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Flores

por cheia, em 14.06.24

Flores vermelhas

 

Flores quentes de Junho

Amores doces de verão

Apertam o meu coração

Beijos eternos te verão

Os meus olhos rasos de comoção

Nos teus rosáceos lábios de romã

Deposito os meus desejos

Ver-te feliz são os meus ensejos

Na formosura dos teus beijos

Aqueço todo o meu corpo

Na silhueta do teu olhar

Vejo todos os meus sonhos a navegar

Minha flor, quão doce é o amor

Embalado pela tua formosura

No ar puro da tua doçura

Onde colocamos a noite segura

Com a lua esguia à mistura

A iluminar os beijos na tua cintura

De bailarina de dança do ventre

Nas mil umas noites dormidas no vento

Os bonitos sonhos foram o nosso sustento

Nos teus sedosos cabelos coloco um beijo sedento

Meu amor, minha flor, somos o fermento

Abraçados continuaremos a desafiar o momento.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 07:50

O futuro está atrasado

por cheia, em 01.06.24

 

Maio florido e perfumado

Está, mais um, acabado

O junho é chegado

Com o seu calor, amado

Com Santos e fado

Tudo está animado

Portugal é um arraial adiado

Marchas e marchinhas, num país parado

Santo António é que está sempre ocupado

Com os casamentos a recordarem o passado

Lisboa já nem tem o Chiado

Tudo está tão modificado

Foi tudo engolido pelo turismo acelerado

A fúria do vento animado

O futuro está atrasado

Mas não tem culpado

Tudo são maravilhas neste reino à beira mar plantado

Do cotim, à bombazina, passando pelo riscado

Tudo são glórias do antepassado

Ninguém voltará à rabiça do arado

O passado está enterrado

O que desejo é que o futuro não seja magoado

Como é bom ir galgando este emaranhado

De novos desafios ao homem empenhado

De nunca ficar parado

De querer ir, sempre, mais longe, no seu aluarado

De não querer ficar ao chão, atado

De querer trocar este chão, amado

Por um sítio imaginado.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:57

Adeus Junho!

por cheia, em 30.06.22

Adeus junho, até para o ano!

 

Junho está a terminar

O mês dos Santos Populares está a acabar

Foi um mês de muita folia e alegria

Como que uma preparação para as férias

Estamos todos desejosos de recuperar o tempo perdido

Parece que não aprendemos, com a pandemia, o devido

Continuamos nas correrias, como se nada tivesse acontecido

Para além da pandemia, estamos a sofrer as consequências de uma guerra

Continuamos “ naquele ingano d´alma ledo e cego/ Que a fortuna não deixa durar muito…” (1)

Não podemos ser só cigarras, também temos de ser formigas

O verão passa num ápice

O outono e o inverno podem ser frios: um inferno!

Temos de nos preparar para os novos tempos

A falta de energia pode ser um grande contratempo

No verão, ainda, podemos dormir ao relento

Mas no inverno o melhor é termos um bom teto

O que todos os pobres ambicionam

Onde possam, as poucas horas de descanso, passar

Como é bom termos uma casa para nos acarinhar!

Todos os dias quando chegamos cansados do trabalho, do duro dia

Num mundo tão desigual muitos nunca, esse carinho, vão saborear

Nem sequer têm uma almofada onde o sono deitar.

José Silva Costa

 

  • Lusíadas, canto III, estrofe 120

 

 

 

 

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publicado às 07:59

10 de Junho

por cheia, em 10.06.18

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Portugal, um retângulo, na ocidental praia

Um retângulo muito pequeno, para tanto sonho

O que nos vale é o muito mar, que não tem limites!

Temos muito por onde nos espraiar, todo o Mundo para abraçar

Somos um povo de navegadores, sonhadores e muitos amores

Um povo incapaz de se deixar aprisionar, numa pequena porção de terra, com tanto mar

Para além desta imensidão de água há outros povos, que queremos tanto conhecer

Não, nunca ficaremos a comtemplar, este vai e vem de ondas a desafiar-nos!

Cavalgá-las-emos sempre, para vermos, o que do outro lado, nos chama

Primeiro, para cartografar tudo o que se encontrava para lá do mar

Depois, para nos libertarmos e darmos asas a todas as nossas ambições

Uma vontade insaciável de conhecermos todos os povos, todas as nações

Uma gente diferente, capaz de amar e abraçar, toda a gente

Que por mar, terra e ar se espalhou e continua a espalhar por onde houver espaço para sonhar

E, se a iniciativa não for nossa, são os outros povos, que nos veem buscar!

Como está a acontecer, porque dentro de nós há um mar de muitos séculos, para admirar

Ninguém fica indiferente à nossa maneira de ser, à nossa afetividade, ao nosso conhecimento da humanidade

Cruzámos todos os mares e continentes, conhecemos tantas gentes, e, em todo o lado deixamos sementes

E, assim continuaremos, pelos séculos fora, passeando os olhos por todos os mares e por todas as gentes.

 José Silva Costa

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publicado às 22:31


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