Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Os céus!
Os céus estão revoltosos, de cor de fogo
Este inverno parece um inferno
Os elementos revoltaram-se contra os tristes eventos
Não há rosas, nem suaves momentos
Só tempestades e ventos!
Não há brilho, nem sol que nos aqueça
Que despedida mais avessa!
De quem passou, quase todo o tempo, com uma promessa
De que seria um inverno vestido de Primavera
Mas, o homem rasgou a razão e avançou com o canhão
E, os tempos não ficaram indiferentes
Foram ao mal buscar as sementes
Para castigarem todas as gentes
Que colaboraram com mentes doentes
A esperança é que chegue depressa a Primavera
Que traga perfume e amor, e leve a guerra
Que os céus voltem a brilhar, sem poeiras, nem bombas
E se encham de pombas brancas
Que vença a paz!
Já que o homem não é capaz
De olhar para o outro como irmão
Tanto ódio, tanta violência, tanta destruição
Em vez de um abraço e um aperto de mão!
José Silva Costa
Os gritos das crianças!
Bombas rebentam por toda Ucrânia
As crianças gritam, nos colos das mães
Com medo, cheias de aflições
Um abrigo de que só as mães são capazes
Apertam-nos contra o seu peito
Fazendo com que momentaneamente passe o efeito
Mas, nos sonhos, tudo fica desfeito
Acordam aos gritos como se estivessem a ouvir as bombas a rebentar
Não conseguem descansar
As mães acabam por o seu país abandonar
Sem saberem para onde ir, vão, um lugar seguro, procurar
Os pais abdicam de tudo, para que os filhos, em paz, possam criar
Mas, os déspotas, sem coração, são surdos!
Não ouvem nem choros, nem gritos de arrepiar
A sua obsessão é tudo metralhar
Se possível tudo arrasar
Quem pode dizer que está seguro no aconchego do seu lar!
A descansar do muito trabalho que lhe deu a arranjar
Se há quem não saiba o que é sonhar viver em liberdade
Sem peias, nem meias, de que alguns estão, sempre, a relativizar
Sem nos conseguirem explicar
O que querem dizer com a seguinte frase: “amplas liberdades”
Como se a Liberdade se medisse em comprimento ou largura!
Não! A Liberdade não tem condicionantes
Ou há Liberdade, ou não há Liberdade
Não consente meio-termo!
José Silva Costa
Amor & guerra (40)
Frente a frente, os cinco: o pai, as mães e os filhos. Pela primeira vez estavam todos reunidos, na expetativa do que iria acontecer, tendo aceitado aquela reunião, para que soubessem a verdade, e, se possível, voltassem, de novo, a viver em paz
A Bárbara pediu para ser a primeira a falar, pediu desculpa a todos por não ter dito toda a verdade, porque queria que o Carlos sentisse o que tinha sofrido, por ter ficado com uma filha nos braços
Mas pior que criá-la, tinha sido, ter de a ouvir, todos os dias, a perguntar pelo pai, sem que tivesse uma resposta, para tantas e insistentes perguntas
Queria que soubessem que tinha sido ela a aliciar o Carlos, quando percebeu que o Capitão a queria tirar daquela cave, onde se tinha escondido, desde o assassínio dos pais, exigiu que mandasse um soldado para a acompanhar
O Capitão escolheu o Carlos para tentar convencê-la a sair daquele lugar. Tinha-se apaixonado, por ele, desde o primeiro dia em que o viu, na primeira visita que ele lhe fez, mas continuou a recusar-se a sair do buraco, porque continuava com medo de voltar às ruas, onde vira os corpos decapitados, pelos guerrilheiros
Com a continuação das visitas, foi dizendo, ao Carlos, quanto gostava dele, e que a sua companhia faria com que conseguisse dominar os medos, mas ele disse-lhe que não podia namorar com ela, porque já tinha namorada
Não desistiu, dizendo que a qualquer momento se podia mudar de namorada ou de namorado, e que não sairia daquele local, sem que, primeiro, tivessem relações sexuais, convencida de que se ficasse grávida, ele seria obrigado a casar com ela
O seu plano não deu resultado, porque a Companhia saiu da sua terra, antes de saber que estava grávida
Depois de revelar, a todos, o que tinha acontecido, pediu, mais uma vez, desculpa, dizendo que esperava ter provado que o Carlos não tinha tido culpa, e, por isso, merecia ser amado por todos
A Miquelina disse que, por ela, tudo voltaria ao que era antes de saber que o marido tinha uma filha, esperando continuar a ser muito feliz, na companhia do Carlos, que se devia orgulhar de, para além do bonito filho, ter também uma bonita filha
A Sara abraçou-se ao irmão a chorar de alegria, não conseguia esconder a felicidade de ter conseguido encontrar o pai, e de ter feito com que todos ficassem amigos
De seguida abraçou e beijou a Miquelina, a mãe e o pai. Não parava de chorar de alegria, fazendo com que o Miguel a apertasse nos seus braços, pedindo-lhe que não chorasse mais, porque tudo estava esclarecido e que tinham era de continuar, todos, a ser amigos.
