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Amor & guerra (30)

por cheia, em 07.06.21

Amor & Guerra (30)

A maior parte das pessoas chegou com a roupa que tinham no corpo. Sem eira nem beira, sem conhecerem ninguém, muitos nunca tinham estado em Portugal, foram dias muito dramáticos, para muita gente

Deambulavam pela cidade, sem rumo, no desespero de quem não consegue prever o futuro, descansavam nos bancos dos jardins, à espera da noite

Foi difícil acomodar tanta gente. Criaram o Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN)

Mobilizaram algumas unidades hoteleiras, nos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal, para onde encaminharam as famílias

Apresentavam índices mais elevados de escolaridade que o resto do país

A pouco-e-pouco criaram negócios, empregaram-se, contribuíram para a dinamização de muitas localidades

Os que eram funcionários públicos e bancários foram integrados, os outros tiveram de se desenrascar. Para a integração dos bancários, muito contribuiu o fato da banca estar nacionalizada

Os pais e o irmão do Firmino, ao contrário dos que não sabiam para onde ir, mal desembarcaram, no aeroporto de Lisboa, apanharam um táxi para a casa da Bárbara, onde forma muito bem recebidos, e ficaram até alugarem uma casa

Voltavam a estar todos juntos, o que, não fora a perda do Firmino e terem sido forçados a deixarem a sua terra, poderia ter sido motivo para estarem muito felizes

A Bárbara emprestou-lhes dinheiro para criarem um negócio, uma ajuda importante, que deu ótimos resultados, uma vez que, em poucos anos, se tornou numa grande empresa, dando trabalho a dezenas de trabalhadores

Depois da euforia de 1974, dos bons aumentos, para alguns, em 1975, da aprovação da Constituição, em 1976, das primeiras eleições livres de 1977, chegámos à banca rota

Pela primeira vez, em 1977, fomos forçados a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Tomamos-lhe o gosto, não queremos outra coisa, seguiram-se 1983 e 2011

Todos os dias, de cesta numa mão e a outra estendida, vamos aos mercados pedir euros emprestados

A Bárbara e a Sara continuavam a descobrir Lisboa e os arredores. Foram a uma casa de fados, ouviram cantar o fado e ficaram encantadas. Depois foram, ao Parque Mayer, ver um a revista à portuguesa, não se cansavam de, a cidade, percorrer

Viajaram de comboio a Cascais e Sintra. Visitaram o Palácio Nacional de Sintra, o Castelo dos Mouros, o Palácio Nacional da Pena, o Convento dos Capuchos e o Parque e Palácio de Monserrate. Também não quisera deixar de ir ao ponto mais ocidental da Europa: O Cabo da Roca

A seguir decidiram ir a Coimbra, que a Bárbara tanto gostava de conhecer, devido à sua Universidade, onde desejou estudar. Mas, os pais nunca permitiram que saísse de Angola

Para ela, Coimbra tinha muito encanto, mesmo que nunca lá tivesse estado, bastava o fado de Coimbra e as serenatas, que costumava ouvir na rádio

Parecia querer entusiasmar a filha, para que fosse estudar para a Universidade de Coimbra

Por vezes, alguns pais colocam nos ombros dos filhos os sonhos que não conseguiram realizar.

Continua.

   

 

 

 

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publicado às 07:03

A magia da lua

por cheia, em 07.06.20

 

Lua Cheia!

Não encendeis a minha candeia

Há noite, depois da ceia

A tua magia aumenta a fantasia

Não durmo como dormiria

A tua luz os olhos fere!

Uma energia, que os impede de se fecharem

Sei que interferes nas ondas do mar

Como me impedes de, os meus sonhos, navegar

Tenho de esperar que te deites

Para poder, enfim, descansar

Lua de quatro fases e de outras tantas faces

Ao longo dos séculos, quantos encantaste?

Quem amaste!

Misteriosa, bela, encantadora

Todos te têm cantado

Inspiradora de almas noturnas

Que não obedecem à noite

Que não adormecem

Que se portam como se o sol nunca se pusesse.

José Silva Costa

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publicado às 12:07

O momento!

por cheia, em 06.07.19

Na silhueta de quem traz a salvação

Oiço o barulho do clarão

Os lábios aceleram o bater do coração

Os olhos trocam mensagens de emoção

O sol e a lua já sabem a nossa reação

Vamos de encontro à sedução

Os corpos parecem um vulcão

Ardem como estrelas, sem solução

Amanhã consertamos o coração

Porque sem ele não há continuação

A vida pode esperar por outra estação

Nós é que não podemos perder a ocasião

De viver o amor desta paixão

Que arde como estrelas, sem solução!

José Silva Costa

 

 

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publicado às 23:33


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