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A noite
Há noite há magia
Há noite os sonhos
Pintam alegria
A noite pare o dia
Há noite há um farol
A iluminar o mar
O marinheiro sonda o luar
Não vá o barco encalhar
Quer a lua namorar
O mar também a quer conquistar
Ela não sabe quem escolher
A quem namoro aceitar
Os dois gostava de a encantar
Vai continuar para todos sorrir
Sem ter de decidir
O sorriso não pode dividir
Com todos vai continuar a dormir
A todos inspirar
Sozinha se vai deitar
Sem ter com que se agasalhar
Tantos séculos magia a espalhar
Tantos poetas a enganar
Dizendo que é sua musa
Muitos continuam a esperar
Que as metáforas rompam o ar
Que os seus versos façam o mundo parar
Que a paz possa chegar
Que o ar se possa respirar.
José Silva Costa
A Minha Rua
A luz que te abraça incendeia a harmonia
A formusura da tua silhueta é a beleza nua
Não fujas do nascer da lua
Porque ela torna-te na mais bela estrela na rua
Laços de braços afugentam o cansaço
No rodopio do dia, quanto dele é alegria!
Cruza as pernas e os braços enquanto olhas a rua
Já viste como está engalanada por te ter como sua!
A tua áurea é esperança, é sol, perfume de romaria
Todos os dias todos se deitam e levantam a pensar em ti
Na esperança de os ajudares a vencerem os seus duros dias
Todos dizem que a rua deles é a mais bonita
Enfeitam as varandas com sardinheiras de todas as cores
Todas as mulheres são bonitas flores
Todos gostamos de receber louvores
Não queiras que as outras mulheres de ti tenham inveja
Ajuda-as, com a tua grandeza, a que gostem da sua beleza
José Silva da Costa
Lua cheia
Primeira super lua cheia, deste ano
Maior que o normal
Lua do Trovão
Aproveitem e vibrem com este clarão
É preciso não desperdiçar esta ocasião
olhem para a lua cheia com toda a paixão
Namorar a lua tem muito de emoção
É como querer alcançar uma coisa, onde não chega a mão
Tem muito de sonhos e de ilusão
Quem é que não gosta de viver na lua
Tirar os pés do chão!
Quem não conseguir admirar esta
Tem outra super lua a 1 de agosto
A Lua do Esturjão.
José Silva Costa
Um inverno diferente
Sem chuva, para um vão contentamento
De muita gente, que não o entende
Este inverno que mente
Que em vez de chuva, nos dá sol
Que nos quer conquistar pelo brilho do anzol
Que nos quer matar à sede
E que quer, que lhe agradecemos, por nos dar sol
E há tanta gente a morder o anzol
A agradecer o bonito e belo sol
Como se não precisássemos de comer e beber
Mas, é tão agradável o teu sol
Sol de inverno!
Que este ano nos levará ao inferno
Sem água! Pessoas, animais e plantas não resistirão
Com trigo sem grão, não haverá pão!
Haver fome, ou não!
Está na tua mão, meu inverno mandrião
Não te deixes envaidecer
Por aqueles que acham que podes ser só sol e amor
Tu tens de fazer chover, nevar, e a todos enregelar
Não és Estação para flores, perfumes, coisas fofinhas, sem dores
Deixa isso, para a tua amante: a Primavera
De ti esperamos rigor, noites quentes à lareira
O cheiro da flor de laranjeira
Não puder passar a ribeira
Ficar no outro lado a ver a água baixar
À espera de poder, a namorada, abraçar
Mesmo que ela fique no escuro da lua.
José Silva Costa
Chuva de estrelas!
Do céu caíam lágrimas
Na noite estrelada
Os teus olhos eram rosas perfumadas
Na noite iluminada, tu eras a estrela
Nos teus rubros lábios rolavam cerejas
Atraentes, deliciosas, desejadas
Quanto mais as beijava
Mais crescia o desejo
Que encantadores beijos!
