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Lisboa!

por cheia, em 04.10.24

Lisboa!

 

Fada, namorada

Em cada canto, em cada escada

A ver nascer o sol, na madrugada

Nos braços do mundo, por todos é admirada, por todos é beijada

 Estrela mimada, feiticeira, namoradeira, a atrair gente de todo o lado

 Num abraço encantado, vai ouvir o fado

O horizonte, por cima do monte, estrelado

Sobe a colina, saia rodada, como se fosse uma varina

No rescaldo da noitada, bebe o sol e vai para a Madragoa

É o sol que Lisboa abençoa

Uma gaivota voava, voava à procura duma canoa

Queria voltar ao mar, queria deixar Lisboa

Os barcos atracados aos cais são um fascínio

Para quem não consegue estar em lado nenhum

Para quem sonha fazer-se ao mar e pelo mundo viajar

Desfraldam-se as velas e o sonho

Em cada beijo um luar risonho

Como se o mundo fosse um lugar seguro e colorido

Cheio de coisas boas e muito florido

De mãos dadas, sem guerras nem bandidos, que não respeitam a vida

Que só pensam na vaidosa subida

Que não contam que, mais tarde ou mais cedo, terão uma triste descida

Que ninguém lhe perdoará as mortes, o sofrimento, a sangrenta ferida

Entre nações, entre povos, entre mulheres e homens uma guerra fratricida

Seria muito melhor, que conseguíssemos viver em paz e dividir a comida

Tentar que a vida seja menos dolorosa e muito mais divertida

 

José Silva Costa

 

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publicado às 07:51

Imigrantes

por cheia, em 14.05.24

Imigrantes

Vindes à procura de um lugar seguro

De um país de emigrantes, maduro

Cujos governantes vos querem dignificar

Não vos querem ver chegar de mãos a abanar

Só vos deixam entrar, se tiverdes dinheiro para, no hotel, ficar

Precisamos de mão-de-obra, para fazer o que nós já não queremos fazer

Como somos muito hospitaleiros, não queremos que vivam em palheiros

Com os bons ordenados, bem podeis viver com muita dignidade

Até tendes a facilidade de escolher entre o campo e a cidade

O que mais prezamos é a igualdade

Sabemos bem o que é ser emigrante

Temos emigrantes por todo o mundo

Sabemos bem o que é ser bem recebido

Fomos a salto á procura do desconhecido

Agora, já sabemos ao que vamos

Formamos os nossos jovens, para emigrarem

Para os outros países desenvolverem

Porque não fomos capazes de rentabilizar o dinheiro, que recebemos

Um perdeu-se, o outro foi mal gasto

Continuamos sem capacidade para os segurar

Nem as especiarias, nem o ouro, nem os euros nos conseguiram tirar do nosso lugar

A cauda da Europa

É o nosso fado.

 

José Silva Costa

 

 

 

  

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publicado às 07:50

2 Governos!

por cheia, em 25.04.24

2 Governos!

25 de abril de 2024

50 Anos!

Corrupção!

Foram precisos 50 anos de democracia, para que a corrupção provocasse a interrupção de duas legislaturas, fazendo com que 2 Governos caíssem: O Governo da República e o Governo da Região Autónoma da Madeira

Cada vez que uma legislatura não é cumprida, o país sofre graves prejuízos. Mas, estas são, ainda, mais graves, porque temos um PRR para executar, cujo prazo termina a 31/12/2026

Este PRR tem contrapartidas, que têm de ser aprovadas no Parlamento. Como, com eleições, certas leis não são populares, não foram aprovadas, o que faz com que tenhamos 713 milhões de euros, parados em Bruxelas

Assim, enquanto os nossos parceiros se preparam, para o futuro, nós marcamos passo: é o nosso fado

Durante todos estes anos, os políticos tentaram esconder a corrupção, sempre que são confrontados com irregularidades, dizem que estão de consciência tranquila.  

Menac foi “desenhado para não funcionar”

Em declarações à Antena 1, João Paulo Batalha, da Associação Cívica Transparência e Integridade, diz que a culpa é da própria lei que criou o mecanismo e que foi desenhada para não funcionar.

“A inoperância do Mecanismo Nacional Anticorrupção foi desenha na própria lei que o criou. Esta obrigação de ter de recrutar noutras áreas da administração pública – para além de levantar este problema de os órgãos onde as pessoas estão poderem não as deixar sair – levanta outro problema que é saber se na administração pública há pessoas ‘apetrechadas’ nestas áreas – e na maior parte dos casos não temos”, aponta.

João Paulo Batalha acusou o poder político de nunca ter estado interessado em combater a verdadeiramente corrupção, tendo criado o Menac, apenas, para mostrar serviço.

