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A noite

por cheia, em 27.11.23

A noite

Há noite há magia

Há noite os sonhos

Pintam alegria

A noite pare o dia

Há noite há um farol

A iluminar o mar

O marinheiro sonda o luar

Não vá o barco encalhar

Quer a lua namorar

O mar também a quer conquistar

Ela não sabe quem escolher

A quem namoro aceitar

Os dois gostava de a encantar

Vai continuar para todos sorrir

Sem ter de decidir

 O sorriso não pode dividir

Com todos vai continuar a dormir

A todos inspirar

Sozinha se vai deitar

Sem ter com que se agasalhar

Tantos séculos magia a espalhar

Tantos poetas a enganar

Dizendo que é sua musa

Muitos continuam a esperar

Que as metáforas rompam o ar

Que os seus versos façam o mundo parar

Que a paz possa chegar

Que o ar se possa respirar.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:10

Cravos Vermelhos

por cheia, em 24.04.23

Liberdade!

Naquela radiosa e inesquecível madrugada o mundo floriu

Os portugueses, finalmente, conquistaram a Liberdade e o seu império caiu

O Movimento das Forças Armadas pôs fim a uma guerra de 13 anos

E, a uma ditadura de quase meio-século, que tanto os povos molestou

Que custaram muitas vidas, muitos estropiados, muita miséria e dor a todos os povos envolvidos

Foi uma Revolução recebida com muita alegria e muito festejada em todo o lado

E não era caso para menos, foi um farol para a Liberdade e, para alguns povos, um passo para a dignidade

Um acontecimento à escala mundial, cuja bandeira é um cravo vermelho

Uma Senhora, vendedeira de flores, teve a feliz inspiração de colocar um cravo vermelho no tapa-chamas de uma G3, que um soldado empunhava

Pode dizer-se que foi como que um pedido para que não utilizassem as armas

E tinha tanta razão, já tínhamos utilizado as armas durante tempo demasiado!

Todos os minutos que consigamos viver, com armas caladas, são minutos de grandes vitórias

Os que precisam da força das armas para atacarem os outros, sãos os que não têm a força da razão

Não foi assim tão fácil, depois dos cravos e das rosas vieram os espinhos!

Foi um parto difícil, ao longo de mais de um ano, mas deu ao Mundo meia dúzia de novos países

Que, depois de cinco séculos de colonização conseguiram a libertação

Nunca mais assistiremos a um primeiro de Maio como o de 1974

Uma festa para todos, ainda não tinha chegado sectarismo dos Partidos

As ruas e as praças de Lisboa foram pequenas, para acolherem tanta gente

Havia uma alegria radiante estampada nas rugas da martirizada gente

Não deixem que este dia caia no esquecimento, porque isso seria uma grande injustiça para quem deu a vida para que tenhamos Liberdade

Muitas e muitos pagaram com a vida, por terem desafiado o ditador, que tinha como braço armado a PIDE, capaz de toda a violência e de todo o terror.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Naufrágio

por cheia, em 09.08.21

Naufrágio

 

Altos pinheiros, o vento a assobiar, no imenso mar

O farol, constantemente a avisar, para o barco não naufragar

O luminoso polícia sinaleiro

Compreendido pelo Mundo inteiro

Com a borrasca a varrer todo o mar

Um barco, ao largo, está com receio de não aguentar

Os marinheiros rezam para que acabe a tempestade

Tão marcados pelos anos, pela idade

Os mais novos, sem experiência de tempestades, não conseguem esconder a ansiedade

Um mar tão amoroso, de repente torna-se tão revoltoso

Parecendo não querer ninguém no seu dorso

Erguendo-se, impetuoso, como que a cuspir fogo

Mais uma furiosa vaga, quase que afunda o barco

Agarram-se uns aos outros, para tentarem afugentar o medo

Mas uma, ainda mais furiosa, atira com o barco contra as rochas

Não era o cais que queriam, do mal-o-menos

Apressaram-se a abandonar o barco

Atiraram-se para cima das rochas e subiram a escarpa ingreme

Escura como breu, mas no alto havia uma povoação iluminada

A placa com a identificação da povoação fez bater o coração

O telemóvel, para pedir ajuda, foi a solução

Desta vez salvou-se toda a tripulação.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:14


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