Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Flores vermelhas
Flores quentes de Junho
Amores doces de verão
Apertam o meu coração
Beijos eternos te verão
Os meus olhos rasos de comoção
Nos teus rosáceos lábios de romã
Deposito os meus desejos
Ver-te feliz são os meus ensejos
Na formosura dos teus beijos
Aqueço todo o meu corpo
Na silhueta do teu olhar
Vejo todos os meus sonhos a navegar
Minha flor, quão doce é o amor
Embalado pela tua formosura
No ar puro da tua doçura
Onde colocamos a noite segura
Com a lua esguia à mistura
A iluminar os beijos na tua cintura
De bailarina de dança do ventre
Nas mil umas noites dormidas no vento
Os bonitos sonhos foram o nosso sustento
Nos teus sedosos cabelos coloco um beijo sedento
Meu amor, minha flor, somos o fermento
Abraçados continuaremos a desafiar o momento.
José Silva Costa
Maio florido e perfumado
Está, mais um, acabado
O junho é chegado
Com o seu calor, amado
Com Santos e fado
Tudo está animado
Portugal é um arraial adiado
Marchas e marchinhas, num país parado
Santo António é que está sempre ocupado
Com os casamentos a recordarem o passado
Lisboa já nem tem o Chiado
Tudo está tão modificado
Foi tudo engolido pelo turismo acelerado
A fúria do vento animado
O futuro está atrasado
Mas não tem culpado
Tudo são maravilhas neste reino à beira mar plantado
Do cotim, à bombazina, passando pelo riscado
Tudo são glórias do antepassado
Ninguém voltará à rabiça do arado
O passado está enterrado
O que desejo é que o futuro não seja magoado
Como é bom ir galgando este emaranhado
De novos desafios ao homem empenhado
De nunca ficar parado
De querer ir, sempre, mais longe, no seu aluarado
De não querer ficar ao chão, atado
De querer trocar este chão, amado
Por um sítio imaginado.
José Silva Costa
Adeus junho, até para o ano!
Junho está a terminar
O mês dos Santos Populares está a acabar
Foi um mês de muita folia e alegria
Como que uma preparação para as férias
Estamos todos desejosos de recuperar o tempo perdido
Parece que não aprendemos, com a pandemia, o devido
Continuamos nas correrias, como se nada tivesse acontecido
Para além da pandemia, estamos a sofrer as consequências de uma guerra
Continuamos “ naquele ingano d´alma ledo e cego/ Que a fortuna não deixa durar muito…” (1)
Não podemos ser só cigarras, também temos de ser formigas
O verão passa num ápice
O outono e o inverno podem ser frios: um inferno!
Temos de nos preparar para os novos tempos
A falta de energia pode ser um grande contratempo
No verão, ainda, podemos dormir ao relento
Mas no inverno o melhor é termos um bom teto
O que todos os pobres ambicionam
Onde possam, as poucas horas de descanso, passar
Como é bom termos uma casa para nos acarinhar!
Todos os dias quando chegamos cansados do trabalho, do duro dia
Num mundo tão desigual muitos nunca, esse carinho, vão saborear
Nem sequer têm uma almofada onde o sono deitar.
José Silva Costa
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portugal, um retângulo, na ocidental praia
Um retângulo muito pequeno, para tanto sonho
O que nos vale é o muito mar, que não tem limites!
Temos muito por onde nos espraiar, todo o Mundo para abraçar
Somos um povo de navegadores, sonhadores e muitos amores
Um povo incapaz de se deixar aprisionar, numa pequena porção de terra, com tanto mar
Para além desta imensidão de água há outros povos, que queremos tanto conhecer
Não, nunca ficaremos a comtemplar, este vai e vem de ondas a desafiar-nos!
Cavalgá-las-emos sempre, para vermos, o que do outro lado, nos chama
Primeiro, para cartografar tudo o que se encontrava para lá do mar
Depois, para nos libertarmos e darmos asas a todas as nossas ambições
Uma vontade insaciável de conhecermos todos os povos, todas as nações
Uma gente diferente, capaz de amar e abraçar, toda a gente
Que por mar, terra e ar se espalhou e continua a espalhar por onde houver espaço para sonhar
E, se a iniciativa não for nossa, são os outros povos, que nos veem buscar!
Como está a acontecer, porque dentro de nós há um mar de muitos séculos, para admirar
Ninguém fica indiferente à nossa maneira de ser, à nossa afetividade, ao nosso conhecimento da humanidade
Cruzámos todos os mares e continentes, conhecemos tantas gentes, e, em todo o lado deixamos sementes
E, assim continuaremos, pelos séculos fora, passeando os olhos por todos os mares e por todas as gentes.
José Silva Costa
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.