Não é um defeito, é o feitio do organismo, foi assim que ele foi desenhado e responde a uma prioridade política que é a de demonstrar serviço, criando novos organismos, novas leis, mas depois não apetrechando minimamente as instituições que ficam responsáveis por fazer cumprir essas leis”, teceu. (ZAP)

 

 

Para responder aos que nos querem enganar com as escolhas, numa sondagem, sobre os atrasos nas cirurgias, oitenta por cento responderam que preferem esperar para serem operados no Serviço Nacional de Saúde, em vez de utilizarem os cheques, para irem aos privados

Não precisamos de baixa de impostos, cujo os valores, por serem tão pequenos, não aquecem nem arrefecem, o que precisamos é de melhores ordenados e pensões, de serviços públicos, eficientes, para todos.

Os Liberais querem baixar os impostos, para acabarem com o Estado Social, previligiando o individualismo, em vez da solidariedade, reduzir o investimento nos serviços públicos, para entregar o melhor negócio da  atualidade: a saúde, aos privados, e isso fez com que Rui Rocha não tivesse chegado a acordo com Montenegro.  

Viva Abril!

José Silva Costa

 

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publicado às 07:50

A família!

por cheia, em 12.04.24

25 de Abril, 24

 

Em 50 anos muito envelheceste

Já te querem reformar, mesmo que o tempo, para a reforma esteja a aumentar

Ao 24 de Abril, querem regressar, para à “família tradicional” regressar

 Ninguém está a querer casar!

E, mais, não só não querem casar, nem filhos criar, quanto mais a casa dos pais abandonar

Uma vez que não ganham o suficiente para uma casa alugar ou comprar

O que eles querem é viajar, mesmo que alguns sejam contra as energias fósseis

Hoje, a prioridade dos jovens é viajar. Os portugueses, mesmo com baixos vencimentos, ou não estando, ainda a trabalhar, dão-se ao luxo de irem fins-de semanas seguidos, por essa Europa fora, com o pretexto de irem visitar amigos/as, que estão a fazer Erasmo, ou sem pretexto

Assim, como é que vamos voltar à ” família tradicional” dos 15 filhos?

A não ser que façamos como o Estado Norte Americano do Arizona, que recorreu a uma lei de 1864, para proibir, também, o aborto em casos de violação ou incesto

A educação sexual, nas escolas, não avança por que razão?

També tem a ver com a “família tradicional”, é que as doenças venéreas estão a aumentar?

Em Espanha já soou o alarme, vão distribuir preservativos aos adolescentes, para que não digam que não os utilizam, porque não têm dinheiro para os comprar

Não queiram voltar ao fado estafado: “quanto mais me bates, mais eu gosto de ti”

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 08:39

Mimada

por cheia, em 12.12.22

Lisboa

Feiticeira no Paço da Ribeira

Namoradeira e estrangeira

Varina de canasta à cabeça rua acima

Em cada colina uma floreira

O fado em todo o lado

Flausina de nariz arrebitado

Na procura do moço amado

Para marcharem no dia de Santo António

Beijada no vão da escada

Um beijo roubado, na despedida

O amor é um desassossego

Mesmo que queiramos não conseguimos escondê-lo 

Sobe ao Castelo, de fugidia

Ver a cidade dali é como a beijar

Uma das colinas parecia uma bailarina

Junho é o maior mês da folia

As ruas enchem-se de magia

Nos arraiais a sardinha é rainha

Lisboa, cidade tão velhinha

Sempre renovada e de cara lavada

Tem nas Amoreiras a sua mais nova e bonita entrada

Por todos quer ser beijada

Sejam nómadas digitais, seja quem for

Todos são bem recebidos

Vêm de todo o mundo

Dizem que é por causa do sol, da comida, das pessoas ……

Seja lá pelo que for

As ruas estão cheias de beijos e amor.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 10:14

Todos os anos!

por cheia, em 28.07.20

Incêndios!

 

Todos os anos, o martírio!

O mesmo sufoco sem dormir

As sirenes dos Bombeiros a ferirem-me os ouvidos

As chamas a progredirem nos ecrãs das televisões

As populações afogueadas, com receio de perderem as casas

Sem pensarem nas suas vidas

Ninguém quer perder a casa, antes de perder a vida

Mãos assassinas a acenderem fósforos

Mulheres e homens, apertados nas suas fardas, a correrem para o perigo

Sem hesitarem, sem pensarem nas suas vidas

Todos os anos, tantas vidas perdidas

Tantas árvores ardidas

O trabalho de uma vida queimado, num fósforo!

Como é que vamos acabar com este triste fado!

Todos os anos o mesmo estado

Tanto quilómetro queimado

Tanto avião fretado

E muito fogo ateado

O país mobilizado!

Mas basta um churrasco mal pensado

Ou um frango mal assado

Para queimar vidas e três Concelhos

Temos de ser mais cautelosos

O melhor é mesmo acabar com os fósforos

Ou metê-los num cofre

No cofre da nossa cabeça

Com um cadeado a dizer: não acender

Porque este país já não tem mais nada para arder

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:48


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