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Cartão dourado!
Poder
Dinheiro
A mais antiga democracia convidou o mais poderoso
Um sumptuoso jantar, para a fera amaciar
Uma ementa completa, cuja entrada foi lambe botas
E a sobremesa o elogio: o Senhor é Deus na Terra
A felicidade humana depende da sua bondade
Como o provam as suas últimas decisões:
Separação dos bebés das mães, expulsão de toda a imigração
Fazendo com que todos fiquem aflitos do coração
Os sul-coreanos esconderam-se nos canos de esgotos
Os humoristas foram todos dispensados
Mal-agradecidos, só sabem dizer mal de si
Não conseguem vê-lo como o nosso salvador
Aquele que mais propaga o amor, que dá cobertura a que acabem com os palestinianos, para lhes aliviar a dor e fazer da sua terra um lugar de férias, para os seus assassinos
A terminar, o Rei pediu-lhe para, com toda a violência, acabar
Tão honrado pelo maravilhoso elogio, quase a rebentar de inchado
Afirmou o seu poderio, decidiu, assinou o decreto, que obriga a que cumpram tudo o que o Rei lhe pediu.
Viva o poderio!
José Silva Costa
Humanismo!
Uma lei do trabalho que defende os mais fracos!
Um Governo humanista
Uma Ministra, que representa os patrões
Mas, muito preocupada com os direitos das Mães
Acha que os bebés o que precisam é de sopa
Tanta preocupação só agrada aos patrões
Um dos pontos mais humanos é o seguinte:
Trabalhador que nunca teve contrato sem tempo indeterminado pode ser contratado a prazo sem limite. Querem mais humanidade e estabilidade?
O presidente da CAP aproveita a oportunidade, quer que a lei permita que se façam mais horas extraordinárias
Sebastião Bogalho, (Eurodeputado): “ A reforma laboral vai proteger as mães do excesso de burocracia e de suspeitas constantes”
Das suspeitas já se livraram
Do que nunca se livrarão:
É do despedimento, por parte de alguns patrões, assim que sabem que estão grávidas, não renovando o contrato
De serem preteridas nas promoções.
De não chegarem aos cargos de chefia.
José Silva Costa
8 de Março de 2025
Mulher! Tens tanto saber
É nos teus olhos que o podemos ler
O teu risonho embalar, todos o podemos ver
No bambolear do sol, das flores, em tudo ao teu redor
O brilho, que irradias, é tão forte e dourado, que faz rir os dias
Flor, amor, perfume, vida, futuro, dor, esperança: és completa
Capaz em todas as tarefas, séculos a enfrentar eras
Sempre relegada para segundo plano, como se não fosse um forte ser humano
Colocada em pedestal, nas palavras, mas encerrada em palácios e castelos
Presa por ser uma perfumada flor, no ignóbil negro ciúme, que mata o amor
Ao longo dos séculos, és tu que tens mantido o futuro
Trabalho doce, florido, tão gratificante, quanto duro
Num voo maduro, sobrevoas muitas dificuldades e aterras no século XXI
Que poderá ser o século da mulher, se os restantes três quartos forem no sentido do primeiro
Será degrau a degrau, com a continuação de muito esforço e perseverança, ainda, não será no mundo inteiro
Ainda há quem não queira que vás à Escola
Que te prende numa gaiola
Para algumas é dourada, mas nem por isso deixa de ser uma prisão
Sem falar dos que com as mesmas mãos que te acariciam, te estrangulam
Valendo-se da bruta força
Sem pensarem, por um momento, que não gostavam que fizessem isso às suas mães
Sem pensarem nos próprios filhos, toldados pelo ódio, matam-lhes as mães
Órfãos de mãe, pai na prisão, as crianças ficam numa triste situação
Os adultos, que dizem tanto amar os filhos, não querem saber disso
Nesses momentos só veem ódio, vingança, morte, posse
Quem comete um crime de violência doméstica não pode sair da prisão, antes de cumprir a pena máxima, os 25 anos, para ter tempo de compreender que não se mata, nem se abandonam os filhos menores.
José Silva Costa
Nuvens negras
Mães sem filhos
E sem maridos
Gritos escondidos
Tudo destruído
Terra em fogo
Este mundo mete nojo
Arruaceiros vomitam nacionalismo
Alimentam-se de ódio e gritos
Para eles tudo é inimigo
Multidões acreditam em aldrabões
Comem convoluções
E embebedam-se em reuniões
Adoram os falcões
Que lhes prometem melões
Só colhem desilusões
Mastigam vinganças ente as nações
Arrastam gente, que odeia o outro
Só porque é diferente
Acreditam em quem só mente
Uma negra semente
Pode dar cabo da boa gente
Que acredita em gente influente
Que lhes diz que os outros comem cobras e lagartos
Quando são tudo boatos
Fazendo com que o ódio lhes tolde os sentidos.
José Silva Costa
Os gritos das crianças!
Bombas rebentam por toda Ucrânia
As crianças gritam, nos colos das mães
Com medo, cheias de aflições
Um abrigo de que só as mães são capazes
Apertam-nos contra o seu peito
Fazendo com que momentaneamente passe o efeito
Mas, nos sonhos, tudo fica desfeito
Acordam aos gritos como se estivessem a ouvir as bombas a rebentar
Não conseguem descansar
As mães acabam por o seu país abandonar
Sem saberem para onde ir, vão, um lugar seguro, procurar
Os pais abdicam de tudo, para que os filhos, em paz, possam criar
Mas, os déspotas, sem coração, são surdos!
Não ouvem nem choros, nem gritos de arrepiar
A sua obsessão é tudo metralhar
Se possível tudo arrasar
Quem pode dizer que está seguro no aconchego do seu lar!
A descansar do muito trabalho que lhe deu a arranjar
Se há quem não saiba o que é sonhar viver em liberdade
Sem peias, nem meias, de que alguns estão, sempre, a relativizar
Sem nos conseguirem explicar
O que querem dizer com a seguinte frase: “amplas liberdades”
Como se a Liberdade se medisse em comprimento ou largura!
Não! A Liberdade não tem condicionantes
Ou há Liberdade, ou não há Liberdade
Não consente meio-termo!
José Silva Costa
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