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Velhos!

por cheia, em 28.08.23

Velhos

Este país não é para velhos

Bem podem, até, arranjar palavra mais suave: idoso

Que não é isso que evita que haja político manhoso

Que nas campanhas eleitorais não beije todo o idoso

Que o deixe morrer, numa maca, à porta do Hospital

Porque os serviços públicos fecharam para férias

Incluindo os Hospitais, que não se conseguem manter abertos

Devido à falta de investimento em recursos humanos e materiais

E o mais surpreendente é que isto tenha passado a ser a normalidade

E que ninguém se indigne, tenha muita ou pouca idade

As repartições das finanças só atendem com marcação

Depois de dias ao telefone, quando se consegue uma marcação

5 minutos depois, recebe-se um email a anular a marcação

As escolas passaram o ano com falta de professores e em greves

 mas todos os alunos passaram de ano

Vamos continuar a ter técnicos cobiçados por os outros países?

Nada funciona, mas o país está melhor, na boca dos políticos

Agosto é o mês das férias, os políticos vão a banhos

Não querem ser incomodados

Devido ao fecho dos Hospistais, não se pode morrer, nascer ou adoecer

Como avisou o primeiro-ministro, escudado pela maioria absoluta:

“Habituem-se!”

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 07:57

O futuro é hoje (10)

por cheia, em 29.11.21

 O futuro é hoje (10)

 

Organização à portuguesa!

 

Centenas de pessoas idosas, com pouca mobilidade, alguns em cadeiras de rodas, receberam uma mensagem para se deslocarem ao posto de vacinação de Odivelas, domingo 28/11/2021, um dia muito frio, para receberem a terceira dose da vacinação

Tiveram de voltar para casa, sem serem vacinados, porque aquele posto de vacinação não abre aos domingos

Os responsáveis, questionados pela imprensa, responderam que já tinham sido agendados, para o dia seguinte. Só faltou dizerem que lhes tinha feito muito bem, aquele passeio forçado

  A jornalista Sandra felgueiras, que apresentou, durante 10 anos, o programa Sexta Às Nove, no canal 1 da RTP, saiu da televisão pública

Os Governantes não tiveram coragem de proibir o programa, que muito contribuiu para algumas demissões, não-governamentais. Mas foram retirando-lhe meios até o matarem

Denunciou muitas irregularidades cometidas pelas autoridades, que acham que o país é uma quinta delas, que se julgam donos de isto tudo

Recusam-se a prestar contas, mesmo que as leis a isso obriguem, porque acham que estão acima da lei

Uma jornalista premiada, pelo seu excelente trabalho, pela causa pública, que muito desagradou aos corruptos

O Governo assinou 14 contratos de exploração de lítio e outros minerais, no dia seguinte ao chumbo “ do Orçamento do Estado”

Os contratos permitem que as empresas avancem para os trabalhos finais para a exploração dos minérios em causa, mas só depois de terem em sua posse os respetivos Estudos de Impacte Ambiental favoráveis concluídos

As Declarações de Impacte Ambiental favoráveis ou favoráveis condicionadas e ainda os planos de lavra aprovados

Ainda nenhuma das concessões reúne tais condições

Segundo o contrato, têm um prazo de dois anos

O Luís disse à filha que havia quem não partilhasse o entusiámos dela, com o fecho das centrais a carvão, porque poderíamos ter apagões, caso as barragens tivessem pouca água

Segundo essas pessoas, era uma irresponsabilidade basear a nossa produção de energia elétrica, apenas em fontes intermitentes (sol e vento)

A Filomena não concorda com o pai, segundo ela o que temos é de aproveitar todo o potencial dessas fontes renováveis

Mas, o Luís nunca aprovará essas modernices, assim com não concorda que acabem com os motores a combustão, que já existem à quase século e meio, e ainda hoje a potência dos motores é medida em cavalos

Isso da tração animal foram outros tempos, depois foi o vapor, a combustão, agora chegou a era de tudo ser movido a eletricidade, que não polui - disse a Filomena. 

 

 

 

 

  

   

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:13

Os jardins

por cheia, em 26.08.21

Os jardins

Nas avenidas das árvores

Passeias a beleza da Natureza

Admiras toda a sua beleza

Cada canteiro, cada árvore, uma certeza

Que o perfume tudo embeleza

Que harmonia, sem tristeza!

