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2024, Mãe!
Mãe!
Que palavra tão doce
Que colo, abrigo
Que beijos, que paz
Sempre que sonho contigo
Quanto brincas-te comigo?
Que mãe tão amorosa
Nos teus verdes dezoito anos
Os teus peitos eram duas bonitas rosas
Onde saciava a minha fome
O que uma mãe sofre!
Amamentar os filhos até aos dois anos
Com medo que passassem fome
Em terra de muita miséria
De senhas de racionamento
Por causa da guerra
Malditas guerras, sempre as guerras a atormentarem-nos
Uma maldição, a roubar-nos o pão e a vida
Respeitem as mães, que vos criaram, com tanto carinho
Não lhes matem os filhos, em disputas perdidas
Para satisfazerem as vossas ambições desmedidas
Que ganhais com tanta destruição?
Arrasando toda a habitação, construída com o coração
Minando todos os campos, que davam o pão.
Um dia muito feliz, para todas as Mães!
José Silva Costa
Abril de 2024
Cinquenta anos em Liberdade a beber o vento
Mais tarde ou mais cedo tinha de chegar este momento
Há muito que o rumo tem muito de apoquento
Há forças a remar contra qualquer entendimento
O mundo sofrerá por não travar este recuamento
A defesa da Liberdade merecia muito mais tento
Mas, aqueles que sempre a tiveram, só pensam no sustento
Acham que nunca a perderão, não pensam no evento
Os novos ventos, para alguns, são um deslumbramento
Mas, para os que muito sofreram com o tormento
Nunca darão, a tais ideias, consentimento
Sabem que foi muito longo e duro o ensinamento
Todo o progresso é feito de muito trabalho e talento
Para comermos o pão, temos de juntar à farinha, o fermento
Se queremos viver em paz, não podemos escolher o vento turbulento
Teremos de acarinhar os que defendem a solidariedade e o alinhamento
Que colocam as pessoas no centro, contra a ganancia do enriquecimento
As sociedades mais felizes são as que vivem em entendimento
Onde não há grandes desigualdades, não há motivos para envenenamento
Em vez de ódio, cultivam a paz, a amizade, o respeito, o contentamento
Se quisermos viver em Liberdade, temos de lutar contra o constrangimento
De quem no-la quer tirar, por a odiar, está nas nossas mãos o cumprimento
Dos nossos deveres: irmos votar. Mas em pessoas com pensamento
Para que mais tarde, não tenhamos de fazer, nenhum lamento
Manter a paz é o melhor que o homem faz, a guerra é um mar sangrento
José Silva Costa
Mulher e Amor
Cada mulher é uma flor, seja qual for a sua cor
Ninguém como ela sabe como expressar o amor
Mãe, mulher, companheira, avó: umas flores
Mulher que, em desespero, no beco escuro
Num quarto esconso, vendes prazer aos homens
Obtusos, que não sabem o que querem
Mas gostam de humilhar as mulheres
Tens filhos, pedem comer
Quem te os fez não quer saber
Como estão, se têm pão
Tens de vender o teu corpo
Para lhes dares de comer
Já bateste às portas das 101 instituições
Que ajudam as mulheres
Sempre a mesma resposta:
“Tomámos nota da sua situação
Depois, contatá-la-emos”
Como se não precisasses de uma ajuda imediata
Tens de continuar a vender prazer
Aqueles que o quiserem
Sonhas com quem te veja como mulher
Que não te queira como rameira, mas para a vida inteira
Enquanto isso não acontecer, vais ter de vender prazer
Com os filhos a crescer, cada vez, é mais difícil esconder o que fazes
Desesperas, mas ninguém te ajuda
Para muitos a vida é muito dura
Para as mulheres é ainda mais
São elas que ficam com os filhos
Quando os pais não são mais
Do que irresponsáveis
Nunca chegando a ser pais.