Fim.
70 Anos
Setenta anos a dialogar
Para as armas calar
Não compreendo os que andam a gritar
Para sairmos do Euro, e as fronteiras fechar
Com o falso pretexto de mantermos a nossa independência
Como se fosse melhor o isolamento, do que a cooperação
O que lhes vale é a pouca politização
De quem os ouve
Com a proposta: “ uma política patriótica”
Seja lá o que isso for
Sem preocupações com o aumento da dívida e do défice
O que a Europa precisa é de solidariedade
Para os tempos negros, melhor, atravessar
Espero que os políticos de hoje ponham os olhos nos de há setenta anos
Mantendo as armas caladas e continuando o diálogo
Para bem de todos os povos.
José Silva Costa
Verão cinzento
Há nuvens negras, neste agosto cinzento
Há quem tenha de trabalhar
Todos os dias, de sol a sol, para angariar o sustento
Há quem viva à conta do Orçamento
Que busque, lá fora, o que não tem cá dentro:
Espetadores, porque as praias têm estado entregues ao tempo
Que tenha forçado um evento
Para uma exibição contra o momento
Que exemplo!
A política deveria ser um exercício exemplar
Mas, tornou-se num espetáculo nojento
Muito pouco compatível com este tempo
Em que, muitos povos, correm de um lado para o outro
À procura de segurança, pão, casa, paz
À procura de um coração que os abrace
À procura de um sítio onde nasça a esperança.
José Silva Costa
O festival da canção
A Europa vestiu-se a rigor
Para ouvir e ver os seus cantores
Foi maravilhoso ver os casais a beijarem-se
Expressando todo o amor
Numa festa em que a Europa confraterniza
E a torna, uma vez no ano, mais unida
É bom dar lugar ao amor, à alegria, à vida
Todos deram o seu melhor, para chegar à final
Mas, só alguns conseguiram passar
E, no fim, só um vai ganhar
O principal é dizer presente, participar
E orgulhar-se de contribuir para, milhões no mundo, alegrar
Não vale a pena desesperar
A vida é feita de vitórias e derrotas
E, para o ano podemos voltar a tentar
Só a paz permite estas realizações
Onde cabem todos os corações.
José Silva Costa
,
Mulher
À Natureza, foste buscar a beleza
És uma flor delicada e perfumada, mas tesa
Capaz de comandar o Mundo
Com a tua inteligência, humanidade e certeza
De que só quem tem a missão de embalar o Mundo
Pode compreender a energia de uma vida
No choro e no riso da criança parida
Quando fores mais compreendida!
Então, o Mundo terá uma nova vida
Uma ambição de amor e paz
Dentro de ti, trazes, escondida
Porque tu dás à luz a vida
A dádiva, mais valorosa, conhecida
Tu tens de ser admirada toda a vida
Tu tens sido, ao longo dos séculos, muito ofendida
Mesmo assim, tens sempre a mão estendida
Para ajudar, acarinhar, salvar uma vida
É contigo que tudo aprendemos
E quando ao fim de poucos meses
De coração desfeito em lágrimas
A outros nos, tens de entregar
Por força dos compromissos
São quase sempre, mulheres que nos continuam a embalar
Desde o momento, que dás à luz, uma vida
Nunca mais vais deixar de te preocupar com ela
Mãe, nunca esquecerei quanto sofreste, para me dares a vida!
José Silva Costa
r
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.