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Lisboa!
Fada, namorada
Em cada canto, em cada escada
A ver nascer o sol, na madrugada
Nos braços do mundo, por todos é admirada, por todos é beijada
Estrela mimada, feiticeira, namoradeira, a atrair gente de todo o lado
Num abraço encantado, vai ouvir o fado
O horizonte, por cima do monte, estrelado
Sobe a colina, saia rodada, como se fosse uma varina
No rescaldo da noitada, bebe o sol e vai para a Madragoa
É o sol que Lisboa abençoa
Uma gaivota voava, voava à procura duma canoa
Queria voltar ao mar, queria deixar Lisboa
Os barcos atracados aos cais são um fascínio
Para quem não consegue estar em lado nenhum
Para quem sonha fazer-se ao mar e pelo mundo viajar
Desfraldam-se as velas e o sonho
Em cada beijo um luar risonho
Como se o mundo fosse um lugar seguro e colorido
Cheio de coisas boas e muito florido
De mãos dadas, sem guerras nem bandidos, que não respeitam a vida
Que só pensam na vaidosa subida
Que não contam que, mais tarde ou mais cedo, terão uma triste descida
Que ninguém lhe perdoará as mortes, o sofrimento, a sangrenta ferida
Entre nações, entre povos, entre mulheres e homens uma guerra fratricida
Seria muito melhor, que conseguíssemos viver em paz e dividir a comida
Tentar que a vida seja menos dolorosa e muito mais divertida
José Silva Costa
Imigrantes
Vindes à procura de um lugar seguro
De um país de emigrantes, maduro
Cujos governantes vos querem dignificar
Não vos querem ver chegar de mãos a abanar
Só vos deixam entrar, se tiverdes dinheiro para, no hotel, ficar
Precisamos de mão-de-obra, para fazer o que nós já não queremos fazer
Como somos muito hospitaleiros, não queremos que vivam em palheiros
Com os bons ordenados, bem podeis viver com muita dignidade
Até tendes a facilidade de escolher entre o campo e a cidade
O que mais prezamos é a igualdade
Sabemos bem o que é ser emigrante
Temos emigrantes por todo o mundo
Sabemos bem o que é ser bem recebido
Fomos a salto á procura do desconhecido
Agora, já sabemos ao que vamos
Formamos os nossos jovens, para emigrarem
Para os outros países desenvolverem
Porque não fomos capazes de rentabilizar o dinheiro, que recebemos
Um perdeu-se, o outro foi mal gasto
Continuamos sem capacidade para os segurar
Nem as especiarias, nem o ouro, nem os euros nos conseguiram tirar do nosso lugar
A cauda da Europa
É o nosso fado.
José Silva Costa
2 Governos!
25 de abril de 2024
50 Anos!
Corrupção!
Foram precisos 50 anos de democracia, para que a corrupção provocasse a interrupção de duas legislaturas, fazendo com que 2 Governos caíssem: O Governo da República e o Governo da Região Autónoma da Madeira
Cada vez que uma legislatura não é cumprida, o país sofre graves prejuízos. Mas, estas são, ainda, mais graves, porque temos um PRR para executar, cujo prazo termina a 31/12/2026
Este PRR tem contrapartidas, que têm de ser aprovadas no Parlamento. Como, com eleições, certas leis não são populares, não foram aprovadas, o que faz com que tenhamos 713 milhões de euros, parados em Bruxelas
Assim, enquanto os nossos parceiros se preparam, para o futuro, nós marcamos passo: é o nosso fado
Durante todos estes anos, os políticos tentaram esconder a corrupção, sempre que são confrontados com irregularidades, dizem que estão de consciência tranquila.
Menac foi “desenhado para não funcionar”
Em declarações à Antena 1, João Paulo Batalha, da Associação Cívica Transparência e Integridade, diz que a culpa é da própria lei que criou o mecanismo e que foi desenhada para não funcionar.
“A inoperância do Mecanismo Nacional Anticorrupção foi desenha na própria lei que o criou. Esta obrigação de ter de recrutar noutras áreas da administração pública – para além de levantar este problema de os órgãos onde as pessoas estão poderem não as deixar sair – levanta outro problema que é saber se na administração pública há pessoas ‘apetrechadas’ nestas áreas – e na maior parte dos casos não temos”, aponta.
João Paulo Batalha acusou o poder político de nunca ter estado interessado em combater a verdadeiramente corrupção, tendo criado o Menac, apenas, para mostrar serviço.
