Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Quingentésimo ano (13)

por cheia, em 13.01.24

Tromba-Marítima

 

18
"Vi, claramente visto, o lume vivo
Que a marítima gente tem por santo
Em tempo de tormenta e vento esquivo,
De tempestade escura e triste pranto.
Não menos foi a todos excessivo
Milagre, e coisa certo de alto espanto,
Ver as nuvens do mar com largo cano
Sorver as altas águas do Oceano.
 
19
"Eu o vi certamente (e não presumo
Que a vista me enganava) levantar-se
No ar um vaporzinho e subtil fumo,
E, do vento trazido, rodear-se:
Daqui levado um cano ao pólo sumo
Se via, tão delgado, que enxergar-se
Dos olhos facilmente não podia:
Da matéria das nuvens parecia.
 
20
"Ia-se pouco e pouco acrescentando
E mais que um largo masto se engrossava;
Aqui se estreita, aqui se alarga, quando
Os golpes grandes de água em si chupava;
Estava-se co'as ondas ondeando:
Em cima dele uma nuvem se espessava,
Fazendo-se maior, mais carregada
Co'o cargo grande d'água em si tomada.
 
21
"Qual roxa sanguessuga se veria
Nos beiços da alimária (que imprudente,
Bebendo a recolheu na fonte fria)
Fartar co'o sangue alheio a sede ardente;
Chupando mais e mais se engrossa e cria,
Ali se enche e se alarga grandemente:
Tal a grande coluna, enchendo, aumenta
A si, e a nuvem negra que sustenta.
 
22
"Mas depois que de todo se fartou,
O pó que tem no mar a si recolhe,
E pelo céu chovendo enfim voou,
Porque co'a água a jacente água molhe:
As ondas torna as ondas que tomou,
Mas o sabor do sal lhe tira e tolhe.
Vejam agora os sábios na escritura,
Que segredos são estes de Natura.
 

(canto V, est. 18-22)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:57

Conto de Natal

por cheia, em 11.12.23

“O meu conto de Natal”

A pedido da nossa colecionadora de Contos de Natal, imsilva, do blogue : Pessoas e Coisas da Vida

https://imsilva.blogs.sapo.pt

 

 

Este ano, o Pai Natal está muito triste, por não ter conseguido comprar as prendas, para os meninos e meninas

Mandou, para todos os pais, uma mensagem, porque, também não tinha papel para escrever cartas, pedindo desculpa por não poder visitar os seus lares, descer pela chaminé e entregar as prendas

Queixou-se destes tempos difíceis, de muitas guerras, com muitas casas destruídas, fazendo com que as meninas e os meninos não tenham chaminés, onde colocar os sapatinhos, o que o fez ficar, ainda, mais triste, dizendo que uma desgraça nunca vem só

Já não bastava não haver brinquedos, e ainda destruíam as chaminés

Estava muito preocupado com o que a Natureza lhe tinha dito, com ar de muito zangada, pediu para não estragarmos o resto, senão, cada vez, nos enviará avisos mais violentos:

Ciclones, cheias, incêndios, terramotos, vulcões, nevões: tudo o que seja preciso, para nos fazer parar a destruição, que lhe estamos a causar

Para a Natureza não é admissível que proíbam as crianças e os adultos de saírem de casa, por o ar, em certas cidades, estar irrespirável

Não compreende a vaidade de termos casas com 1.000 m2, carros com 500 cavalos, querermos conhecer o mundo, viajando de avião, por todo o lado, todos os dias trocar de telemóvel, computador ……………

Em Portugal, todos os anos, morrem 200.000 pessoas devido à poluição do ar

O Pai Natal, também, está muito preocupado com a falta de água. Em certas regiões há anos que não chove, os animais e as pessoas não têm água para beber

Assim, pede a todos que não desperdicem nem água, nem alimentos, nem brinquedos, nem roupas, nem sapatos porque é preciso tudo poupar, para ver se a Natureza se consegue regenerar

Este ano, os contentores do lixo não vão ficar a transbordar de embalagens de cartão, porque não há prendas para desembrulhar

Todos se podem, mais cedo, deitar, sem o nervosismo de pela meia-noite esperar

O consumismo pode não ter vindo para ficar, se a Natureza, um dia, com tudo isto acabar

Não há dúvida de que se regenerará, não sabemos a que preço será, nem quando isso acontecerá

Para todos um bom Natal, no acolhedor e doce lar, e que com o próximo ano venha a Paz, muita saúde e alegria.

