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Lua
Em noite de Lua-cheia
Minha Lua namoradeira
Está ainda mais bela, aqui á minha beira
Estás linda com esse teu encanto, estás inteira
Os teus olhos castanhos de moira encantada são a minha cegueira
Sobre esses teus ombros de alabastro cai a tua linda cabeleira
Com toda essa magia, como gostava de te ver de perto, um dia
Sempre foste arisca, dizes que queres continuar solteira
Todos os dias te namoro, mesmo que o tempo não queira
O amor é assim, pode não ser correspondido, mas não desisto de nenhuma maneira
Pelo menos de noite és minha, todos os dias dormes á minha cabeceira
Deito-te a meu lado, agarro-me a ti e durmo a noite inteira
Só que de manhã, quando me queria despedir de ti, já lá não estás
A noite é que faz com que sejas a minha eterna companheira
Não há mais nada que tanto me prenda, senão essa tua secular atração
Tu és sonho, fogo, volúpia, encantamento, firmamento, não vivo sem o teu encantamento
Os teus rubros lábios queria beijar, mas tu desapareces no exato momento em que te vou agarrar
Não paras de me encantar, minha bonita feiticeira
Prendes-me sem muros nem grades, apenas com olhares de brincadeira
Como se fosses uma jovem noiva passando as pedras da ribeira
Correndo de um lado para o outro envolta numa nuvem ligeira
Procuro apanhar-te mas tu esquivas-te e foges lampeira.
José Silva Costa
Lisboa!
Moura encantada
Saia rodada
Bebe o sol da madrugada
Na Madragoa
É esta a minha Lisboa
Feiticeira, namoradeira
Um manjerico num vão de escada
Uma sardinheira numa sacada
Dois dedos de conversa
Na porta de entrada
Uma varina apressada
No cais da Ribeira
Um pregão que se ouve na Lisboa inteira
Num banco de jardim, um magala e uma sopeira
Namoram a tarde inteira
Já foram à feira Popular
Estão a ver o tempo a passar
Aproxima-se a noite
Têm de se despedir
Ele tem de ir para o quartel
Ela tem de ir servir o jantar.
José Silva Costa
Lisboa
Feiticeira no Paço da Ribeira
Namoradeira e estrangeira
Varina de canasta à cabeça rua acima
Em cada colina uma floreira
O fado em todo o lado
Flausina de nariz arrebitado
Na procura do moço amado
Para marcharem no dia de Santo António
Beijada no vão da escada
Um beijo roubado, na despedida
O amor é um desassossego
Mesmo que queiramos não conseguimos escondê-lo
Sobe ao Castelo, de fugidia
Ver a cidade dali é como a beijar
Uma das colinas parecia uma bailarina
Junho é o maior mês da folia
As ruas enchem-se de magia
Nos arraiais a sardinha é rainha
Lisboa, cidade tão velhinha
Sempre renovada e de cara lavada
Tem nas Amoreiras a sua mais nova e bonita entrada
Por todos quer ser beijada
Sejam nómadas digitais, seja quem for
Todos são bem recebidos
Vêm de todo o mundo
Dizem que é por causa do sol, da comida, das pessoas ……
Seja lá pelo que for
As ruas estão cheias de beijos e amor.
José Silva Costa
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