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O Altar

por cheia, em 27.01.23

Pobre povo

Entregue a corruptos vaidosos

Sempre prontos para eventos únicos

 1 0 estádios de futebol para Euro 2004

Alguns para ovelhas pastarem

 Que ainda estamos a pagar

Um palco altar, mais um evento único

Feito em ouro, para ficar para posterioridade

80 milhões de euros atirados aos ventos

Ninguém nos ganha na organização de eventos

Para a construção de casas, escolas e hospitais não temos tempo

Felizmente, dinheiro não nos falta!

Todos os dias vamos, de cesta na mão, pedi-lo emprestado

Somos os maiores em tudo!

Temos a terceira maior dívida do mundo

O Governo acaba de ir buscar mais um fundo de pensões

O da Caixa Geral de Depósitos, no valor de 3 mil milhões

Os dos outros Bancos, já tinha sido absorvidos, no tempo do Governo de Sócrates

Para tantos luxuosos e únicos eventos, temos de fazer alguns sacrifícios

Dormir na rua ao frio, ao relento neste inverno gelado, e em casa sem aquecimento

Esperar, dezenas de horas nas urgências dos hospitais, anos por consultas externas

Alunos sem aulas, a algumas disciplinas, todo o ano, por falta de professores

Mas todos estes sacrifícios serão bem compensados, quando já não fizer frio

Em Agosto conviveremos com jovens de todo o Mundo

Esqueceremos todos os nossos problemas

Viveremos felizes para sempre.

 

José Silva costa

 

  

 

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publicado às 10:09

Ilusão!

por cheia, em 31.01.20

Tanta loucura

Para uma noite dura

Para uma calamidade sem idade

Num golpe de vento

Que leva o tempo

Ninguém te ajuda

Porque não há levedura

Tudo foi gasto em embelezamento

Para enganar o coração

No calor de meia dúzia de minutos de engano

Colocaste toda a esperança de um ano

Agora, fechas as portas e os portões

Das escolas em degradação

Choras, nos corredores dos hospitais

A sua lotação

Esbracejas contra o Tribunal de Contas

Por não autorizar a compra de medicamentos

Porque os Hospitais estão endividados

As famílias e o Estado, também

Vamos, lá continuar a atirar os euros ao ar

São tão fáceis de gastar!

E, os Governos gostam tanto de nos agradar

Desde de não seja preciso pensar

Nem fazer coisas que sejam para durar

As infraestruturas podem muito bem esperar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 16:18

Amor eterno!

por cheia, em 24.11.19

No tempo da outra senhora (2)

 

Francisco já tinha feito o serviço militar

Estivera na fronteira do Alentejo

Na zona de Évora

Aquando da guerra civil Espanhola

Num exercício de artilharia

As coordenadas estavam erradas, racharam uma, centenária,

oliveira

Tinha estado em São Miguel do Pinheiro (Mértola)

Para aprender o ofício de ferreiro

Estava quase com trinta anos, procurava companheira

Encantou-se com a Alice, que era muito bonita

Pudera, tinha dezassete anos, menos doze que ele!

Quem não queria, uma tão linda flor!

Francisco ia, quase todos os dias, montado no macho

Namorar a Alice, não tinha tempo a perder

A Alice era a segunda de cinco raparigas e três rapazes

Ainda viria a ter mais um irmão, aquando de seu segundo filho

Mãe e filha grávidas, apenas, com um mês de diferença

Francisco convenceu a Alice a juntarem-se, pelo Santo Amaro

Era o habitual, não havia dinheiro para casamentos

Levou-a para o seu monte

Alugou uma parte da casa onde, também, funcionava a Escola Primária

Do lado direito vivia o novo casalinho, no esquerdo, por detrás da sala de aulas, a Dª. Olenca

Uma Algarvia, que viria a tirar a primeira fotografia ao futuro rebento

Estávamos em plena segunda guerra mundial, que a todos castigava

Senhas de racionamento, fome, miséria, sofrimento e morte

O futuro rebento recusou-se a nascer antes, da guerra acabar

Nasceu quatro meses depois, da mãe fazer dezoito anos

Alice esteve à morte, teve hemorragias.

Um curioso receitou-lhe uma sangria!

Médicos e hospitais, não havia!

Só lá em Lisboa!

Recorriam aos curandeiros locais

O pai de Alice, receando perder a segunda filha e o primeiro neto

Levou-os para a casa da família, onde a mãe e as irmãs os trataram.

 

José Silva Costa

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 19:13

O futebol é que educa!

por cheia, em 20.11.19

O vinho é que instrói!