José Silva Costa

 

  

  

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:57

Primavera

por cheia, em 27.03.23

A chegada da Primavera

 

 

Sons e perfumes são raios de luz

Tens a alegria e o brilho que a todos seduz

Em Março todos queremos o teu abraço

Trazes a esperança da renovação

És a mais bonita Estação

Muitas e bonitas flores enchem os nossos olhos

Toda a Natureza se enfeita para te receber

As aves ensaiam bonitas melodias

Para te oferecerem ao nascer dos dias

Que é quando se constroem as harmonias

E se houve as mais bonitas sinfonias

É quando as flores acordam e se beijam

Dando as boas vindas ao sol

Tão importante para todas as vidas

São noites mal dormidas

Para te prepararem as boas vindas

Mais ninguém é recebido com tanto carinho

São flores, são perfumes, são sinfonias e hinos.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:56

Namorar

por cheia, em 14.02.23

Namorados

Flores para os nossos amores

Não só no dia dos namorados

Mas em todos os dias do ano

Passeios, na natureza, com os nosso namorados/as

Mas em todas as horas, nas vinte e quatro horas

Partilhar todas as tarefas, no lar, com as nossas companheiras/os

Mas em todos os minutos, horas, dias e meses do ano

Acabar com a violência doméstica, o amor não provoca dor

Mas em todos os segundos de todas as horas

Celebremos o namoro em todos os segundos do ano

Mas sempre com a alegria do primeiro dia

Viver a dois é uma arte, para que o tempo não nos farte

Fazer ao outro o que gostamos que nos façam!

Admirar, todos os dias, as nossas namoradas/os

Dar, dar, sem pensar em receber, é como semear

Mais tarde ou mais cedo a colheita será a dobrar

Ser amável a todo o momento, esse é o segredo

É difícil, mas vale a pena, porque a vida é uma linda rosa

Que vamos saboreando pétala a pétala com alegria e entusiasmo

A vida a dois é partilha, é amor, é solidariedade, é ternura

Bom dia dos namorados para todos e todas, todos os dias.

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:56

Poder & vaidade

por cheia, em 13.02.23

 

Terramotos e guerras

 

Tanta morte, tanta dor

Muitos milhares de mortos, um horror!

Tanta destruição, em mais de uma nação

Numas é a loucura dos homens, com a sua desmesurada ambição

Noutras são as leis da natureza ajustando as suas posições

Sem quererem saber dos prejuízos, dos aís e das aflições

Sem quererem saber se são homens, mulheres, crianças ou mães

Os que não morrem ficam em terríveis condições

Sem casa nem pão, ao frio, na escuridão, à espera do que lhes darão

Não nos chegavam as desgraças que não dependem da nossa mão?

Por que razão as armas conseguem exercer tanta sedução?

Porque têm o poder que todos queremos ter

Ser mais forte que o outro, poder mandar, poder ser admirado, respeitado

Não por o que sou, mas pelo poder que tenho, pelo medo que consigo transmitir

Pelo mal que posso provocar, e de que muitos se conseguem orgulhar

E não vale apena apelar a mudanças para que todos sejamos humanos

Porque tem sido assim ao longo dos séculos, sem grandes alterações

Quando já estávamos esperançados que a Europa tivesse aprendido alguma coisa com as Grandes guerras, voltou a loucura, a destruição, a dor, a morte…………

Com falsos pretextos de que se sentem intimidados, de que vão socorrer quem quer uma parcela de terreno, para poder ser Presidente, nem que para isso tenha de matar muita gente

Estamos sempre prontos para apoiar guerrilhas de independências, de separações, nem que sejam de Freguesias, não para melhorar a vida das pessoas, mas para alimentar as nossas vaidades

Quem é que não quer ser Presidente, seja do que for?

Como se o diálogo não servisse para nada, e muitas vezes não serve, porque quem tem o poder mantem a arrogância de não responder. É tão bom mandar!

Quando assim é, só o som das armas o consegue acordar

Depois, o difícil é calá-las!

