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Nuvens negras
Mães sem filhos
E sem maridos
Gritos escondidos
Tudo destruído
Terra em fogo
Este mundo mete nojo
Arruaceiros vomitam nacionalismo
Alimentam-se de ódio e gritos
Para eles tudo é inimigo
Multidões acreditam em aldrabões
Comem convoluções
E embebedam-se em reuniões
Adoram os falcões
Que lhes prometem melões
Só colhem desilusões
Mastigam vinganças ente as nações
Arrastam gente, que odeia o outro
Só porque é diferente
Acreditam em quem só mente
Uma negra semente
Pode dar cabo da boa gente
Que acredita em gente influente
Que lhes diz que os outros comem cobras e lagartos
Quando são tudo boatos
Fazendo com que o ódio lhes tolde os sentidos.
José Silva Costa
Os gritos das crianças!
Bombas rebentam por toda Ucrânia
As crianças gritam, nos colos das mães
Com medo, cheias de aflições
Um abrigo de que só as mães são capazes
Apertam-nos contra o seu peito
Fazendo com que momentaneamente passe o efeito
Mas, nos sonhos, tudo fica desfeito
Acordam aos gritos como se estivessem a ouvir as bombas a rebentar
Não conseguem descansar
As mães acabam por o seu país abandonar
Sem saberem para onde ir, vão, um lugar seguro, procurar
Os pais abdicam de tudo, para que os filhos, em paz, possam criar
Mas, os déspotas, sem coração, são surdos!
Não ouvem nem choros, nem gritos de arrepiar
A sua obsessão é tudo metralhar
Se possível tudo arrasar
Quem pode dizer que está seguro no aconchego do seu lar!
A descansar do muito trabalho que lhe deu a arranjar
Se há quem não saiba o que é sonhar viver em liberdade
Sem peias, nem meias, de que alguns estão, sempre, a relativizar
Sem nos conseguirem explicar
O que querem dizer com a seguinte frase: “amplas liberdades”
Como se a Liberdade se medisse em comprimento ou largura!
Não! A Liberdade não tem condicionantes
Ou há Liberdade, ou não há Liberdade
Não consente meio-termo!
José Silva Costa
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