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No tempo da outra senhora (2)
Francisco já tinha feito o serviço militar
Estivera na fronteira do Alentejo
Na zona de Évora
Aquando da guerra civil Espanhola
Num exercício de artilharia
As coordenadas estavam erradas, racharam uma, centenária,
oliveira
Tinha estado em São Miguel do Pinheiro (Mértola)
Para aprender o ofício de ferreiro
Estava quase com trinta anos, procurava companheira
Encantou-se com a Alice, que era muito bonita
Pudera, tinha dezassete anos, menos doze que ele!
Quem não queria, uma tão linda flor!
Francisco ia, quase todos os dias, montado no macho
Namorar a Alice, não tinha tempo a perder
A Alice era a segunda de cinco raparigas e três rapazes
Ainda viria a ter mais um irmão, aquando de seu segundo filho
Mãe e filha grávidas, apenas, com um mês de diferença
Francisco convenceu a Alice a juntarem-se, pelo Santo Amaro
Era o habitual, não havia dinheiro para casamentos
Levou-a para o seu monte
Alugou uma parte da casa onde, também, funcionava a Escola Primária
Do lado direito vivia o novo casalinho, no esquerdo, por detrás da sala de aulas, a Dª. Olenca
Uma Algarvia, que viria a tirar a primeira fotografia ao futuro rebento
Estávamos em plena segunda guerra mundial, que a todos castigava
Senhas de racionamento, fome, miséria, sofrimento e morte
O futuro rebento recusou-se a nascer antes, da guerra acabar
Nasceu quatro meses depois, da mãe fazer dezoito anos
Alice esteve à morte, teve hemorragias.
Um curioso receitou-lhe uma sangria!
Médicos e hospitais, não havia!
Só lá em Lisboa!
Recorriam aos curandeiros locais
O pai de Alice, receando perder a segunda filha e o primeiro neto
Levou-os para a casa da família, onde a mãe e as irmãs os trataram.
José Silva Costa
Rua!
Vives na rua
À luz da lua
Na indiferença, nua
De quem passa
Olha para o lado
Para não ver o frio duro
Que te agasalha
No aconchego
Das pedras da calçada
Com as estrelas como almofada
Em lençóis românticos, deitada
Sonhando com um mundo de fada
Que não tem data anunciada!
Prometido em cada eleição, marcada
Mas, as legislaturas passam, e nada!
Tu aguardas desesperada
Por uma mão amada
Que te ajude a subir a, social, escada.
José Silva Costa
Novembro de 2008
Minha quarta sinfonia
Nos teus olhos toda a magia
Quatro Primaveras, num Universo sem harmonia
Meu hino à alegria
Contigo o século XXI marcou a sua entrada
A palavra crise é a mais pronunciada
Tudo são incertezas, ninguém sabe nada
Uma nova ordem tem de ser inventada
Do muito fizeram nada
A situação é desesperada
A incerteza precisa ser ajudada.
O teu sorriso é promessa de futuro
O teu olhar é o paraíso
Quando abres essas duas estrelas
Toda a humanidade é tocada
A Terra toda irradiada
E a humanidade hipnotizada
Minha flor encantada.
José Silva Costa
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