“Não é um defeito, é o feitio do organismo, foi assim que ele foi desenhado e responde a uma prioridade política que é a de demonstrar serviço, criando novos organismos, novas leis, mas depois não apetrechando minimamente as instituições que ficam responsáveis por fazer cumprir essas leis”, teceu. (ZAP)
Para responder aos que nos querem enganar com as escolhas, numa sondagem, sobre os atrasos nas cirurgias, oitenta por cento responderam que preferem esperar para serem operados no Serviço Nacional de Saúde, em vez de utilizarem os cheques, para irem aos privados
Não precisamos de baixa de impostos, cujo os valores, por serem tão pequenos, não aquecem nem arrefecem, o que precisamos é de melhores ordenados e pensões, de serviços públicos, eficientes, para todos.
Os Liberais querem baixar os impostos, para acabarem com o Estado Social, previligiando o individualismo, em vez da solidariedade, reduzir o investimento nos serviços públicos, para entregar o melhor negócio da atualidade: a saúde, aos privados, e isso fez com que Rui Rocha não tivesse chegado a acordo com Montenegro.
Viva Abril!
José Silva Costa
25 de Abril, 24
Em 50 anos muito envelheceste
Já te querem reformar, mesmo que o tempo, para a reforma esteja a aumentar
Ao 24 de Abril, querem regressar, para à “família tradicional” regressar
Ninguém está a querer casar!
E, mais, não só não querem casar, nem filhos criar, quanto mais a casa dos pais abandonar
Uma vez que não ganham o suficiente para uma casa alugar ou comprar
O que eles querem é viajar, mesmo que alguns sejam contra as energias fósseis
Hoje, a prioridade dos jovens é viajar. Os portugueses, mesmo com baixos vencimentos, ou não estando, ainda a trabalhar, dão-se ao luxo de irem fins-de semanas seguidos, por essa Europa fora, com o pretexto de irem visitar amigos/as, que estão a fazer Erasmo, ou sem pretexto
Assim, como é que vamos voltar à ” família tradicional” dos 15 filhos?
A não ser que façamos como o Estado Norte Americano do Arizona, que recorreu a uma lei de 1864, para proibir, também, o aborto em casos de violação ou incesto
A educação sexual, nas escolas, não avança por que razão?
També tem a ver com a “família tradicional”, é que as doenças venéreas estão a aumentar?
Em Espanha já soou o alarme, vão distribuir preservativos aos adolescentes, para que não digam que não os utilizam, porque não têm dinheiro para os comprar
Não queiram voltar ao fado estafado: “quanto mais me bates, mais eu gosto de ti”
José Silva Costa
Lisboa
Feiticeira no Paço da Ribeira
Namoradeira e estrangeira
Varina de canasta à cabeça rua acima
Em cada colina uma floreira
O fado em todo o lado
Flausina de nariz arrebitado
Na procura do moço amado
Para marcharem no dia de Santo António
Beijada no vão da escada
Um beijo roubado, na despedida
O amor é um desassossego
Mesmo que queiramos não conseguimos escondê-lo
Sobe ao Castelo, de fugidia
Ver a cidade dali é como a beijar
Uma das colinas parecia uma bailarina
Junho é o maior mês da folia
As ruas enchem-se de magia
Nos arraiais a sardinha é rainha
Lisboa, cidade tão velhinha
Sempre renovada e de cara lavada
Tem nas Amoreiras a sua mais nova e bonita entrada
Por todos quer ser beijada
Sejam nómadas digitais, seja quem for
Todos são bem recebidos
Vêm de todo o mundo
Dizem que é por causa do sol, da comida, das pessoas ……
Seja lá pelo que for
As ruas estão cheias de beijos e amor.
José Silva Costa
Incêndios!
Todos os anos, o martírio!
O mesmo sufoco sem dormir
As sirenes dos Bombeiros a ferirem-me os ouvidos
As chamas a progredirem nos ecrãs das televisões
As populações afogueadas, com receio de perderem as casas
Sem pensarem nas suas vidas
Ninguém quer perder a casa, antes de perder a vida
Mãos assassinas a acenderem fósforos
Mulheres e homens, apertados nas suas fardas, a correrem para o perigo
Sem hesitarem, sem pensarem nas suas vidas
Todos os anos, tantas vidas perdidas
Tantas árvores ardidas
O trabalho de uma vida queimado, num fósforo!
Como é que vamos acabar com este triste fado!
Todos os anos o mesmo estado
Tanto quilómetro queimado
Tanto avião fretado
E muito fogo ateado
O país mobilizado!
Mas basta um churrasco mal pensado
Ou um frango mal assado
Para queimar vidas e três Concelhos
Temos de ser mais cautelosos
O melhor é mesmo acabar com os fósforos
Ou metê-los num cofre
No cofre da nossa cabeça
Com um cadeado a dizer: não acender
Porque este país já não tem mais nada para arder
José Silva Costa
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