Na frescura da ardente boca
A saciarem o fogo da Lua-cheia
Mas, quanto mais te beijava
Com mais fome ficava
Nada conseguia apagar aquele calor
Nem a noite fria, nem a água que, no rio, corria
Foi a noite mais curta!
Quando o sol nasceu
Ainda da tua boca
Água doce corria
Por que razão é que não há
Chuva de estrelas, todos os dias?
Para dormirmos nos beijos um do outro
Até o sol nos acordar
Para começarmos, de novo, a namorar
E passar o dia no doce teu olhar
Até a lua nos voltar a abraçar.
José Silva Costa
O futuro, ano de 2090
Com a ajuda dos robôs, que passaram a fazer os trabalhos mais duros e rotineiros, os humanos passaram a ter mais tempo de lazer
Muitas empresas dão a escolher aos seus funcionários, dependendo do ramo de atividade, se querem trabalhar de manhã, de tarde ou três dias por semana
As pessoas passaram a ter tempo para consumirem muito mais cultura, fazendo com que os museus, os teatros, os cinemas, e tudo o que é espetáculo esteja, sempre, tudo esgotado
Os países mais antigos, com muitos monumentos, e que os souberam preservar, são muito procurados por turistas, que procuram cultura, ao contrário de antigamente, que procuravam mar, sol e areia
Os habitantes dos países, jovens, gostam de se deslumbrar com a grandiosidade e a antiguidade dos nossos monumentos. Querem sentir o peso dos séculos, imaginar o quotidiano desses tempos, mergulhar na enorme aventura, que tem sido a evolução humana
Enquanto uns querem descobrir o espaço, sentir a adrenalina de sair do nosso planeta, passar uns dias na Lua ou em Marte, outros querem regressar ao passado, ver o caminho andado, pelos nossos antepassados
No dia 20/07/2021, 52 anos depois de Neil Armstrong ter pisado a Lua, e ter dito:” um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade” nasceu mais uma empresa de viagens ao espaço, a New Sheppard
Uma empresa de Jeff Bezos, que convidou, para o acompanhar, o se irmão Mark, o estudante holandês Oliver Daenen, de 18 anos, e a Wally Funk, de 82 anos, que deu instrução a mais de 300 pilotos, mas que nunca tinha tido oportunidade de ir ao espaço, segundo disseram, por ser mulher
Atingiram 105 km de altitude, 3.559 km por hora, a viagem durou 10 minutos e 10 segundos, muito mais rápida que a anterior, 9 dias antes, a 11/07/2021, que durou cerca de uma hora
Na primeira foi utilizado um avião, que podia levantar voo do aeroporto da Base das Lages, nos Açores, em quanto que na segunda foi utilizado um foguetão
Ao mesmo tempo que os dois milionários se divertiam a gastarem milhões na concorrência das viagens ao espaço, em Terra, o Mundo debatia-se com a pandemia SARS-Cov-2
Em Portugal, mais de um milhão de pessoas não tinham Médico de família, cinquenta e três mil e trezentos esperavam por uma cirurgia oftalmológica, alguns há mais de quinze meses
Muitas pessoas questionavam e criticavam os gastos na corrida ao espaço, em quanto que em terra, a fome matava muita gente
Mas, sempre, assim foi, porque a vaidade empurra-nos para feitos que nos eternizem, sem queremos ver, nem ouvir o que se passa à nossa volta.
Continua
O futuro, ano 2080
Chegaram as viagens ao espaço, para todos. Já há algumas escolhas, podemos em pouco mais de uma hora atingir a gravidade zero, podendo ver a Terra, de fora dela
Quem quiser passar uns dias ou meses tem ao seu dispor as várias estações espaciais, os hotéis na Lua e em Marte.
