Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Orçamento & privatizações
O drama da aprovação do orçamento
Meses sem fim, até esgotarem todas as pressões e motivos para o PS aprovar o orçamento
Todos os motivos foram evocados: as tempestades, as incertezas, as pobrezas, as riquezas, as guerras, as eleições americanas, as guerras atuais e futuras, não se sabe se o Nuno Melo seguirá o exemplo de Putin, se invadirá Espanha, para ocupar Olivença
“Se não for aprovado, é a primeira vez, em democracia, que o primeiro orçamento da legislatura não é aprovado”
Coisa nunca vista! Se não for aprovado o orçamento, morreremos, se for aprovado, também
Não sei se não será desta que o mundo acabará. A única esperança é que o Chega o aprove, porque não quer perder os 50 deputados, conseguidos numa votação de protesto, contra uma maioria absoluta, que não governava, nem ouvia ninguém
Espero que o PS vote contra o orçamento, porque é o melhor que pode fazer, para preservar a democracia, que só funciona se houver alternativa, para não dar mais força aos extremos, para que não nos aconteça o que está a acontecer por toda a Europa, cujas consequências não têm sido mais desastrosas, porque não têm conseguido maiorias
Temos um governo de direita, deve ser a direita a aprová-lo, assim como, quando tivermos um governo de esquerda, deve ser a esquerda a aprová-lo
Temos de ter uma oposição credível, que seja alternativa: um partido do arco da governação, para que a democracia funcione, para que os eleitores tenham onde se refugiar e não caíam nos braços dos extremos
O governo não tem coragem de privatizar a Radiodifusão e a RTP, assim vai asfixia-las, cortando a publicidade, para a entregar aos privados, fazendo com que, mais tarde ou mais cedo, não consigam cumprir o contrato.
José Silva da Costa,
Manigâncias
Doce outono, suave outubro, com o orçamento ao rubro, o Governo aposta tudo, na compra dos votos dos reformados, desta vez só para os mais pobres, menos mal
Vai dar até 200 euros, nas pensões de outubro, não vá diabo tecê-las e o país tenha de ir, outra vez, para eleições, cumprir legislaturas não é connosco
Assim, os reformados poderão correr às lojas dos chineses, comprar coisas inúteis, para entupirem as casas e ficar com a sensação de que vivem na abastança
Mas atenção, não entrem em euforia, não é para sempre, é só um mês: o de outubro, o mês do Orçamento, esse magno documento, que permite ao Governo beneficiar quem quiser, se conseguir a sua aprovação
É por isso que o Presidente anda tão excitado, todos os dias reza a todos os Santinhos, para que o Orçamento seja aprovado, dizendo que desta vez é diferente: há guerras, incertezas, o diabo a quatro, esquecendo-se de acrescentar que é o seu Partido que está no Governo, e que fez tudo o que estava ao seu alcance, para lá o meter
Criou uma crise, para com o António Costa correr, não queria acabar o mandato sem, o PSD, no Governo, ver .
“ Fracos políticos fazem fraca a forte gente. ( Camões)
José Silva Costa
2024, Mãe!
Mãe!
Que palavra tão doce
Que colo, abrigo
Que beijos, que paz
Sempre que sonho contigo
Quanto brincas-te comigo?
Que mãe tão amorosa
Nos teus verdes dezoito anos
Os teus peitos eram duas bonitas rosas
Onde saciava a minha fome
O que uma mãe sofre!
Amamentar os filhos até aos dois anos
Com medo que passassem fome
Em terra de muita miséria
De senhas de racionamento
Por causa da guerra
Malditas guerras, sempre as guerras a atormentarem-nos
Uma maldição, a roubar-nos o pão e a vida
Respeitem as mães, que vos criaram, com tanto carinho
Não lhes matem os filhos, em disputas perdidas
Para satisfazerem as vossas ambições desmedidas
Que ganhais com tanta destruição?
Arrasando toda a habitação, construída com o coração
Minando todos os campos, que davam o pão.
Um dia muito feliz, para todas as Mães!
