Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Amor & guerra (24)
A 16 de Março de 1974, Duzentos militares, entre eles 33 oficiais, saíram do Regimento de Infantaria nº 5, nas Caldas da Rainha, em direção a Lisboa
A meio caminho foram travados, tendo 11 dos oficiais sido presos, o que fez com que fizesse acelerar os preparativos e antecipar a data da revolução do 25 de Abril, para poderem libertar os camaradas que tinham sido presos
Depois de uma longa viagem, de comboio, o Carlos, chegou, finalmente, a Braga
Tanto tempo sem ver a cidade parecia que estava completamente diferente
Apanhou um táxi, estava ansioso por voltar a abraçar a Miquelina e o Miguel. Também queria conhecer os futuros sogros, a quem queria agradecer terem ajudado, a Miquelina e o Miguel, durante todos os anos em que não pôde ganhar para a família
Quando bateu à porta, e a Miquelina a abriu e o viu, foi uma alegria indiscritível, todos ficaram muito contentes, incluindo os pais da Miquelina
Ela ficou tão feliz, por ver que andava muito bem, com a prótese, quase que não se notava que a tinha
Enquanto a abraçava e beijava confidenciou-lhe que já tinha emprego, que ia pedi-la em casamento, que tinham quinze dias para tratarem tudo, até começar a trabalhar
Os olhos sorriram, como agradecimento, finalmente iam casar-se, acabar com o falatório, por viverem juntos e terem um filho, sem serem casados
Assim que casassem, já não tinham nada a dizer, eram marido e mulher
Há noite, antes de se sentarem à mesa, para o jantar, o Carlos encheu-se coragem e pediu a Miquelina em casamento
Os rostos de Francisca e António brilharam de radiosos, não só lhe deram o consentimento, como elogiaram a filha por ter um bonito noivo
Orgulhavam-se do bonito neto, que já tinham, e vê-los, aos três, tão felizes, era tudo o que ambicionavam
Durante o jantar, informaram os pais de que no dia seguinte iriam, ao Registo Civil, tratar do casamento, para que quando fossem a Vieira do Minho, ver os pais dele, já saberem a data, a fim de preparem a cerimónia, que contaria só com os noivos e os pais
Finalmente, iam dormir juntos, esperaram tanto tempo por aquele momento, tinham tanto que falar, onde é que iam morar, com que dinheiro é que se iriam governar, perguntou, a Miquelina
Carlos sossegou-a, dizendo que lhe tinha sido atribuído uma pensão, pela deficiência que, com o ordenado de telefonista, daria para viverem
Estava tudo bem encaminhado para uma nova vida a três, mas longe dos pais, que iam ficar, novamente, sozinhos, depois de anos com tão boa companhia
Miquelina tinha pena de deixar os pais, que se mostraram tão felizes, por terem a companhia da filha e do neto. Mas não podia fazer nada, o futuro dela, do filho e do marido estava na capital.
Continua.
Santo António
Santo António, por Lisboa venerado
Por Pádua e Lisboa disputado
É grande o seu legado
Celebrar o Amor, é o seu fado
Todos os anos, tão empenhado
Em cumprir o apostolado
Levar homens e mulheres aos altares, e dizerem:
“Aceito casar contigo e estarei, nos bons e maus momentos, ao teu lado”
Um dia, sempre, recordado
A Sé de Lisboa já não tem memória de quantos rostos, nos dias 13 de Junho, por ela, passaram
Para os casamentos de santo António
Sempre com promessas de amor, que nem sempre resistiram ao tempo
A vida a dois exige muito amor, compreensão, tolerância
Mas, a relação entre a mulher e o homem é que dá origem à mais bela flor: a criança
José Silva Costa
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.