José Silva Costa
Natal
Neste dia, para todos, saúde paz e alegria
Chegou o mais radioso e longo dia
Para todas as crianças do Mundo, um dia de magia
Com ou sem Pai Natal, ninguém é indiferente a este dia
Não há coração que não sinta alegria, quando faz uma boa ação
Vamos dar as mãos e fazer um grande cordão, para celebrar esta ocasião
Cada dia tem de ter uma celebração: olhar para o próximo, como irmão
Todos os dias houve o teu coração
Não descanses enquanto vires pessoas a dormirem na rua, no chão
A pobreza não tem razão de ser
Todos necessitamos de pão
O Natal é um dia de amor
Mas não te esqueças de quem não tem um lar
Para dividir com o seu amor
Porque o Mundo está um horror
Há uma grande desumanização
Já ninguém fala, nem pelo telefone
Era tão bom ouvir as vozes
Agora, só se envia e recebe mensagens
Para lermos, no frio e mudo telemóvel
Para muitos a única companhia.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
José Silva Costa
Celebremos Agosto
Celebremos a chegada de Agosto
Todos os anos recebemos agosto, com gosto
Um mês com um bonito rosto
Por ser o mês das férias, dos encontros e reencontros
Para a farra, todos, estamos, sempre, prontos
Cada terra recebe os seus filhos, com festas e romarias
Este, sempre, foi um país de muita emigração
Uma dura luta causada pela separação
De quem não se sujeita à pobreza da Nação
E procura noutro local um melhor pão
Mesmo que isso lhes traga tanta insatisfação
Tantas canseiras, que parece uma maldição
Sempre na esperança de um dia voltar de vez
Para a bonita casa que, na sua terra, fez
Mas dela só se goza, uma vez por ano, um mês
Alguns, erradamente, não falam com os filhos em português
Quando vêm de férias, não conseguem falar com os avós
Netos e avós sem se conseguirem entender sentem-se sós
Os filhos, normalmente, ficam onde cresceram, estudaram e casaram
Os pais ficam divididos entre ascendentes e descendentes
Depois de reformados, passam os dias de cá para lá, de lá para cá
Enlatados em autocarros apinhados, nas autoestradas da Europa
Sem condições de higiene e de descanso
Um preço demasiado alto para uma reforma mais folgada
Mas, a Europa, está, cada vez, mais integrada
Ainda, um dia, poderá ser uma grande comunidade federada
Tudo o que seja para que os povos vivam melhor e mais felizes será bem-vindo
Em vez de nos guerrearmos, vamo-nos abraçar, mas com mais igualdade!
Porque, ” toda a gente é pessoa”, ninguém é feliz, se viver rodeado de esfomeados a querem a sua casa assaltar!
Bem-vindo Agosto!
Até para o ano, Julho!
José Silva Costa
O valor da vida
Nascer, numa terra pobre
Sempre em guerra civil
Confrontos entre religiões
Todos os dias confusões
Disputas por botões de marfim ou cetim
A incerteza das expectativas
A fome, o choro dos filhos a pedirem pão
A tristeza de ver a morte, todos os dias
Fez com que procurássemos onde fosse possível viver
Tantos quilómetros para percorrer
Um mar largo e fundo
Uma traineira sem lotação
Transformada num enorme caixão
Mulheres e crianças fechadas no porão
Os que nos podiam dar a mão
Deram-nos um empurrão
Choraram lágrimas de crocodilo
Decretaram dias de luto
Como se isso ressuscitasse mais de meio milhar de vidas
Há vidas que não têm valor nenhum
Enquanto outras têm o valor da vida
Ninguém se indignou
Fosse outra, ainda que só uma, a vida perdida
Toda a Europa, ou todo o mundo, se teria indignado
É tão triste nascer no sítio errado!
Por todos ser escorraçado
Não esperávamos que fossemos desejados
Mas que, ao menos, fossemos tolerados
Só queríamos viver!
Dar aos nossos filhos: pão, paz, educação, habitação
Mas, quis a má sorte que encontrássemos a morte
E o fundo do mar, como caixão
José Silva Costa
Coração
Oh homens sem coração!
Parem com a destruição
Das casas que, agasalho, são
Parem com as guerras
Que matam mulheres, crianças, homens e a ilusão
Não queiram ser criminosos, sem salvação!
Não semeiem horrores, que só dão dores
Semeiem campos de trigo, que dão pão
Não matem os girassóis, que são bonitas flores
Oh homens com coração!
Deem as mãos.
José Silva Costa
Olhos encantadores!