José Silva Costa
“O meu conto de Natal”
A pedido da nossa colecionadora de Contos de Natal, imsilva, do blogue : Pessoas e Coisas da Vida
https://imsilva.blogs.sapo.pt
Este ano, o Pai Natal está muito triste, por não ter conseguido comprar as prendas, para os meninos e meninas
Mandou, para todos os pais, uma mensagem, porque, também não tinha papel para escrever cartas, pedindo desculpa por não poder visitar os seus lares, descer pela chaminé e entregar as prendas
Queixou-se destes tempos difíceis, de muitas guerras, com muitas casas destruídas, fazendo com que as meninas e os meninos não tenham chaminés, onde colocar os sapatinhos, o que o fez ficar, ainda, mais triste, dizendo que uma desgraça nunca vem só
Já não bastava não haver brinquedos, e ainda destruíam as chaminés
Estava muito preocupado com o que a Natureza lhe tinha dito, com ar de muito zangada, pediu para não estragarmos o resto, senão, cada vez, nos enviará avisos mais violentos:
Ciclones, cheias, incêndios, terramotos, vulcões, nevões: tudo o que seja preciso, para nos fazer parar a destruição, que lhe estamos a causar
Para a Natureza não é admissível que proíbam as crianças e os adultos de saírem de casa, por o ar, em certas cidades, estar irrespirável
Não compreende a vaidade de termos casas com 1.000 m2, carros com 500 cavalos, querermos conhecer o mundo, viajando de avião, por todo o lado, todos os dias trocar de telemóvel, computador ……………
Em Portugal, todos os anos, morrem 200.000 pessoas devido à poluição do ar
O Pai Natal, também, está muito preocupado com a falta de água. Em certas regiões há anos que não chove, os animais e as pessoas não têm água para beber
Assim, pede a todos que não desperdicem nem água, nem alimentos, nem brinquedos, nem roupas, nem sapatos porque é preciso tudo poupar, para ver se a Natureza se consegue regenerar
Este ano, os contentores do lixo não vão ficar a transbordar de embalagens de cartão, porque não há prendas para desembrulhar
Todos se podem, mais cedo, deitar, sem o nervosismo de pela meia-noite esperar
O consumismo pode não ter vindo para ficar, se a Natureza, um dia, com tudo isto acabar
Não há dúvida de que se regenerará, não sabemos a que preço será, nem quando isso acontecerá
Para todos um bom Natal, no acolhedor e doce lar, e que com o próximo ano venha a Paz, muita saúde e alegria.
José Silva Costa
Guerras
É pena que horrores rime com flores
E, também com dores, rancores
E, ainda com impostores, doutores
E, até com professores, nadadores
As guerras são grandes horrores
Que matam inocentes e tenras flores
Que são apanhadas entre rancores
Os monstros matam as bonitas flores
Os monstros não sabem o que são dores
Pelo menos, as que infligem aos opositores
As infelizes tenras flores não sobrevivem a tantos horrores
Nas guerras não há flores
Nas guerras há horrores
Nas guerras há muitas dores
Nas guerras não há regras
Nas guerras há só opositores
Nas guerras reina a loucura
A cegueira é mais que pura
O ódio cava a sepultura
Nas guerras não há humanidade
Nas guerras só há brutalidade
Nas guerras as balas não escolhem idade
Nas guerras não há solidariedade
Nas guerras só há mortandade
Nas guerras as crianças morrem antes da puberdade
Nas guerras ninguém diz a verdade
Nas guerras só há maldade
Todos se regem pela vaidade
Quem mata mais é herói
A dor do outro não dói
A dúvida é que mói.
Os meus olhos não aguentam mais ver,
nas guerras, as crianças a morrer.
José Silva Costa
Horrores
Há quem conviva bem com os horrores
Continuam a defender os invasores
Os comunistas e alguns doutores
São contra a ajuda militar a quem se defende
Não são capazes de condenar quem invade
Falam muito de paz e amizade
Mas apoiam os regimes que gastam tudo em armamento
E os povos vivem em grande sofrimento
Dizem-se grandes democratas, mas apoiam os ditadores
Se pudessem fechavam as fronteiras, para manterem a soberania nacional
Como se o mundo, hoje, não estivesse todo interligado
E ainda há quem vá na conversa deles!
Por que razão não põem os olhos em Cuba e na Coreia do Norte?
