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Mar morto
Oh bonita e formosa Europa!
Os teus nem sempre te dão o teu devido valor
Mas não falta quem queira em ti viver
Arriscam tudo, sujeitam-se até a morrer
Metem-se em pequenos barcos para em ti entrar
Nada os faz parar, querem encontrar onde sonhar
Muitos têm pago com a vida o sonho de viver
O teu mar tornou-se num grande cemitério
Mas quem foge da fome, da guerra, de nada tem medo
A vida de quem tem sonhos é um grande enredo
Não pode toda a vida esperar, mais tarde ou mais cedo
Faz-se ao mar, semeia todas as esperanças, para colher os sonhos
Nem todos os querem acolher, mas não os podemos deixar no mar morrer
Melhor seria que pudessem viver onde nasceram
Mas, para isso era preciso que houvesse equilíbrio entre pobres e ricos
Cooperação, solidariedade, menos vaidade, desperdiço e mais humanidade
Ninguém é feliz rodeado de esfomeados, maltratados, explorados
Para muitos a vida é feita de muitos riscos
Outros só conhecem o paraíso
Infelizmente, os donos do Mundo estão, de novo, em grande competição, para encontrarem o vencedor
Até o vencedor ser encontrado, vão matando, a-torto-e-a-direito, sem dó nem piedade
Acima de tudo está o seu poder e a sua vaidade.
José Silva Costa
Dia Internacional da Mulher
Mulheres, flores delicadas, perfumadas
O seu sonho é serem desejadas, amadas, respeitadas
Se possível, também, serem admiradas, reconhecidas
Ombrearem com os homens em todos os patamares
Sem inferioridade nem superioridade
Num ambiente saudável e de igualdade
Entre homens e mulheres, meninas e meninos, rapazes e raparigas
Na divisão do trabalho dentro de casa
Para que todos tenham mais tempo para comtemplar a lua
Mais tempo para sorrir, brincar, dormir e ver quem passa na rua
Tudo bem repartido, dividido, bem conversado e participado
Na harmonia de que todos somos capazes, úteis e eficazes
Cada um com as suas habilidades, dificuldades, ansiedades
A vida não tem de ser a azia, que nos acompanha ao longo do dia
Se mulheres e homens contribuírem para horas e dias mais felizes
O mundo poderá um dia ser mais bonito e colorido
Será difícil fazer dele um paraíso!
Mas, se a maioria tiver bom coração e juízo
Poderão evitar que caíamos no precipício
Por não sabermos ou nos termos esquecido
O que levou à criação das Nações Unidas
Voltámos a gastar mais dinheiro em armas
Dinheiro que nos faz tanta falta, para coisas melhores, para todos nós
Estávamos fartos de estar bem!
Voltámos a cair na tentação de eleger ditadores.
José Silva Costa
Bem-vindo 2023!
Todos os anos é isto!
Nasce radiante, perfeito, formoso
Recebido com alegria e euforia
Fogo-de-artifício e champanhe
Mais ninguém tem uma receção assim
Em todo o Mundo, fazes os corações bater fundo
Vestem-se a rigor para te receberem com todo o esplendor
Todos esperam que sejas bom e próspero
Mas, passada a euforia, volta tudo ao que era no outro dia
Ninguém sabe como te vais portar
Não depende só de ti o bom ou mau comportamento
Os teus colaboradores também têm o dever de te ajudar
A começar pela Natureza, que pode criar a maior calamidade ou a maior beleza
As mulheres e os homens também têm as suas culpas, no que de bom ou mau acontece
Se todos conseguissem chegar a acordo, o Mundo seria um paraíso
Mas, para isso seria preciso que alguns tivessem mais juízo
E, não nos impusessem tantos horrores e prejuízo
Vale-nos a primeira noite, como se fosse de núpcias, cheia de alegria, sonhos e votos de bom
ano
Depois começam as agruras: o aumento do custo de vida, as mesmas guerras, ou pior, mais guerras, pandemia, destruição e dor, muito horror, gente conformada, que não faz nada
Quando chegares ao fim, voltaremos a receber o teu substituto, com muita alegria e esperança de que seja melhor, é isso que nos faz correr, acreditar que o dia seguinte será melhor, fazendo com que todos os dias nos levantemos com força para enfrentar um novo dia, que esperamos traga tudo de bom.
Um Feliz e Próspero 2023 para todas e todos.
José Silva Costa
Prendas!
O natal é um época de amor e fraternidade
Todos desejamos uns aos outros: bom Natal, bom ano novo
Mas, a pouco-e-pouco, devido aos excessos, tornou-se num tempo de muita angústia
A publicidade criou-nos, desnecessários, consumos
Muitas pessoas não têm possibilidades de acompanhar este consumismo
A troca de prendas tornou-se obrigatória
Sem que ninguém tenha coragem de dizer que o espírito natalício não é esse
Infelizmente, já há muitos anos, assisti ao desespero de uma Senhora
Que não conseguia conciliar o número da lista de prendas com o dinheiro disponível
Passámos quase uma hora, no comboio, lado a lado, e eu não consegui ficar indiferente ao seu sofrimento
Muitas vezes, para atulharmos as casas de coisas inúteis, para acumularem pó
Como é que se passou de oito a oitenta?
Antigamente não havia, ou eu não tinha conhecimento desta loucura de “enterrarem” as crianças em prendas
Não têm espaço, nem tempo para respirarem, não dão valor ao que lhes é oferecido
Estamos a dar-lhes um mau exemplo, dando-lhes a entender que vivem num paraíso
Que podemos continuar a viver neste desperdício de usar e deitar fora
Uma grande contradição com o que defendemos: a sustentabilidade do planeta, dizendo que temos de reduzir, reciclar, reutilizar
Temos o dever de dar o exemplo, aos nossos filhos e netos, na utilização dos recursos, para que estejam preparados para a mudança que está em curso, cujos efeitos ninguém sabe
Podemos ter um bom Natal, sem ser preciso estragar o que mais tarde nos pode fazer falta.
Um feliz Natal, para todos, com saúde e amor.
José Silva Costa
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