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O futuro, ano 2080
Chegaram as viagens ao espaço, para todos. Já há algumas escolhas, podemos em pouco mais de uma hora atingir a gravidade zero, podendo ver a Terra, de fora dela
Quem quiser passar uns dias ou meses tem ao seu dispor as várias estações espaciais, os hotéis na Lua e em Marte.
Na Terra tudo está muito diferente, muito mais limpa, porque as pessoas estão informadas e consciencializadas para o que devem fazer a bem do ambiente
A tecnologia permite-nos só utilizar energias renováveis: água, vento, sol, o que fez com que as doenças, derivadas da polução, tenham acabado
Hoje, ninguém deita óleo utilizado nos esgotos! Embora as águas das estações de tratamento, já não sejam deitadas nos cursos de água, continua a ser muito importante que não deitemos nos esgotos, o que não devemos, porque quanto menos lixo tiverem, menos produtos químicos são necessários, para que tenha um PH compatível coma rega dos jardins
Antes, tudo o que deitávamos nos esgotos, acabava no mar
Com a redução do consumo de carne, todos os animais, para consumo, são criados em liberdade. Acabou a criação de animais em cativeiro, sem espaço para se mexerem, com iluminação artificial durante a noite, para estarem sempre a comer, e mais depressa engordarem, com hormonas de crescimento e antibióticos para crescerem mais depressa e não ficarem doentes
Hoje, todos estão mais conscientes das barbaridades que se cometiam na produção dos alimentos e na alimentação
Cada vez há mais pessoas a recusarem-se a comer animais e tudo o que seja produzido pelos animais. Assim, os vegetais, as leguminosas e os cereais passaram a ter uma maior importância na alimentação humana
Existe uma consciencialização nunca vista, para que não haja desperdícios, todos estão empenhados em que se produza de acordo com o que se utiliza
A construção mudou muito, novos materiais, novas funcionalidades: casas ”inteligentes”
Há robôs que ajudam na lida da casa, pondo a mesa, levantando a mesa, metendo a louça na máquina de lavar louça, na limpeza e em tantas outras tarefas, como fazer as refeições
As casas são geridas por um computador que se encarrega de abrir e fechar os estores, de acender e apagar as luzes, regulá-las de acordo com a luminosidade exterior
A despensa também está sob as ordens do computador, que controla todos os produtos que entram e saem, de modo a saber quando deve fazer a nova encomenda, que será, sempre, igual, caso não receba ordens para comprar novos produtos, novas quantidades, ou não receba novas ordens
Algumas casas já estão preparadas com uma entrada para as compras e um tapete rolante, que as leva para a despensa
Assim que tocam à campainha e dizem que vêm entregar as compras, o computador aciona a entrada para as mesmas, e o robô arruma-as nos seus lugares, sabendo o que é para a despensa, o que deve arrumar no frigórico e na arca frigorífica. Estes robôs são muito inteligentes e educados, fazem tudo para que estão programados.
Continua
Amor & Guerra (30)
A maior parte das pessoas chegou com a roupa que tinham no corpo. Sem eira nem beira, sem conhecerem ninguém, muitos nunca tinham estado em Portugal, foram dias muito dramáticos, para muita gente
Deambulavam pela cidade, sem rumo, no desespero de quem não consegue prever o futuro, descansavam nos bancos dos jardins, à espera da noite
Foi difícil acomodar tanta gente. Criaram o Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN)
Mobilizaram algumas unidades hoteleiras, nos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal, para onde encaminharam as famílias
Apresentavam índices mais elevados de escolaridade que o resto do país
A pouco-e-pouco criaram negócios, empregaram-se, contribuíram para a dinamização de muitas localidades
Os que eram funcionários públicos e bancários foram integrados, os outros tiveram de se desenrascar. Para a integração dos bancários, muito contribuiu o fato da banca estar nacionalizada
Os pais e o irmão do Firmino, ao contrário dos que não sabiam para onde ir, mal desembarcaram, no aeroporto de Lisboa, apanharam um táxi para a casa da Bárbara, onde forma muito bem recebidos, e ficaram até alugarem uma casa
Voltavam a estar todos juntos, o que, não fora a perda do Firmino e terem sido forçados a deixarem a sua terra, poderia ter sido motivo para estarem muito felizes
A Bárbara emprestou-lhes dinheiro para criarem um negócio, uma ajuda importante, que deu ótimos resultados, uma vez que, em poucos anos, se tornou numa grande empresa, dando trabalho a dezenas de trabalhadores
Depois da euforia de 1974, dos bons aumentos, para alguns, em 1975, da aprovação da Constituição, em 1976, das primeiras eleições livres de 1977, chegámos à banca rota
Pela primeira vez, em 1977, fomos forçados a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Tomamos-lhe o gosto, não queremos outra coisa, seguiram-se 1983 e 2011
Todos os dias, de cesta numa mão e a outra estendida, vamos aos mercados pedir euros emprestados
A Bárbara e a Sara continuavam a descobrir Lisboa e os arredores. Foram a uma casa de fados, ouviram cantar o fado e ficaram encantadas. Depois foram, ao Parque Mayer, ver um a revista à portuguesa, não se cansavam de, a cidade, percorrer
Viajaram de comboio a Cascais e Sintra. Visitaram o Palácio Nacional de Sintra, o Castelo dos Mouros, o Palácio Nacional da Pena, o Convento dos Capuchos e o Parque e Palácio de Monserrate. Também não quisera deixar de ir ao ponto mais ocidental da Europa: O Cabo da Roca
A seguir decidiram ir a Coimbra, que a Bárbara tanto gostava de conhecer, devido à sua Universidade, onde desejou estudar. Mas, os pais nunca permitiram que saísse de Angola
Para ela, Coimbra tinha muito encanto, mesmo que nunca lá tivesse estado, bastava o fado de Coimbra e as serenatas, que costumava ouvir na rádio
Parecia querer entusiasmar a filha, para que fosse estudar para a Universidade de Coimbra
Por vezes, alguns pais colocam nos ombros dos filhos os sonhos que não conseguiram realizar.
Continua.
Mês de Férias
Julho, que sejas bem-vindo!
Que tragas um novo brilho
A um Verão diferente
Para as férias de muita gente
Que precisa urgentemente
De sair do confinamento do apartamento
De manter o afastamento
E, a quem tu podes ajudar, com o tempo
Mostrando-lhe um outro segmento
O de conhecer todo o país
Que para além das praias, tem muito mais
Tem muitos patrimónios!
Um vastíssimo património cultural e monumental
Disperso por todo o país
Que, infelizmente, muitos nem sabem que existe
Que, para todo o saborearmos, muitos anos seriam precisos
Este ano é a ocasião de deixarmos as praias sossegadas
De partirmos à descoberta do resto do país
De mergulharmos nos nossos rios
De usufruirmos dos nossos sumptuosos monumentos e jardins
De afugentarmos o demasiado calor, no centro duma Catedral ou de qualquer outro monumento
De saborearmos a nossa riquíssima gastronomia
Por todos tão admirada!
Não nos faltariam argumentos
Para celebrarmos ao progresso do Interior
Para ver se somos capazes de criar um país mais harmonioso
Baseado no aproveitamento de todos os seus recursos
Para a sustentação de uma economia verde
Que é o que a Natureza quer
E os povos estão a escolher.
José Silva Costa
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