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Amor & guerra (5)
A Companhia do Carlos já tinha sofrido várias emboscadas, acionado muitas minas: um inferno! Alguns mortos, muitos feridos, mas o Carlos saiu ileso.
Entretanto, a Miquelina já tinha tido o menino. Correu tudo bem, foi assistida pela mãe e uma vizinha.
Assim que pôde, a Miquelina escreveu para o namorado, informando-o do nascimento do filho, dizendo-lhe que era parecido com ele, pedindo-lhe para dizer que nome é que gostava de pôr ao filho, e assim que tivesse uma fotografia, enviar-lha-ia
A Barbara estava muito preocupa com o parto. Não havia médico, nem enfermeira, nem parteira. Não sabia a quem pedir ajuda, mas as empregadas sossegaram-na, dizendo que já tinha assistido algumas parturientes
O Carlos, quando recebeu a notícia de que era pai de um menino, deu pulos de contente, fazendo com que os camaradas pensassem que não estava bem, não cabia em si de contente
Mas, como há sempre quem não goste de ver ninguém feliz, um deles perguntou-lhe se tinha a certeza que o miúdo era filho dele
Carlos indignou-se, disse que tinha toda a confiança na Miquelina, e não falava mais sobre o assunto
Miquelina estava ansiosa por receber notícias do Carlos, era preciso registar o filho, e ela queria que fosse o pai a escolher o nome. Tinha-lhe escrito a dizer que não se importava que fosse Miguel, mas o nome que ele escolhesse, é que seria o nome do menino
Já tinha caído em desuso, serem os padrinhos a escolher o nome dos afilhados, que consoante o sexo, era o nome da madrinha ou do padrinho
Carlos estava envolvido numa grande operação, composta por três companhias, que tinham como missão fazer recuar os guerrilheiros para fora do território angolano, a Norte. Operação que poderia demorar mais de um mês, fazendo com que não pudesse responder à Miquelina.
Continua
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