Formosos olhos, que encantaram os meus
Que toldaram os céus e o sol
O momento em que te vi, nunca mais o esqueci
Todos os dias corro atrás de ti
Queria-te dizer quanto te amo
Mas, tu não ouves os meus lamentos
Passam por ti como os ventos
São terríveis os momentos
Em que tento captar a tua atenção
Mas todas as tentativas têm sido em vão
As mulheres são como o pão
Para o conseguir, mil voltas se dão
Um dia finjo que perdi a visão
Vou contra ti, como quem perdeu o pé
Flutua ao sabor das ondas e da maré
Esperando que me salves e me dês fé
Que me ressuscites para a vida
Que compreendas que sou a outra metade de ti
Que não poderemos viver um sem o outro
Que o amor é mais forte que o sol-posto
Que é tão lindo o teu rosto!
Capaz de ensombrar o luar de Agosto
Que nunca mais ficaremos longe um do outro
Que só a morte nos separará a contra gosto.
José Silva Costa
Tudo gratuito!
Tudo o que é gratuito tem tendência a fazer com que haja desperdícios
Em rigor não há nada gratuito!
Tudo gratuito, para todos, sejam ricos ou pobres!
São as novas promoções, dos partidos políticos, para a nova temporada de Outono/Inverno!
Uns oferecem creches gratuitas para todos e serviços de saúde gratuitos, para alguns
Outros oferecem transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias
Há quem não possa oferecer nada, mas promete a possibilidade de escolha na educação, na saúde, etc.
Quando lemos as letras pequeninas dos folhetos da propaganda, ficamos a saber que as creches gratuitas para todos, afinal são só para os que nasceram a partir de 2022, cujos pais consigam vagas nos serviços públicos ou instituições particulares de solidariedade social, para os que tenham de ir para as creches privadas, só será a partir de Janeiro
As Câmaras mais ricas propagandearam transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias, não sei se as outras as conseguirão acompanhar, ou se continuaremos com o habitual: “ Portugal é Lisboa e o resto é paisagem”
Para os reformados pode ser uma ajuda para passarem umas horas, de um lado para o outro, sem pensarem como enfrentar a inflação
Também temos os que nos querem enganar, dizendo que podemos escolher os hospitais, os estabelecimentos de ensino …….!
O que querem é que todos paguem, para que os seus filhos estudem nos colégios das elites, pagos, também, por quem nunca verá lá os filhos
Se querem serviços diferenciados, de saúde, de educação, seja do que for, paguem-nos!
Não nos queiram enganar com opções de escolha, que não temos
Não estou a ver as pessoas, das aldeias e montes do interior do país, com possibilidades de escolherem o Hospital da Luz, da Cuf ………….
Nem para os filhos escolherem o Charles Pierre, a Escola Alemã, o Cambridge school……
Numa altura em que os serviços públicos de saúde não conseguem dar resposta a algumas especialidades, vinha mesmo a calhar, a possibilidade de todos sermos ricos, de podermos escolher onde queremos ser tratados. Mas, infelizmente, as escolhas são poucas, e mesmo para os que as podem fazer, alguns, quando já não interessam aos privados, são enviados para o Serviço Nacional de Saúde, que é onde todos são atendidos
Acontece, que muitos cheques-dentista não são utilizados, não sei se por desleixo, por pouca adesão por parte dos médicos dentistas, ou porque os pais não têm tempo para irem com os filhos ao dentista
Há quem tenha de trabalhar, todos os dias, para que não falte, pelo menos, o pão na mesa!
José Silva Costa
O trigo!
Um cereal muito antigo
Originário do Egito
Cuja farinha, para além do pão, dá para fazer muita coisa gostosa
Não há ninguém que não goste de pão
Para muitos, a base da alimentação
Os políticos deitam-lhe a mão
Como arma de manipulação
Os pobres comem o pão que o diabo amassou
Mas nem esse, hoje, têm!
A guerra quer matar todos à fome
Exceto os que estiverem à distância das balas
Esses morrem mais depressa
Tudo destruído e morto, é o que interessa
Antes que a loucura arrefeça
E o homem não consiga cumprir a promessa
De acabar com a Ucrânia
Onde os campos de espigas douradas lhe fazem confusão
Não fosse o mundo livre levantar-se contra a sua ambição
E, o mundo já estaria na sua mão
Fruto da sua operação especial de libertação
É por isso que não percebe tanta ingratidão
Em vez de lhe agradecerem por tão boa ação
Decretaram proibições e sanções
Com essas ações estão a atrasar a libertação
Como é possível não gostarem de viver sob a sua dura ditadura!
Preferem viver em liberdade!
Alimentando a solidariedade para com a Ucrânia
Quando poderiam ser tão felizes sob a bota da Rússia.
José Silva Costa
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