Mais um mega processo : dez Câmaras Municipais, quatro Clubes de Futebol, sessenta e oito arguidos

Mais um que não vai dar em nada, como aconteceu com o Apito Dourado, Toupeiras e outros

Porque no fim, o futebol é, sempre, ilibado. Oh! Não fosse ele quem manda em Portugal

Terrenos Municipais, dinheiro dos contribuintes, tudo consumido com os milionários ordenados dos jogadores, dirigentes, agentes e companhia

O presidente do Benfica, já garantiu um encaixe de 3,8 milhões, quando deixar a presidência

Uma afronta a quem sobrevive com 200, 300, 600 euros por mês

Ainda ontem, uma mãe de duas meninas, desempregada, se queixava que vivem com pouco mais do que o abono de família, sorria para não morrer, faz das tripas coração, na esperança que elas tenham uma vida melhor

Não se manifestem por não terem médicos nos hospitais, nem comboios nem linhas férreas, nem berçários nem jardins- de- infância, nem professores nem auxiliares, amianto não nos faltará

Para grande satisfação dos que encheram o Estádio Nacional, com cascóis, temos dez campos de futebol, construídos para o Euro 2004, alguns às moscas, que ainda estamos a pagar

Que nunca nos falte o futebol, vinte e quatro horas por dia, em todos os canais de televisão

No futebol, como no resto em geral, a corrupção está para ficar!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 19:47

Web Summit!

por cheia, em 03.11.19

Web

A 4, 5 e 6 de Novembro de 2019, realiza-se, em Lisboa, pela quarta vez consecutiva, a web summit

O Governo vai apresentar, aos investidores estrangeiros, as suas startups

Se tudo correr bem, Portugal poderá tornar-se no país mais evoluído, do mundo!

Primeira experiência: pedir às crianças que não adoeçam!

Primeiro explicámos-lhes, que a noite é para dormir, os fim-de-semana e os feriados, também, são para descansar. Não foi nada fácil!

Assim, as crianças concordaram proceder de acordo com as nossas explicações

Coincidindo com as setenta e duas horas, antes do início deste evento, as crianças não adoeceram, não precisando de ir às urgências pediátricas, foi o primeiro teste!

Vamos continuar a apelar à sua compreensão, para que aceitem não adoecerem em nenhum dia da semana!

Se aceitarem, não precisaremos das urgências pediátricas, para nada!

Segunda experiência: pedir aos reformados que vivam sem o pagamento das reformas!

Acho que já vamos nuns quinze meses, que esperam pelo pagamento da primeira mensalidade da reforma, e, ainda, ninguém morreu de fome!

Se conseguirmos que aguentem mais meses ou muitos anos, o mais que lhes poderá acontecer, é o que aconteceu ao cavalo do inglês, que quando já estava desabituado de comer, morreu!

Estamos também, a dar passos largos, no que diz respeito à educação

Há alunos que passam o ano inteiro sem aulas a uma ou várias disciplinas!

Um dia deste, um pai, em frente às câmaras da televisão, disse que a filha não tinha tido aulas a uma disciplina, o ano inteiro, mas não tinha sido prejudicada!

Se formos bem-sucedidos, nestas experiências, podemos poupar muito dinheiro, para investir, ainda mais, nos Bancos, Clubes de Futebol, Clinicas Dentárias e em todos os ramos de atividades, que venham a falir

Sempre fomos bons no, faz-de-conta, e no, para inglês ver

Tanto assim, que quando recebemos carradas de dinheiro da C.E., para a qualificação dos trabalhadores, foram fracos, os resultados! Muito do dinheiro foi gasto em almoçaradas, jantaradas e outras coisas

Uma Central Sindical, a Tecnoforma, e não sei se mais alguma identidade, ainda estiveram a contas com a justiça, mas tudo se resolveu!

Outro problema que alguns políticos, e não só, querem ver resolvido com urgência, é o da regionalização

Mas, o Primeiro-Ministro respondeu-lhes que primeiro, teriam de convencer os portugueses de que não era para aumentar a despesa

O que não vai ser nada fácil!

Como é que querem dividir um pequeno ovo, em cinco ou seis Regiões!

Isto porque, quando, ainda, não sabiam contar, nem ler, na minha terra, um senhor resolveu arranjar termos de comparação, entre três países: Portugal, Espanha e França

Para que todos percebessem bem, disse:” Portugal é um ovo, a Espanha é uma peneira, e a França é uma eira”.

Há dias, um dos representantes do Norte, disse a um desportista do Sul, que muito gostaria de o receber como representante da região do Algarve. Mas, ainda, não tinham criado as regiões!

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 19:25


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