 

José Silva Costa

 

  

 

 

  

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:50

Mãos de fada

por cheia, em 05.12.22

Mãos de fada

 

Mãos que abraçam e confortam

Sombras nuas em noite de luar

Olhos que iluminam a escuridão

Beijos em noites de solidão

Que queimam o coração

Noturnos silêncios em combustão

Corpos que sublimam na perfeição

A natureza a sorrir de tanta pureza

Rios que nos embalam os sonhos

Com os seus bonitos olhos risonhos

Vertical amanhecer da madrugada

Como se fosse uma noiva dourada

Sol quente na terra molhada

A lavar-nos os lábios da noite suada

Uma rosa vermelha, perfumada, para a namorada

Corpos fundidos a respirarem o ar quente

Terra ávida de sol, água e semente

Temos uma longa e bonita vida pela frente.

 

 

 

José Silva Costa

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:00

A seca em 2022

por cheia, em 05.02.22

A seca (2022)

 

Fevereiro quente traz o diabo no ventre

Fevereiro sem chuva não germina a semente

A Natureza toda se sente

Sem água, toda fica doente

Sem água, morre a semente

Não há vida, não há gente

Não há chuva, não há vida

A chuva, que tanta gente detesta

Faço-lhe uma festa

Venha chuva, com conta e medida

Não quero que morra a vida!

Se continuar esta seca

Na Primavera não haverá festa

As flores não desabrocharão

E os animais morrerão

À fome! Não há nada para a sua alimentação

A chuva não é agradável, não!

Mas é indispensável à vida

Temos de aprender a usar a água

Não podemos continuar a desperdiça-la.

 

José Silva Costa

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:32

Os jardins

por cheia, em 26.08.21

Os jardins

Nas avenidas das árvores

Passeias a beleza da Natureza

Admiras toda a sua beleza

Cada canteiro, cada árvore, uma certeza

Que o perfume tudo embeleza

Que harmonia, sem tristeza!

As árvores, os pássaros, as flores, na sua dureza

De uma vida parada na incerteza

Sem saberem se vai chover, se vai nevar, se vão viver na pobreza

Cada visitante tem no seu olhar uma delicadeza

Para cada cravo, para cada rosa uma fineza

Os idosos procuram os bancos, para descansarem da moleza

Onde tentam voltar a ser crianças e espantarem a tristeza

Enquanto as crianças, nas suas brincadeiras, exibem a esperteza

Os jardins são ponto de encontro de todos os encontros

São as casas dos pombos, dos namorados, dos abandonados

São palcos de alegria, de tristeza, de beleza e de ventos agitados

O que lhes vale é serem, pelos jardineiros, tão bem tratados

Os seus perfumes e flores são, por todos, muito admirados

São pelas plantas, pelos pássaros, crianças, mulheres e homens muito estimados

Os jardins, públicos, são um chão democrático

Onde todos podemos descansar das fadigas, das alegrias, do doce amar.

José Silva Costa 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:52

Julho!

por cheia, em 01.07.20

Mês de Férias

 

Julho, que sejas bem-vindo!

Que tragas um novo brilho

A um Verão diferente

Para as férias de muita gente

Que precisa urgentemente

De sair do confinamento do apartamento

De manter o afastamento

E, a quem tu podes ajudar, com o tempo

Mostrando-lhe um outro segmento

O de conhecer todo o país

Que para além das praias, tem muito mais

Tem muitos patrimónios!

Um vastíssimo património cultural e monumental

Disperso por todo o país

Que, infelizmente, muitos nem sabem que existe

Que, para todo o saborearmos, muitos anos seriam precisos

Este ano é a ocasião de deixarmos as praias sossegadas

De partirmos à descoberta do resto do país

De mergulharmos nos nossos rios

De usufruirmos dos nossos sumptuosos monumentos e jardins

De afugentarmos o demasiado calor, no centro duma Catedral ou de qualquer outro monumento

De saborearmos a nossa riquíssima gastronomia

Por todos tão admirada!

Não nos faltariam argumentos

Para celebrarmos ao progresso do Interior

Para ver se somos capazes de criar um país mais harmonioso

Baseado no aproveitamento de todos os seus recursos

Para a sustentação de uma economia verde

Que é o que a Natureza quer

E os povos estão a escolher.

 

José Silva Costa

  

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:48


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Posts mais comentados


Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D