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Primavera
Campos verdejantes, salpicados de papoilas vermelhas
Manhãs acordadas, pela passarada endiabrada
Com cantorias para encantarem as namoradas
O amor é a mais poderosa força, que nos faz concentrar todas aa nossas energias, para conquistarmos uma parceira
Somos capazes de subir todas as montanhas, derrubar todas as barreiras
A paixão é uma atração, que nos acelera o coração
Na primavera, se ouvirmos e observarmos a natureza!
Veremos como o acasalamento transforma a dura realidade em pura beleza
As batalhas, entre os machos por uma fêmea, são atos cheios de emoção
Parece haver uma distribuição das tarefas para a construção dos ninhos
Feitos com tanto amor e carinho, tão perfeitos e fofinhos, para acomodarem, primeiro, os ovos, depois os filhinhos
Já nós, muitas vezes, primeiro fazemos os filhos, e só depois construímos os ninhos
Árvores floridas, pela paisagem perdidas, a baloiçar os seus bonitos ramos
Perfumes por todo o lado, com flores de todas as cores, embalo de todos os sonhadores
Dias de sol, de alegria, de passeios por entre a luz fugidia das árvores a namorarem
Como se tudo tivesse parado, e só houvesse tempo para o momento aproveitar
Deixemos as nossas prioridades, saiamos das nossas prisões, aproveitemos as ocasiões
A primavera espera por nós, lá fora, ao vento, ao sol, para nos oferecer a sua beleza
Toda a sua luxúria, encantamento, exaltação, momentos poéticos, puros e únicos!
José Silva Costa
Ventos do Sul
Ventos do Sul, pássaros azuis
O brilho do sol nascente
És trigo, és fogo, és gente
Na planície bem quente
Papoilas lançadas ao vento
São sangue, são semente
São beijos de um sonho contente
Rubros lábios gretados do vento suão
Mãos calejadas das foices
Faces rosadas e perfumadas como flores
Trigueira ceifeira de olhos castanhos
Cabelos pretos tapados com o lenço
Corpo dorido e cansado
Sonhando com o dia da adiafa
Espigas douradas reluzentes ao sol ardente
Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente
És perfume, és esperança, és pão
Festas de mastros pelo São João
Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo
Planície dourada, bonita namorada da madrugada
Que dorme a sexta na sala de entrada
Quando a calma é demasiada.
José Silva Costa
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