Na Terra tudo está muito diferente, muito mais limpa, porque as pessoas estão informadas e consciencializadas para o que devem fazer a bem do ambiente
A tecnologia permite-nos só utilizar energias renováveis: água, vento, sol, o que fez com que as doenças, derivadas da polução, tenham acabado
Hoje, ninguém deita óleo utilizado nos esgotos! Embora as águas das estações de tratamento, já não sejam deitadas nos cursos de água, continua a ser muito importante que não deitemos nos esgotos, o que não devemos, porque quanto menos lixo tiverem, menos produtos químicos são necessários, para que tenha um PH compatível coma rega dos jardins
Antes, tudo o que deitávamos nos esgotos, acabava no mar
Com a redução do consumo de carne, todos os animais, para consumo, são criados em liberdade. Acabou a criação de animais em cativeiro, sem espaço para se mexerem, com iluminação artificial durante a noite, para estarem sempre a comer, e mais depressa engordarem, com hormonas de crescimento e antibióticos para crescerem mais depressa e não ficarem doentes
Hoje, todos estão mais conscientes das barbaridades que se cometiam na produção dos alimentos e na alimentação
Cada vez há mais pessoas a recusarem-se a comer animais e tudo o que seja produzido pelos animais. Assim, os vegetais, as leguminosas e os cereais passaram a ter uma maior importância na alimentação humana
Existe uma consciencialização nunca vista, para que não haja desperdícios, todos estão empenhados em que se produza de acordo com o que se utiliza
A construção mudou muito, novos materiais, novas funcionalidades: casas ”inteligentes”
Há robôs que ajudam na lida da casa, pondo a mesa, levantando a mesa, metendo a louça na máquina de lavar louça, na limpeza e em tantas outras tarefas, como fazer as refeições
As casas são geridas por um computador que se encarrega de abrir e fechar os estores, de acender e apagar as luzes, regulá-las de acordo com a luminosidade exterior
A despensa também está sob as ordens do computador, que controla todos os produtos que entram e saem, de modo a saber quando deve fazer a nova encomenda, que será, sempre, igual, caso não receba ordens para comprar novos produtos, novas quantidades, ou não receba novas ordens
Algumas casas já estão preparadas com uma entrada para as compras e um tapete rolante, que as leva para a despensa
Assim que tocam à campainha e dizem que vêm entregar as compras, o computador aciona a entrada para as mesmas, e o robô arruma-as nos seus lugares, sabendo o que é para a despensa, o que deve arrumar no frigórico e na arca frigorífica. Estes robôs são muito inteligentes e educados, fazem tudo para que estão programados.
Continua
Os anos
Foi como um sol que nasceu
Olhámo-nos, e em redor tudo estremeceu
O sol levantou-se e a manhã amanheceu
Abrimos a porta e o dia cresceu
Entrámos, foste minha, fui teu
Foi o sol que nos enlouqueceu
O mundo cedeu!
O sol beijou a lua
A alegria, os nossos corpos, unia
Deram-nos as boas-vindas
Ofereceram-nos uma lua-de-mel
Continuámos como se só houvesse uma noite incendiada
Mas, o desgaste dos anos mostraram-nos que também há dias de fel
Valeram-nos os nossos padrinhos: A lua e o sol
Mandaram-nos seguir em frente
Guiaram-nos até ao presente.
José Silva Costa
Lua Cheia!
Não encendeis a minha candeia
Há noite, depois da ceia
A tua magia aumenta a fantasia
Não durmo como dormiria
A tua luz os olhos fere!
Uma energia, que os impede de se fecharem
Sei que interferes nas ondas do mar
Como me impedes de, os meus sonhos, navegar
Tenho de esperar que te deites
Para poder, enfim, descansar
Lua de quatro fases e de outras tantas faces
Ao longo dos séculos, quantos encantaste?
Quem amaste!
Misteriosa, bela, encantadora
Todos te têm cantado
Inspiradora de almas noturnas
Que não obedecem à noite
Que não adormecem
Que se portam como se o sol nunca se pusesse.
José Silva Costa
Bela
Bela é a lua
Que ilumina a rua
Onde nasce e fica nua
Bela é a vizinha
Que me prende
Sempre que vem à janela
Mas nunca falei com ela
Na esperança de que um dia
Ela adivinhe o quanto gosto dela.
Bela é a que encontra uma companhia
Com quem partilha a tristeza e a alegria
Cuja felicidade brilha mais que a luz do dia.
José Silva Costa
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