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Portas escancaradas
Reedição
Para a Suíça, um país com portas escancaradas, seguiram, no ano passado, 12.000 portugueses, para ajudarem a Suíça a ser ainda mais rica.
Por cá, a direita quer as portas fechadas, principalmente, aos oriundos do Oriente, enquanto o Governo diz não querer as portas nem escancaradas, nem fechadas, não se sabendo bem o que querem. Dizem que querem que os emigrantes tenham condições dignas, o que acho muito bem.
Até que os hotéis de 5 estrelas estejam prontos, para acomodarem os imigrantes, os comerciantes e industriais, bem se podem queixar que não têm trabalhadores, para manterem e expandirem os seus negócios.
Quanto ao referendo do Ventura, que sem assunto para manter as redes sociais, a tudo deita mão, para o país incendiar, mesmo sabendo que nada vai dar, o que lhe interessa é guerrear.
Se precisamos de imigrantes, como pão para a boca, por que razão damos ouvidos a pessoas, que não respeitam os outros indivíduos?
Ninguém se esqueça que violência só gera mais violência.
José Silva Costa
Amor & Guerra (30)
A maior parte das pessoas chegou com a roupa que tinham no corpo. Sem eira nem beira, sem conhecerem ninguém, muitos nunca tinham estado em Portugal, foram dias muito dramáticos, para muita gente
Deambulavam pela cidade, sem rumo, no desespero de quem não consegue prever o futuro, descansavam nos bancos dos jardins, à espera da noite
Foi difícil acomodar tanta gente. Criaram o Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN)
Mobilizaram algumas unidades hoteleiras, nos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal, para onde encaminharam as famílias
Apresentavam índices mais elevados de escolaridade que o resto do país
A pouco-e-pouco criaram negócios, empregaram-se, contribuíram para a dinamização de muitas localidades
Os que eram funcionários públicos e bancários foram integrados, os outros tiveram de se desenrascar. Para a integração dos bancários, muito contribuiu o fato da banca estar nacionalizada
Os pais e o irmão do Firmino, ao contrário dos que não sabiam para onde ir, mal desembarcaram, no aeroporto de Lisboa, apanharam um táxi para a casa da Bárbara, onde forma muito bem recebidos, e ficaram até alugarem uma casa
Voltavam a estar todos juntos, o que, não fora a perda do Firmino e terem sido forçados a deixarem a sua terra, poderia ter sido motivo para estarem muito felizes
A Bárbara emprestou-lhes dinheiro para criarem um negócio, uma ajuda importante, que deu ótimos resultados, uma vez que, em poucos anos, se tornou numa grande empresa, dando trabalho a dezenas de trabalhadores
Depois da euforia de 1974, dos bons aumentos, para alguns, em 1975, da aprovação da Constituição, em 1976, das primeiras eleições livres de 1977, chegámos à banca rota
Pela primeira vez, em 1977, fomos forçados a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Tomamos-lhe o gosto, não queremos outra coisa, seguiram-se 1983 e 2011
Todos os dias, de cesta numa mão e a outra estendida, vamos aos mercados pedir euros emprestados
A Bárbara e a Sara continuavam a descobrir Lisboa e os arredores. Foram a uma casa de fados, ouviram cantar o fado e ficaram encantadas. Depois foram, ao Parque Mayer, ver um a revista à portuguesa, não se cansavam de, a cidade, percorrer
Viajaram de comboio a Cascais e Sintra. Visitaram o Palácio Nacional de Sintra, o Castelo dos Mouros, o Palácio Nacional da Pena, o Convento dos Capuchos e o Parque e Palácio de Monserrate. Também não quisera deixar de ir ao ponto mais ocidental da Europa: O Cabo da Roca
A seguir decidiram ir a Coimbra, que a Bárbara tanto gostava de conhecer, devido à sua Universidade, onde desejou estudar. Mas, os pais nunca permitiram que saísse de Angola
Para ela, Coimbra tinha muito encanto, mesmo que nunca lá tivesse estado, bastava o fado de Coimbra e as serenatas, que costumava ouvir na rádio
Parecia querer entusiasmar a filha, para que fosse estudar para a Universidade de Coimbra
Por vezes, alguns pais colocam nos ombros dos filhos os sonhos que não conseguiram realizar.
Continua.
Primeiro lugar!
Portugal tem vindo a fazer um grande esforço, ao longo de muitos anos, com a colaboração de todos os Governos
Uns mais que outros, no sentido de chegar ao primeiro lugar
Não é fácil, porque ainda tem muitos concorrentes, e alguns bem fortes
Contudo, acredito que a continuarem assim, acabarão por conseguir o objetivo
Tudo serve para progredirem uns degraus, sejam concursos, vacinas, hidrogénio, negócios!
Alguns já estão atrás das grades, poucos! Mas o que interessa é o primeiro lugar
Algumas pessoas nem deram pelo bom resultado atingido o ano passado
Mais três degraus foram vencidos, como diz o ditado: “ a pouco-e-pouco enche a galinha o papo”
Vamos, está ao nosso alcance, o primeiro lugar do país mais corrupto do mundo!
José Silva Costa
Golas de fogo
Aldeias Seguras
Golas de fogo
Os negócios com o fogo
Vão aos bolsos do povo
Por isso, é que tudo arde, de novo
Todos os anos!
A prevenção! Não
Senão, lá se vão os negócios
Para muitos tão proveitosos
Porque os preços, para a Proteção Civil
São a dobrar!
Os jornalistas falam demais
Os jornalistas sabem demais
Ai censura!
Em certas ocasiões, davas tanto jeito
Metias todo o pessoal em respeito
Isto de Governar em democracia é uma chatice
Andam, sempre, a escrutinar tudo
E a denunciar a aldrabice
Os incêndios, para muitos, são uma mina
Muito melhor, que o negócio da china
José Silva Costa
Ajuste direto
A Proteção Civil, desde a sua criação, ainda não acertou o passo
A incompetência tem tido muito espaço
Falsas declarações de habilitações
Provocaram algumas demissões
Compra, quase tudo, por ajuste direto, com a justificação de urgência imperativa, mesmo quando se trata da compra de esferográficas!
Devem ser esferográficas especiais
Para escrever textos geniais
Para espantar pardais
A lei obriga a abertura de concurso público, mas devido à urgência imperativa, compram tudo por ajuste direto
Por que razão não acabam com o ajuste direto?
Porque as negociatas têm urgência imperativa
Tanta, que obrigou à criação de uma lei exemplar!
Agora, muito famosa: a lei das incompatibilidades de 1995
Que em 24 anos nunca foi levada à letra
Foi uma lei para inglês ver
Para mostrar que, em Portugal, temos boas leis para prevenir a corrupção!
Mas, como a lei nunca foi aplicada
Chegámos a esta triste situação
O Governo a pedir à Procuradoria
Se a lei é para levar a sério, ou não!
José Silva Costa
Dia dos namorados
Dia de todos os encantados
Com aquela, ou aquele que escolheram para partilhar o coração
Para os bons e maus momentos
Um dia para comemorar o melhor que temos: o amor
Uma flor para dar a todos, e em qualquer momento
A todas e todos sem exceção
A palavra de toda a atenção
A palavra que todos trazem na mão e nos lábios
Um aperto de mão, ou um beijo
Um cumprimento universal
De admiração, de boas-vindas, de fraternidade
Uma manifestação de apreço
Mas, quando todo o corpo participa nessa manifestação
Pode ser sinal de que poderá ter sido encontrada, a metade que lhe faltava.
José Silva Costa
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