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Outono
Nestes rudes tempos, indiferente à brutalidade, continuas a tua missão
Recolher as secas folhas, lavar as árvores, para receberem o inverno
Mas, as guerras, essas não param, continuam a alimentar o ódio
Os agiotas continuam a amontoar o dinheiro, vivem do seu cheiro
Tudo inútil, tudo sem futuro, tudo para criar fome, dor e morte
Nunca ouviram o puro choro do nascer de uma criança
A pedir, pão, paz, educação, habitação, futuro sem opressão
Mas, os donos do mundo não as ouvem
Só ouvem o telintar do ouro, como se isso fosse bom para o povo
Mais tarde ou mais cedo chega a chuva e o frio
Os migrantes dormem à porta da AIMA, no conforto do humanismo
Saboreando a nova política de acolhimento com dignidade
Dando um novo e bonito colorido à cidade
O Ministro bem os quer enganar, dizendo que podem utilizar o colo da Internet
Mas, eles o que querem é que lhes resolvam os problemas
Estão fartos de sistemas, da burocracia, da exigência de documentos, sem fim
Assim, preferem dormir nos braços da adorável AIMA, à espera de um milagre
Na confortável cama da discriminação da lei dos estrangeiros
Tão boa, para quem tem muito dinheiro, num país tão interesseiro.
José Silva Costa
Bem-vindo, Outono!
Como são bonitas as tuas cores!
Quentes, para nos aquecerem o olhar
São as cores das árvores
A despedirem-se dos nossos olhares
Vão despir-se, vão mudar de visual
Vão passar, o inverno, despidas
Para, na primavera, nos surpreenderem
Com as suas cores garridas, todas floridas
A deslumbrarem-nos, todos os dias
Como só a Natureza o sabe fazer
Para nosso inteiro prazer
Fazendo-nos, as tristezas, esquecer
Mostrar, que o mundo está sempre a mudar
Que se está, sempre, a renovar
Que haverá, sempre, um novo dia
A irradiar alegria, seja noite ou dia
Por muito que o dia nasça triste
Há, sempre, o sorriso de uma criança a crescer
E, o choro de outra a nascer
Para que o mundo não pare de correr
A renovação possa acontecer
E, possamos, com alegria, viver.
José Silva Costa
À antiga!
Este inverno está ser, como há muitos anos não via
Tão diferente dos invernos, que mais, primaveras, pareciam
Está a colaborar com o Governo, no seu: “ fique em casa”
As casas é que estão muito sobrecarregadas
Em Escolas, Universidades, escritórios e salas de reunião, transformadas
Até eu voltei à Escola!
Como não aproveitar tanta sabedoria a entrar no aconchego do lar
Como os tempos estão a mudar!
Será que este tempo se deve à redução da poluição?
Os aviões ficaram em terra e os carros junto à habitação
A avenida está limpa e a rua mais convidativa
As casas é que não param de se queixar
Estão muito saturadas. Vinte e quatro horas, sempre, ocupadas!
Anseiam pelo fim do estado de emergência
Por quanto mais tempo teremos de continuar na “prisão”?
Não podemos desesperar
A primavera está a chegar.
José Silva Costa
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