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Mal dita pandemia
Quem diria
Que tanta gente mataria
Tanta gente desesperada
Tanta casa fechada
No jardim, no banco, não nos podemos sentar
Nem beber café ao postigo
Temos de estar em casa fechados
Podemos ir à varanda
Espreitar a vizinha
Ver se está acompanhada
A rua está sozinha
Nem homem das castanhas
Nem o artista de rua
Nem o arrumador de automóveis
Ela está completamente nua
Até as aves estão a penar
Não há um resto de bolo
Nem pão, nem miolo
Está tudo tão limpo
Tão desinfetado
Mas ninguém tem cuidado
Andam sem máscaras
Em multidão
Para poderem sair à rua
Alugam um cão
Gabam-se de a todos enganar
Menos o vírus
Que sem esperarem
Os faz pararem
Depois, queixam-se da má sorte
Nunca dizem que é a cabeça que não tem norte
Não acreditam na ciência
Só em milagres!
José Silva Costa
Esquemas
O Orçamento do Estado
Cada um a pensar no seu eleitorado
Não há o mínimo de sentido de Estado
O Orçamento é um documento esfrangalhado
Aqui e além retalhado, o futuro é ignorado
O que interessa é embebedar o eleitorado
Este país vive, sempre, no caos, nunca estruturado
A saúde, a educação e a justiça estão cada vez mais degradadas
Hospitais privados nascem como cogumelos
No entanto, a geringonça canta grandes vitórias
Bloco de Esquerda, para esbater as desigualdades, conseguiu uma redução, nas propinas, para todos
Assim, algumas meninas e meninos terão mais duzentos euros, para os festivais de verão
Partido Comunista Português, um aumento, igual, para todos os funcionários públicos, nem que seja um cêntimo
Segundo estes partidos, poderia ser muito mais, se não fosse a obcecação de pagar a dívida e o controlo do défice!
Partido Socialista, congratula-se por nunca este jardim, à beira mar plantado, ter estado tão florido
Mais de dois milhões de pobres, os serviços públicos entupidos, marcação de consultas com três anos de espera, horários suprimidos por falta de comboios, consultas e cirurgias adiadas por greves, todos os dias.
Quando confrontados com a realidade, respondem com os programas vinte, vinte, quarenta, quarenta, cem, cem, carregados de milhões, que ninguém sabe para onde foram ou em que cofres estão.
José Silva Costa
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