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Nuvens negras
Mães sem filhos
E sem maridos
Gritos escondidos
Tudo destruído
Terra em fogo
Este mundo mete nojo
Arruaceiros vomitam nacionalismo
Alimentam-se de ódio e gritos
Para eles tudo é inimigo
Multidões acreditam em aldrabões
Comem convoluções
E embebedam-se em reuniões
Adoram os falcões
Que lhes prometem melões
Só colhem desilusões
Mastigam vinganças ente as nações
Arrastam gente, que odeia o outro
Só porque é diferente
Acreditam em quem só mente
Uma negra semente
Pode dar cabo da boa gente
Que acredita em gente influente
Que lhes diz que os outros comem cobras e lagartos
Quando são tudo boatos
Fazendo com que o ódio lhes tolde os sentidos.
José Silva Costa
Crianças
Oiço o choro das crianças, que estão presas nas guerras
Oiço o choro das crianças, que estão a morrer nas guerras
Oiço a fome e a sede das crianças, envoltas no pó das guerras
Oiço o choro das crinaças, que têm medo
Oiço a aflição das crianças, que não têm um brinquedo
Oiço os gritos das crianças a quem mataram toda a família
Oiço os passos das crianças, que deambulam no som das balas
Oiço o suplício do que estão a fazer a crianças, homens e mulheres
Oiço as crianças a pedirem uns minutos de silêncio para poderem dormir
Oiço as crianças a pedirem tréguas para poderem sorrir
Oiço as crianças a dizerem que ninguém ganha com guerras
Oiço o barulho do tempo perdido nas guerras
Oiço o barulho dos animais e até das feras mortas nas guerras
Oiço o mar revoltado por causa das guerras
Mas, ninguém dá ouvidos a ninguém!
José Silva Costa
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