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Mãos de fada
Mãos que abraçam e confortam
Sombras nuas em noite de luar
Olhos que iluminam a escuridão
Beijos em noites de solidão
Que queimam o coração
Noturnos silêncios em combustão
Corpos que sublimam na perfeição
A natureza a sorrir de tanta pureza
Rios que nos embalam os sonhos
Com os seus bonitos olhos risonhos
Vertical amanhecer da madrugada
Como se fosse uma noiva dourada
Sol quente na terra molhada
A lavar-nos os lábios da noite suada
Uma rosa vermelha, perfumada, para a namorada
Corpos fundidos a respirarem o ar quente
Terra ávida de sol, água e semente
Temos uma longa e bonita vida pela frente.
José Silva Costa
A seca (2022)
Fevereiro quente traz o diabo no ventre
Fevereiro sem chuva não germina a semente
A Natureza toda se sente
Sem água, toda fica doente
Sem água, morre a semente
Não há vida, não há gente
Não há chuva, não há vida
A chuva, que tanta gente detesta
Faço-lhe uma festa
Venha chuva, com conta e medida
Não quero que morra a vida!
Se continuar esta seca
Na Primavera não haverá festa
As flores não desabrocharão
E os animais morrerão
À fome! Não há nada para a sua alimentação
A chuva não é agradável, não!
Mas é indispensável à vida
Temos de aprender a usar a água
Não podemos continuar a desperdiça-la.
José Silva Costa
Os jardins
Nas avenidas das árvores
Passeias a beleza da Natureza
Admiras toda a sua beleza
Cada canteiro, cada árvore, uma certeza
Que o perfume tudo embeleza
Que harmonia, sem tristeza!
As árvores, os pássaros, as flores, na sua dureza
De uma vida parada na incerteza
Sem saberem se vai chover, se vai nevar, se vão viver na pobreza
Cada visitante tem no seu olhar uma delicadeza
Para cada cravo, para cada rosa uma fineza
Os idosos procuram os bancos, para descansarem da moleza
Onde tentam voltar a ser crianças e espantarem a tristeza
Enquanto as crianças, nas suas brincadeiras, exibem a esperteza
Os jardins são ponto de encontro de todos os encontros
São as casas dos pombos, dos namorados, dos abandonados
São palcos de alegria, de tristeza, de beleza e de ventos agitados
O que lhes vale é serem, pelos jardineiros, tão bem tratados
Os seus perfumes e flores são, por todos, muito admirados
São pelas plantas, pelos pássaros, crianças, mulheres e homens muito estimados
Os jardins, públicos, são um chão democrático
Onde todos podemos descansar das fadigas, das alegrias, do doce amar.
José Silva Costa
Mês de Férias
Julho, que sejas bem-vindo!
Que tragas um novo brilho
A um Verão diferente
Para as férias de muita gente
Que precisa urgentemente
De sair do confinamento do apartamento
De manter o afastamento
E, a quem tu podes ajudar, com o tempo
Mostrando-lhe um outro segmento
O de conhecer todo o país
Que para além das praias, tem muito mais
Tem muitos patrimónios!
Um vastíssimo património cultural e monumental
Disperso por todo o país
Que, infelizmente, muitos nem sabem que existe
Que, para todo o saborearmos, muitos anos seriam precisos
Este ano é a ocasião de deixarmos as praias sossegadas
De partirmos à descoberta do resto do país
De mergulharmos nos nossos rios
De usufruirmos dos nossos sumptuosos monumentos e jardins
De afugentarmos o demasiado calor, no centro duma Catedral ou de qualquer outro monumento
De saborearmos a nossa riquíssima gastronomia
Por todos tão admirada!
Não nos faltariam argumentos
Para celebrarmos ao progresso do Interior
Para ver se somos capazes de criar um país mais harmonioso
Baseado no aproveitamento de todos os seus recursos
Para a sustentação de uma economia verde
Que é o que a Natureza quer
E os povos estão a escolher.
José Silva Costa
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