujos pais consigam vagas nos serviços públicos ou instituições particulares de solidariedade social, para os que tenham de ir para as creches privadas, só será a partir de Janeiro

As Câmaras mais ricas propagandearam transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias, não sei se as outras as conseguirão acompanhar, ou se continuaremos com o habitual: “ Portugal é Lisboa e o resto é paisagem”

Para os reformados pode ser uma ajuda para passarem umas horas, de um lado para o outro, sem pensarem como enfrentar a inflação

Também temos os que nos querem enganar, dizendo que podemos escolher os hospitais, os estabelecimentos de ensino …….!

O que querem é que todos paguem, para que os seus filhos estudem nos colégios das elites, pagos, também, por quem nunca verá lá os filhos

Se querem serviços diferenciados, de saúde, de educação, seja do que for, paguem-nos!

Não nos queiram enganar com opções de escolha, que não temos

Não estou a ver as pessoas, das aldeias e montes do interior do país, com possibilidades de escolherem o Hospital da Luz, da Cuf ………….

Nem para os filhos escolherem o Charles Pierre, a Escola Alemã, o Cambridge school……

Numa altura em que os serviços públicos de saúde não conseguem dar resposta a algumas especialidades, vinha mesmo a calhar, a possibilidade de todos sermos ricos, de podermos escolher onde queremos ser tratados. Mas, infelizmente, as escolhas são poucas, e mesmo para os que as podem fazer, alguns, quando já não interessam aos privados, são enviados para o Serviço Nacional de Saúde, que é onde todos são atendidos   

Acontece, que muitos cheques-dentista não são utilizados, não sei se por desleixo, por pouca adesão por parte dos médicos dentistas, ou porque os pais não têm tempo para irem com os filhos ao dentista

Há quem tenha de trabalhar, todos os dias, para que não falte, pelo menos, o pão na mesa!

José Silva Costa

 

 

  

 

 

 

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publicado às 07:56

Rua!

por cheia, em 10.11.19

Rua!

 

Vives na rua

À luz da lua

Na indiferença, nua

De quem passa

Olha para o lado

Para não ver o frio duro

Que te agasalha

No aconchego

Das pedras da calçada

Com as estrelas como almofada

Em lençóis românticos, deitada

Sonhando com um mundo de fada

Que não tem data anunciada!

Prometido em cada eleição, marcada

Mas, as legislaturas passam, e nada!

Tu aguardas desesperada

Por uma mão amada

Que te ajude a subir a, social, escada.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 19:34

A amizade

por cheia, em 26.05.19

Maio

Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!

Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos

Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar

Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear

Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar

Não há mês como este para nos levar ao altar

Quem me dera que todo o ano fosse Maio

Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto

Sem chuva, sem frio, sem vento

Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar

Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar

Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres

Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão

Sem saber da realidade, dura e crua

Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente

Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa

A amizade!

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 19:32

Fretes

por cheia, em 25.11.18

Fretes

25/11/1975

O ano do início da consolidação da democracia

Por que até aí, ninguém sabia para onde é que a revolução pendia

Quarenta e três anos depois

Os nossos votos não passam de um a cortina de fumo, para elegermos os representantes do grande capital

Criaram a CRESAP, que nos custa milhões, com a função de escolher os melhores, para a Administração Pública

Mas, quem manda são os donos disto tudo

No último congresso do PS, Catroga exigiu a substituição do Secretário de Estado das energias

Que estava a fazer um bom trabalho para os contribuintes e péssimo para a EDP

Costa aproveitou a confusão de Tancos, que nunca saberemos se houve roubo ou não

Para uma remodelação governamental, incluindo a substituição do Secretário de Estado, pela EDP, indesejado

Há sempre uma empresa Galamba, pronta para todos os fretes

Assim, como há sempre, profissionais ou amadores, para furar greves

A EDP está repleta de administradores inválidos da política: Catroga, Cardona …….

Que, na CGD, fez um trabalho exemplar, um prejuízo de muitos milhões, que tivemos de pagar

Há quarenta e três anos foi tudo nacionalizado, passados uns anos foi tudo reprivatizado

Atualmente é tudo da República da China

Passado quase meio século, continua a economia a mandar

E, nós desejamos, que amanhã vejamos nascer um novo dia.

José Silva Costa

PS. O dia em que o Reino Unido saíu da UE., por achar que a solidariedade não é paz.

 

 

 

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publicado às 18:42

Balanço

por cheia, em 22.11.18

Balanço

Com quase meio século de democracia

O país, este estado, não merecia

Apesar de todas as grandes empresas mundiais quererem, aqui, centros de excelência, construir

Continuamos com mais de dois milhões de pobres, enterrado em corrupção e desigualdades

Morremos nas estradas, em derrocadas, em incêndios, por falta de infraestruturas

Estamos na cauda da Europa, de onde não conseguimos descolar

Ainda temos cento e vinte e tal por cento de dívida pública, para pagar

E, já os espanhóis nos estão a empurrar, para um feito exemplar

Não nos bastavam os nossos heróis!

Organizar a três, um mundial de futebol, Portugal, Espanha, Marrocos

Até que, enfim, aí está uma estratégia dos estadistas europeus

Para acabar com o desespero, a pobreza, a emigração do continente africano

Assim, os africanos já não precisarão de se atirar ao mar, para nos virem cumprimentar

Não temos emenda, o que gostamos é de obras de fachada, às quais batemos palmas

Não temos problemas em nos endividarmos, seja o Estado, sejam os particulares

Gastamos, como se o dinheiro caísse do céu e corresse do telhado!

Quando os agiotas, sempre prontos a emprestarem-nos mais do que o que pedimos, desconfiam, que já não teremos capacidade de lhes pagar, fecham-nos a torneira

Então, lá vamos nós, de chapéu na mão, chorar no ombro do FMI

Como bom amigo obriga-nos a comer pela sua mãozinha, fazendo-nos, capital e juros, pagar com língua de palmo

Mas, mal nos libertemos do seu pezinho no nosso pescoço, voltamos ao mesmo, sem que tenhamos aprendido a lição, por falta de juízo.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 21:04

Esquemas

por cheia, em 22.10.18

Esquemas

O Orçamento do Estado

Cada um a pensar no seu eleitorado

Não há o mínimo de sentido de Estado

O Orçamento é um documento esfrangalhado

Aqui e além retalhado, o futuro é ignorado

O que interessa é embebedar o eleitorado

Este país vive, sempre, no caos, nunca estruturado

A saúde, a educação e a justiça estão cada vez mais degradadas

Hospitais privados nascem como cogumelos

No entanto, a geringonça canta grandes vitórias

Bloco de Esquerda, para esbater as desigualdades, conseguiu uma redução, nas propinas, para todos

Assim, algumas meninas e meninos terão mais duzentos euros, para os festivais de verão

Partido Comunista Português,  um aumento, igual, para todos os funcionários públicos, nem que seja um cêntimo

Segundo estes partidos, poderia ser muito mais, se não fosse a obcecação de pagar a dívida e o controlo do défice!

Partido Socialista, congratula-se por nunca este jardim, à beira mar plantado, ter estado tão florido

Mais de dois milhões de pobres, os serviços públicos entupidos, marcação de consultas com três anos de espera, horários suprimidos por falta de comboios, consultas e cirurgias adiadas por greves, todos os dias.

Quando confrontados com a realidade, respondem com os programas vinte, vinte, quarenta, quarenta, cem, cem, carregados de milhões, que ninguém sabe para onde foram ou em que cofres estão.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 07:46


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