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O sonho
A esperança não acabou
O Sol continua, todos os dias, a nascer
E, nós cá estaremos para o ver
Agora, não precisamos correr
O Mundo está unido
Como nunca esteve
Devido a um mau-olhado
Ainda que parado
É aqui que temos o passado
No longo corredor suspenso do tempo
Onde têm apartamento a Lua e o seu encantamento
Aí vivem também o Sol e o Vento
Quando o Sol beija a Lua nasce a madrugada
E, de um momento para o outro, de rajada
De repente o sonho ficou adiado
Mas não morreu nem morrerá
Porque o sonho comanda a vida
A Lua está muito sentida
Porque não pode ver os amantes, na rua, florida
Espera que a proibição não seja comprida
Para não ver a vida, por muito tempo, interrompida
Vamos no vento, de fugida
Procurar o outro lado da avenida
Num olhar da janela comprida
O mais longe que nos é permitido viajar
Mais de cinco não podemos estar
Não vá a multidão acordar a avenida
Da hibernação fora de tempo
E pôr a saúde de todos em perigo
Fazendo com que seja, ainda, maior o castigo
Mesmo com a Primavera enclausurada
Dormirei todas as noites sonhando contigo.
José Silva Costa
Uma flor
Que a ciência
Antecipou
Ser uma menina
A rosa que se está
No ventre da mãe
A desenvolver
Para mais tarde
Emergir
Fazer o sol e a lua sorrir
A mãe e o pai sentir
Que têm o mundo
Na mão
Uma rosa em botão
Uma luz eterna
Que brilha
Na ausência da espera
Nos minutos
Que uma vida encerra
Como se tivesse começado
Uma nova era.
Nasce uma alegria
Que não tem explicação
E uma preocupação
Que comanda a mão
Prende a atenção
Acompanha a sombra
Sempre
Para todo o lado
Aperta o coração
Só de imaginar
Que o ar
Pode alertar
Para o perigo
Que só os pais sentem.
José Silva Costa
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