As árvores, os pássaros, as flores, na sua dureza

De uma vida parada na incerteza

Sem saberem se vai chover, se vai nevar, se vão viver na pobreza

Cada visitante tem no seu olhar uma delicadeza

Para cada cravo, para cada rosa uma fineza

Os idosos procuram os bancos, para descansarem da moleza

Onde tentam voltar a ser crianças e espantarem a tristeza

Enquanto as crianças, nas suas brincadeiras, exibem a esperteza

Os jardins são ponto de encontro de todos os encontros

São as casas dos pombos, dos namorados, dos abandonados

São palcos de alegria, de tristeza, de beleza e de ventos agitados

O que lhes vale é serem, pelos jardineiros, tão bem tratados

Os seus perfumes e flores são, por todos, muito admirados

São pelas plantas, pelos pássaros, crianças, mulheres e homens muito estimados

Os jardins, públicos, são um chão democrático

Onde todos podemos descansar das fadigas, das alegrias, do doce amar.

José Silva Costa 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:52

Amor & Guerra (18)

por cheia, em 30.04.21

Amor & guerra (18)

A Bárbara e o Firmino decidiram vender e o estabelecimento e irem os três para Luanda

O desejo da Bárbara era que, depois, seguissem para a Metrópole, onde achava que estavam mais seguros

O Firmino tentava convencê-la a ficar em Lunda, onde ele tinha a família. Argumentando que o clima da Europa era muito diferente, as temperaturas têm grandes amplitudes térmicas, o sol não nasce, todos os dias, às 6 horas e não se põe, todos os dias, às 18 horas, como acontece em Angola, e além disso não poderia ter tantos criados, a não ser que tivesse uma grande fortuna

 

A Miquelina, no dia seguinte, quando foi visitar o Carlos, acompanhada do Miguel, tinha boas notícias, para o futuro deles. Achou-o muito melhor, mais alegre, entusiasmado, com uma grande vontade de viver, e disse-lhe que gostava muito de o ver assim!

Ele respondeu-lhe que desde que os tinha visto, tinha uma nova alma, que tudo faria para que fossem muito felizes, que ela não imaginava a força que lhe tinham dado, com a visita

Uma coisa era saber que tinha um filho, outra foi senti-lo no colo, apertá-lo nos seus braços, ver que ele, sem saber, lhe dava força para lutar por uma recuperação, que conseguisse arranjar um emprego, para ganhar o suficiente para o criar

E, que a presença dela não tinha sido menos importante, demonstrando todo o carinho que tinha por eles: uma extremosa mãe, uma bonita mulher, acabando por lhe perguntar, que mais um homem poderia querer?

Foi então, que lhe deu as boas notícias, dizendo-lhe que foram muito bem recebidos, pelos antigos patrões, que lhe deram os parabéns por terem um filho muito bonito, que lhe desejavam boas e rápidas melhoras, e quando tivesse alta lhe arranjariam um emprego

 

Mariana e João regressaram à sua terra, estavam exausto. A primeira viagem à capital tinha os deixado com pouca vontade de lá voltar

Foram descansar, porque no dia seguinte tinham de voltar para horta, de onde tiram o sustento, não têm direito a reforma, nem têm um pé-de-meia para quando não conseguirem trabalhar

Contavam com o filho, que foi o que aconteceu com eles, que tomaram conta dos seus pais até falecerem. O filho para além de estar doente, não voltaria a ter condições para trabalhar no campo, já o tinha abandonado antes de ir para a tropa

Tomara o Carlos ficar em condições de governar a vida dele. Assim, sabiam que estavam entregues à sua sorte e à caridade dos vizinhos

Os tempos estavam a mudar: os jovens não ficavam nas suas aldeias, procuravam trabalho nas grandes cidades ou no estrangeiro.

Muitos idosos acabam os seus dias, sem filhos, nem netos, por perto. É o que esperam

 a Mariana e o João.

Continua

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publicado às 07:59

A Natureza

por cheia, em 26.06.20

Novo

Os estranhos tempos

Que prendem o vento

Que não nos deixam sair do apartamento

 Que não permitem o casamento

Que acabaram com qualquer evento

Que não deixam viver o momento

Que obrigam a fechar o estabelecimento

Que não deixa apreciar o talento

Porque não há espetáculos ao relento

Nem visitas ao Parlamento

Vivemos no impedimento

Só podemos sair para ir trabalhar ou comprar alimento

Novamente, temos de ficar em confinamento

Por causa do ajuntamento

O covid-19 é contra o envelhecimento

Os idosos não cabem no internamento

Muitos morreram fora do hospital, em sofrimento

Houve que escolher quem tinha mais alento!

