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imagens do blog: os desafiosda abelha - https://anadedeus.blogs.sapo.pt
Um texto sugerido pela querida Ana, que muito agradeço.
Mulheres!
Mulheres tratadas como objetos
Não podem trabalhar nem estudar, fora de casa
Têm de ter um elemento masculino como tutor
Toda a vida tratadas como seres inferiores
Sujeitas a todas as barbaridades dos alarves
Não têm direitos, nem liberdade, apenas deveres!
Obrigadas a taparem-se todas, para saírem à rua
Encafuadas nas negras e tristes burcas
Faça sol ou chuva, seja noite ou dia
É a triste realidade de muitas mulheres
Que não se conseguem, do jugo dos homens, libertar
Ainda que, por alguns, por palavras sejam louvadas, colocadas em pedestais e elevadas a santas
Quantos mais milénios terão de passar
Para as mulheres conseguirem, a liberdade, alcançar?
Ser um ser de plenos direitos, sem atropelos aos seus direitos!
Propaganda enganosa!
Agosto, o mês das férias!
Este ano, de novo, em liberdade
Com a pandemia na melhor fase
Todos querem recuperar o tempo perdido
O Governo é que está perdido
Os serviços públicos não funcionam
Não conseguiram sobreviver à pandemia
Nada funciona, é só propaganda enganosa!
Por muito bem-feita e de cor-de-rosa
Não consegue apagar os problemas
Alunos sem professores e esquadras fechadas
O INEM sem ambulâncias, e a doente morre na rua em frente
E que dizer dos Hospitais, que nunca se sabe que serviços estão a funcionar!
Os serviços de obstetrícia são os que mais têm encerrado
Quem é que não está alarmado?
Às gravidas não lhes chegava o seu estado
Ainda têm de conviver com a incerteza de não saberem onde a filha/o irá nascer
Quantos quilómetros terão de percorrer, a que porta irão bater
Quem é que consegue explicar o que está a acontecer?
Os Governantes dizem que é tudo normal!
Quando interpelados, às questões não respondem
Atiram com atos praticados e milhões, para criarem confusões
Incapazes de fazerem previsões, passam o tempo a criarem ilusões
E, assim, vão arrastando o país para o precipício, apoiados por multidões
Que preferem ser enganados, a ouvirem as verdades
É tão agradável ouvir o que desejamos em vez de assumir as realidades!
Quando somos chamados a pagar a fatura ficamos indignados
Mas não assumimos que fomos coniventes
Nada colheremos, se não soubermos quando, à terra, deitar as sementes.
José Silva Costa
O trigo!
Um cereal muito antigo
Originário do Egito
Cuja farinha, para além do pão, dá para fazer muita coisa gostosa
Não há ninguém que não goste de pão
Para muitos, a base da alimentação
Os políticos deitam-lhe a mão
Como arma de manipulação
Os pobres comem o pão que o diabo amassou
Mas nem esse, hoje, têm!
A guerra quer matar todos à fome
Exceto os que estiverem à distância das balas
Esses morrem mais depressa
Tudo destruído e morto, é o que interessa
Antes que a loucura arrefeça
E o homem não consiga cumprir a promessa
De acabar com a Ucrânia
Onde os campos de espigas douradas lhe fazem confusão
Não fosse o mundo livre levantar-se contra a sua ambição
E, o mundo já estaria na sua mão
Fruto da sua operação especial de libertação
É por isso que não percebe tanta ingratidão
Em vez de lhe agradecerem por tão boa ação
Decretaram proibições e sanções
Com essas ações estão a atrasar a libertação
Como é possível não gostarem de viver sob a sua dura ditadura!
Preferem viver em liberdade!
Alimentando a solidariedade para com a Ucrânia
Quando poderiam ser tão felizes sob a bota da Rússia.
José Silva Costa
Os gritos das crianças!
Bombas rebentam por toda Ucrânia
As crianças gritam, nos colos das mães
Com medo, cheias de aflições
Um abrigo de que só as mães são capazes
Apertam-nos contra o seu peito
Fazendo com que momentaneamente passe o efeito
Mas, nos sonhos, tudo fica desfeito
Acordam aos gritos como se estivessem a ouvir as bombas a rebentar
Não conseguem descansar
As mães acabam por o seu país abandonar
Sem saberem para onde ir, vão, um lugar seguro, procurar
Os pais abdicam de tudo, para que os filhos, em paz, possam criar
Mas, os déspotas, sem coração, são surdos!
Não ouvem nem choros, nem gritos de arrepiar
A sua obsessão é tudo metralhar
Se possível tudo arrasar
Quem pode dizer que está seguro no aconchego do seu lar!
A descansar do muito trabalho que lhe deu a arranjar
Se há quem não saiba o que é sonhar viver em liberdade
Sem peias, nem meias, de que alguns estão, sempre, a relativizar
Sem nos conseguirem explicar
O que querem dizer com a seguinte frase: “amplas liberdades”
Como se a Liberdade se medisse em comprimento ou largura!
Não! A Liberdade não tem condicionantes
Ou há Liberdade, ou não há Liberdade
Não consente meio-termo!
