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Guerras
É pena que horrores rime com flores
E, também com dores, rancores
E, ainda com impostores, doutores
E, até com professores, nadadores
As guerras são grandes horrores
Que matam inocentes e tenras flores
Que são apanhadas entre rancores
Os monstros matam as bonitas flores
Os monstros não sabem o que são dores
Pelo menos, as que infligem aos opositores
As infelizes tenras flores não sobrevivem a tantos horrores
Nas guerras não há flores
Nas guerras há horrores
Nas guerras há muitas dores
Nas guerras não há regras
Nas guerras há só opositores
Nas guerras reina a loucura
A cegueira é mais que pura
O ódio cava a sepultura
Nas guerras não há humanidade
Nas guerras só há brutalidade
Nas guerras as balas não escolhem idade
Nas guerras não há solidariedade
Nas guerras só há mortandade
Nas guerras as crianças morrem antes da puberdade
Nas guerras ninguém diz a verdade
Nas guerras só há maldade
Todos se regem pela vaidade
Quem mata mais é herói
A dor do outro não dói
A dúvida é que mói.
Os meus olhos não aguentam mais ver,
nas guerras, as crianças a morrer.
José Silva Costa
Prendas!
O natal é um época de amor e fraternidade
Todos desejamos uns aos outros: bom Natal, bom ano novo
Mas, a pouco-e-pouco, devido aos excessos, tornou-se num tempo de muita angústia
A publicidade criou-nos, desnecessários, consumos
Muitas pessoas não têm possibilidades de acompanhar este consumismo
A troca de prendas tornou-se obrigatória
Sem que ninguém tenha coragem de dizer que o espírito natalício não é esse
Infelizmente, já há muitos anos, assisti ao desespero de uma Senhora
Que não conseguia conciliar o número da lista de prendas com o dinheiro disponível
Passámos quase uma hora, no comboio, lado a lado, e eu não consegui ficar indiferente ao seu sofrimento
Muitas vezes, para atulharmos as casas de coisas inúteis, para acumularem pó
Como é que se passou de oito a oitenta?
Antigamente não havia, ou eu não tinha conhecimento desta loucura de “enterrarem” as crianças em prendas
Não têm espaço, nem tempo para respirarem, não dão valor ao que lhes é oferecido
Estamos a dar-lhes um mau exemplo, dando-lhes a entender que vivem num paraíso
Que podemos continuar a viver neste desperdício de usar e deitar fora
Uma grande contradição com o que defendemos: a sustentabilidade do planeta, dizendo que temos de reduzir, reciclar, reutilizar
Temos o dever de dar o exemplo, aos nossos filhos e netos, na utilização dos recursos, para que estejam preparados para a mudança que está em curso, cujos efeitos ninguém sabe
Podemos ter um bom Natal, sem ser preciso estragar o que mais tarde nos pode fazer falta.
Um feliz Natal, para todos, com saúde e amor.
José Silva Costa
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