Quão difícil foi o escolhimento

Mas é compreensível o entendimento

Todos concordam com o fundamento

Como nos naufrágios, quando alguns têm de ser empurrados para o afogamento

Em Terra, infelizmente, também não há lugar para todos!

A ciência bem nos queria eternizar

Mas a Natureza não pode colaborar

Quando uns chegam, outros têm de abalar

Quando o equilíbrio começa a falhar

Manda um vírus, para nos empurrar

Portanto, a Natureza é que nos continua a governar.

José Silva Costa 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:16

Sexta-feira, 13

por cheia, em 13.03.20

Sexta-feira,13 de março de 2020

 

Para tudo! Estamos em alerta

Nunca o Mundo tinha assistido a uma coisa assim

Infelizmente, uma grande lição, para os que, sem saberem nada do novo vírus

Se apressaram a dizer que este vírus era menos letal que o vírus da gripe

O Mundo está fechado!

Ninguém quer nada com o vizinho do lado

Está tudo virado do avesso

Tanto que gostamos de receber e fazer visitas

Agora, ninguém é bem-vindo

Está tudo assustado

Cada um no seu canto, resguardado

Nem me deixam ir ao supermercado

Os filhos encarregaram-se do recado

Porque o vírus gosta muito dos idosos

Têm mais portas de entrada, para o hóspede indesejado

Assim, temos de ter o máximo cuidado

Não correr para as grandes superfícies

A colecionar rolos de papel higiénico

Para que não falte nada ao novo vírus

Porque o que ele prefere é papel higiénico

E, isso não nos vai salvar

Portando, não devemos de continuar

A lutar por um rolo de papel

É melhor ficarmos em casa a descansar

Amanhã, os supermercados vão, outra vez, atestar as prateleiras.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 23:00

O encanto das cidades

por cheia, em 05.04.19

O encanto das Cidades

Quando os turistas desaguam nas praças das nossas cidades

E ficam de boca aberta com o encanto dos nossos monumentos

Não sabem nem sonham, o que se esconde, por de trás das bonitas fachadas

Muitos idosos, na solidão de quatro paredes, sustentam, com os seus corpos, o desmoronamento das cidades

Já não lhes bastavam as dores, o peso dos anos, o tempo a escoar-se por entre os dedos

Ainda têm de viver com o medo, a incerteza de não saberem o que lhes pode acontecer

Assediados por quem lhes quer roubar o lugar onde nasceram ou onde há muito vivem

Não conseguem, nem nos últimos anos de vida, um momento de paz

Mesmo que a lei os proteja, os fundos de investimento não têm sensibilidade nem rosto

E, quando não aceitam as miseráveis condições em que os querem despejar

Ou quando não há dinheiro que lhes pague o que sente por o seu lugar

Porque saírem de onde têm raízes e alguém que lhes dê atenção

É como condená-los a uma morte antecipada

Então, os novos donos das cidades, recorrem a métodos criminosos

Mandando incendiá-las

Triste tempo deste deslumbramento!

Em que para o vil metal, uma parte da peste grisalha é um impedimento

Para que o resto da peste grisalha calcorreie todo o mundo, a todo o momento

Há qualquer coisa de errado, quando os cabelos prateados não são acarinhados

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 19:05

Peste grisalha!

por cheia, em 07.08.18

Peste grisalha

 

A mortalidade, da “peste grisalha”, como foram cognominados, no auge da crise, tem vindo a aumentar

No dia mais quente, desta vaga de calor, morreram quase quinhentos!

Aqueles que defendem, que a solução seria uma injeção, atrás da orelha

Talvez não tenham muita razão

A Natureza parece ter encontrado uma solução mais aceitável

Acusados de deverem muitos anos à cova, foram uma almofada preciosa

Para filhos e netos, cujas famílias faliram, tendo, muitos, sido obrigados a voltarem para a casa dos pais

E, aqueles que esperavam uma vida mais folgada, aquando da reforma, viram-se, de férias e viagens, privados

Viram, nalguns casos, voltar a casa mais do que tinham saído

Mas, o que é que os pais não fazem pelos filhos?

Tristes por os filhos terem perdido a casa, o emprego, etc.

Confortados por voltarem a ter a companhia dos filhos e até de netos

As duas faces da moeda.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 22:08


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