José Silva Costa
Ilusão!
Neste verão, dá-me a mão
Vamos aproveitar esta ilusão
De que a pandemia já passou
Quando a liberdade ainda não chegou
Mas viver é isso mesmo, aproveitar o presente
Não se deixar abater por o que virá a acontecer
Enquanto a vida o quiser, vamos aproveitar o entardecer
Porque a vida é a mais bela fantasia, que nos aconteceu
Não se pode perder um segundo, quanto mais um dia!
Vamos para a folia, porque amanhã já será outro dia
E, este não se repetirá, porque se acontecesse, seria uma avaria
Para espanto, já bastam as alterações climáticas
Que a todos surpreendem, todos os dias
Até os que contra elas sempre argumentaram, já pararam
Não conseguem explicar os fenómenos, que nos estão amatar
São fogos, são chuvas, tudo está a desabar
Os degelos polares, os incêndios, as cheias, que levam tudo à frente
Nunca ninguém antes pensou que, parar para pensar, era tão urgente
Antes que a nossa arrogância acabe com toda a gente.
José Silva Costa
70 Anos
Setenta anos a dialogar
Para as armas calar
Não compreendo os que andam a gritar
Para sairmos do Euro, e as fronteiras fechar
Com o falso pretexto de mantermos a nossa independência
Como se fosse melhor o isolamento, do que a cooperação
O que lhes vale é a pouca politização
De quem os ouve
Com a proposta: “ uma política patriótica”
Seja lá o que isso for
Sem preocupações com o aumento da dívida e do défice
O que a Europa precisa é de solidariedade
Para os tempos negros, melhor, atravessar
Espero que os políticos de hoje ponham os olhos nos de há setenta anos
Mantendo as armas caladas e continuando o diálogo
Para bem de todos os povos.
José Silva Costa
A quem morreu por sonhar
A vida, pelo sonho
O sonho comanda a vida
Sonham com a liberdade
Respirar em liberdade
Trabalhar em liberdade
Escolher em liberdade
Viver em liberdade
Dormir em liberdade
Estudar em liberdade
Fugir da arbitrariedade
Ter personalidade
Fugir da pena de morte
Fugir da prisão perpétua
Deixar de ser, só, mais um
Poder sonhar voar
Poder decidir
Poder ir à lua
Poder dormir, livremente, na rua
Para tudo isto fazer
Só uma coisa pode acontecer
Fugir!
E, há sempre, alguém que queira ajudar
Que nos proponha, num camião, viajar
A melhor maneira de, num país livre, entrar
Quando não temos autorização, para lá estar
Mas, esqueceram-se de, o frigorífico, desligar
Todos os sonhos ficaram por realizar
Quantos sonhos acabaram por matar!
Mas, os sonhos nunca vão acabar.
José Silva Costa
Abril
Abril, o mês mais florido
O mês da liberdade
O mês de águas mil
Abril, trouxeste uma madrugada perfumada
Cheia de dúvidas e sonhos
Uma promessa de mudança, na cor de um cravo
Uma promessa de amor do tamanho do coração
Uma revolução que não queria que o sangue manchasse a sua ação
Abril, 45 anos a sonhar com cravos a florir
Nos canos das espingardas, como se fossem balas perfumadas
As ruas, primeiro, ficaram caladas
Depois, rebentaram de alegria
Nunca Lisboa tinha assistido a tanta magia
Em todas as ruas, a liberdade, corria
Para adultos, jovens e crianças, sorria
Foi o mais longo dia
À espera de sabermos para onde o futuro iria
José Silva Costa
Liberdade
Liberdade, quem a tem chama-lhe sua
Mas, há quem a tenha, e ande na lua
Até há quem a queira atirar para a rua
Experimentar o que é viver em ditadura
Não poder abrir a boca, na rua
Ler, ouvir e ver, só, o purificado pela censura
Embebedados por slogans com falsos conteúdos:
Vamos voltar a ser grandes, Portugal para os portugueses ………
Foi com esses chavões, que os ingleses se deixaram enganar
Agora, não sabem para onde se virar
Só em liberdade, poderemos, por um Mundo melhor, lutar.
José Silva Costa
Cravos vermelhos floriram
Nos tapa-chamas das espingardas
Desmoronaram uma ditadura
Por medo e mortes sustentada
Por todo o Mundo condenada
Em todos os Continentes odiada
No Tarrafal personificada
Mas, Abril prometeu a todo o Império
Cravos vermelhos fazer distribuir
Em nenhum outro momento
Houve tão grande grito de liberdade
Propagado pelo vento
Foi doloroso o desmoronamento
Tantos séculos desfeitos num momento
Com tantos laços atados pelo sangrento
Com a força das armas como cimento
As mesmas armas, que libertaram um grito de entendimento
Num muito, muito tardio momento
Em que esteve por um fio o êxito do movimento
Um só disparo poderia ter tornado
Um glorioso dia num banho sangrento
Para todos os que contribuíram para que visse a liberdade
O meu maior agradecimento.
José Silva Costa
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