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Lisboa
Feiticeira no Paço da Ribeira
Namoradeira e estrangeira
Varina de canasta à cabeça rua acima
Em cada colina uma floreira
O fado em todo o lado
Flausina de nariz arrebitado
Na procura do moço amado
Para marcharem no dia de Santo António
Beijada no vão da escada
Um beijo roubado, na despedida
O amor é um desassossego
Mesmo que queiramos não conseguimos escondê-lo
Sobe ao Castelo, de fugidia
Ver a cidade dali é como a beijar
Uma das colinas parecia uma bailarina
Junho é o maior mês da folia
As ruas enchem-se de magia
Nos arraiais a sardinha é rainha
Lisboa, cidade tão velhinha
Sempre renovada e de cara lavada
Tem nas Amoreiras a sua mais nova e bonita entrada
Por todos quer ser beijada
Sejam nómadas digitais, seja quem for
Todos são bem recebidos
Vêm de todo o mundo
Dizem que é por causa do sol, da comida, das pessoas ……
Seja lá pelo que for
As ruas estão cheias de beijos e amor.
José Silva Costa
Incêndios!
Todos os anos, o martírio!
O mesmo sufoco sem dormir
As sirenes dos Bombeiros a ferirem-me os ouvidos
As chamas a progredirem nos ecrãs das televisões
As populações afogueadas, com receio de perderem as casas
Sem pensarem nas suas vidas
Ninguém quer perder a casa, antes de perder a vida
Mãos assassinas a acenderem fósforos
Mulheres e homens, apertados nas suas fardas, a correrem para o perigo
Sem hesitarem, sem pensarem nas suas vidas
Todos os anos, tantas vidas perdidas
Tantas árvores ardidas
O trabalho de uma vida queimado, num fósforo!
Como é que vamos acabar com este triste fado!
Todos os anos o mesmo estado
Tanto quilómetro queimado
Tanto avião fretado
E muito fogo ateado
O país mobilizado!
Mas basta um churrasco mal pensado
Ou um frango mal assado
Para queimar vidas e três Concelhos
Temos de ser mais cautelosos
O melhor é mesmo acabar com os fósforos
Ou metê-los num cofre
No cofre da nossa cabeça
Com um cadeado a dizer: não acender
Porque este país já não tem mais nada para arder
José Silva Costa
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