Que são os seus grandes inspiradores
Se todos conseguissem cooperar, grandes e pequenos
Se não fosse preciso fabricar armamento
Se não fosse preciso fugir da fome, das guerras, do ditador violento
Se não fosse preciso ganhar eleições
Não teríamos democracias
O mal é estar no olho do furacão
Como aconteceu ao povo Ucraniano
Por terem um vizinho louco, vaidoso, capaz das maiores atrocidades
Até quando durará esta guerra?
Ninguém sabe, mas os Ucranianos podem vir a ser obrigados a aceitarem um cessar-fogo ruinoso, se um presidente, das grandes nações, que os apoia, precisar desse trunfo, para tentar as eleições ganhar.
José Silva Costa
Dia Mundial da Criança
A criança, tão mal tratada!
Mesmo quando o mundo avança
O elo mais fraco do triângulo
Flor tenra e delicada
Por vezes, apanhada no turbilhão da vingança
Usada como arma de arremesso, pelos progenitores
Quando não estão à altura de assumirem a suas dores
Vítimas das guerras, nas mãos dos raptores
Condenadas a trabalhos forçados
Escravas sexuais, sujeitas a todos os horrores
Órfãos, deambulando, pelo mundo, à procura de alimento e lugar seguro
Felizes das que calham com progenitores, que todos os dias lhes dão carinho
Como quem rega uma semente, que com o tempo se torna numa flor florescente
Haja mais respeito por aqueles, que amamentam ao peito!
Não enjeitem a nobre missão de criar uma criança, com todas as mãos
Infelizmente, nem todos têm condições para escolherem, quando querem ter filhos
Mas, uma vez gerados, todos temos o dever de lhes prestarmos todos os cuidados
No primeiro dia Mundial da Criança, desta nova era, ajudemos as crianças, na dura aprendizagem, que as espera
O Mundo não volta a ser o que era!
Está nas nossas mãos, torna-lo melhor e mais humano.
José Silva Costa
No tempo da outra senhora (2)
Francisco já tinha feito o serviço militar
Estivera na fronteira do Alentejo
Na zona de Évora
Aquando da guerra civil Espanhola
Num exercício de artilharia
As coordenadas estavam erradas, racharam uma, centenária,
oliveira
Tinha estado em São Miguel do Pinheiro (Mértola)
Para aprender o ofício de ferreiro
Estava quase com trinta anos, procurava companheira
Encantou-se com a Alice, que era muito bonita
Pudera, tinha dezassete anos, menos doze que ele!
Quem não queria, uma tão linda flor!
Francisco ia, quase todos os dias, montado no macho
Namorar a Alice, não tinha tempo a perder
A Alice era a segunda de cinco raparigas e três rapazes
Ainda viria a ter mais um irmão, aquando de seu segundo filho
Mãe e filha grávidas, apenas, com um mês de diferença
Francisco convenceu a Alice a juntarem-se, pelo Santo Amaro
Era o habitual, não havia dinheiro para casamentos
Levou-a para o seu monte
Alugou uma parte da casa onde, também, funcionava a Escola Primária
Do lado direito vivia o novo casalinho, no esquerdo, por detrás da sala de aulas, a Dª. Olenca
Uma Algarvia, que viria a tirar a primeira fotografia ao futuro rebento
Estávamos em plena segunda guerra mundial, que a todos castigava
Senhas de racionamento, fome, miséria, sofrimento e morte
O futuro rebento recusou-se a nascer antes, da guerra acabar
Nasceu quatro meses depois, da mãe fazer dezoito anos
Alice esteve à morte, teve hemorragias.
Um curioso receitou-lhe uma sangria!
Médicos e hospitais, não havia!
Só lá em Lisboa!
Recorriam aos curandeiros locais
O pai de Alice, receando perder a segunda filha e o primeiro neto
Levou-os para a casa da família, onde a mãe e as irmãs os trataram.
José Silva Costa
Maio
Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!
Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos
Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar
Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear
Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar
Não há mês como este para nos levar ao altar
Quem me dera que todo o ano fosse Maio
Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto
Sem chuva, sem frio, sem vento
Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar
Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar
Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres
Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão
Sem saber da realidade, dura e crua
Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente
Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa
A amizade!
José Silva Costa
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.