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21/06/2025
Verão
Verão, a estação em que a esperança, todos os anos, renovada, de umas férias, de um encontro com amigos, de visitas a outros países, de entrada no mar, de a lua adorar
Calor, areias douradas, o sol a aquecer-nos os ossos, o perfume das rosas a vibrar nos sentidos, o romantismo numa sombra perdida, numa serra esquecida, onde agradecemos a vida
Reencontrar o mágico lugar, onde o nosso perfume encantou o luar, com os nossos sorrisos a embalar o mar, momentos inesquecíveis de que nunca nos vão abandonar
Cada verão é pretexto de reunião, de arraial, festas e romarias, que engolem os dias das mordomas, de garridos vestidos, carregadas de ouro, mostrando o esplendor, que herdaram
das suas antepassadas
São dias passados, nas esplanadas, na descontração de que os ponteiros do relógio não nos arranharão, não nos sufocarão, não nos arrancarão dos sonhos, para nos atirarem contra a multidão
Saborosos momentos de confraternização, com amigos e desconhecidos, minutos e horas, sem controlos, sem pressas, a desfrutar o doce ar de quem não precisa correr, para respirar
Quente verão, de searas douradas, de espigas inchadas, de ceifeiras trigueiras a sonharem com o dia da adiafa, para dançarem à volta dos mastros
Verão, tempo de encontros, reencontros, beijos, abraços, de dias felizes e alegres, para passarmos o ano a desejar que cheguem as férias.
Bom Verão!
José Silva Costa
Contenção
Nas guerras ninguém ganha
Todos perdem
A Palestina está a morrer à fome e à sede
Mas, isso não incomoda ninguém
Nem sequer a democrática Europa
Que parece ter receio de perder a oportunidade de passar férias no resort, que o Trump quer construir, na Palestina
Assim, a única coisa que a civilizada Europa pede, a Israel, é que tenha contenção,
Que não mate os palestinianos de uma só vez
Que os vá matando aos poucos
Uns à fome, outros à sede e com balas, que causam menos sofrimento
A vingança não é solução
Só o Hamas pode decretar a sua dissolução
Por de trás desse pretexto pode estar o extermínio de um povo
A que o resto do mundo assiste impávido e sereno
Como se aquelas crianças, aquelas mulheres, aqueles homens não fossem de carne e osso
Por que razão têm tanto medo de Israel?
Que não consegue viver em paz com os seus vizinhos
Porque se julga superior a todos os outros povos
Assim, nunca viverão em paz
A paz não se constrói agredindo, constantemente, o vizinho
A amigável convivência, vale muito mais que a ganância.
José Silva Costa
Dia do trabalhador, 2024
Esquece a dor
Beija a tua flor
No dia do trabalhador
Esquece o teu labor
Beija o teu amor
Oferece-lhe uma flor
O dia é teu
Homenageemos quem a vida deu
Para que tenhamos um dia
Para homenagear quem trabalha
Quem tudo produz
Que não é valorizado
Do teu esforço só te dão um pequeno bocado
A maior parte fica para o patronato
O capital tem de ser bem renumerado
Para o dividendo ser elevado
O acionista é o colaborador destacado
De escravo passaste a trabalhador
Depois, foste promovido a colaborador
Desde que estejas, sempre, disponível
De dia ou de noite, estejas ou não de férias
Deixaste de ter vida familiar
Passaste a ser mais uma peça da empresa
Quanto maior for a disponibilidade, maior será a sua grandeza
Tudo medidas para acabar com a pobreza
Tudo medidas para uma melhor distribuição da riqueza.
José Silva Costa
A chuva
O verão já ia longo
Não queria dar lugar ao outono
O vento acordou do sono
Trouxe a chuva ao ombro
Que há muito tinha adormecido
Que não deu por estar atrasada
Costumava chegar pelo quinze de agosto
Este ano chegou um mês atrasada
Depois, ainda, tirou mais um mês de férias
Espero que não queira, agora, chover tudo de uma vez
Ainda temos mais meio mês de outubro
E meses sem fim, que gostam de ser lavados
Mas com água suave, para os massajar
Sem pressas, nem vagares, na medida certa
Para que a possamos apreciar, guardar, admirar
Sem ela não há vida, mas também tem tirado muitas vidas
Temos de atribuir à água mais valor
Não podemos continuar a desperdiça-la como se não valesse nada
Se lhe atribuirmos o valor do ouro
Será mais difícil estragá-la
Talvez, até faça com que passemos a poupá-la
Cai do céu, mas nem sempre
E, nós todos os dias a utilizamos
Sem ela não há vida!
José Silva Costa
Velhos
Este país não é para velhos
Bem podem, até, arranjar palavra mais suave: idoso
Que não é isso que evita que haja político manhoso
Que nas campanhas eleitorais não beije todo o idoso
Que o deixe morrer, numa maca, à porta do Hospital
Porque os serviços públicos fecharam para férias
Incluindo os Hospitais, que não se conseguem manter abertos
Devido à falta de investimento em recursos humanos e materiais
E o mais surpreendente é que isto tenha passado a ser a normalidade
E que ninguém se indigne, tenha muita ou pouca idade
As repartições das finanças só atendem com marcação
Depois de dias ao telefone, quando se consegue uma marcação
5 minutos depois, recebe-se um email a anular a marcação
As escolas passaram o ano com falta de professores e em greves
mas todos os alunos passaram de ano
Vamos continuar a ter técnicos cobiçados por os outros países?
Nada funciona, mas o país está melhor, na boca dos políticos
Agosto é o mês das férias, os políticos vão a banhos
Não querem ser incomodados
Devido ao fecho dos Hospistais, não se pode morrer, nascer ou adoecer
Como avisou o primeiro-ministro, escudado pela maioria absoluta:
“Habituem-se!”
José Silva Costa
Celebremos Agosto
Celebremos a chegada de Agosto
Todos os anos recebemos agosto, com gosto
Um mês com um bonito rosto
Por ser o mês das férias, dos encontros e reencontros
Para a farra, todos, estamos, sempre, prontos
Cada terra recebe os seus filhos, com festas e romarias
Este, sempre, foi um país de muita emigração
Uma dura luta causada pela separação
De quem não se sujeita à pobreza da Nação
E procura noutro local um melhor pão
Mesmo que isso lhes traga tanta insatisfação
Tantas canseiras, que parece uma maldição
Sempre na esperança de um dia voltar de vez
Para a bonita casa que, na sua terra, fez
Mas dela só se goza, uma vez por ano, um mês
Alguns, erradamente, não falam com os filhos em português
Quando vêm de férias, não conseguem falar com os avós
Netos e avós sem se conseguirem entender sentem-se sós
Os filhos, normalmente, ficam onde cresceram, estudaram e casaram
Os pais ficam divididos entre ascendentes e descendentes
Depois de reformados, passam os dias de cá para lá, de lá para cá
Enlatados em autocarros apinhados, nas autoestradas da Europa
Sem condições de higiene e de descanso
Um preço demasiado alto para uma reforma mais folgada
Mas, a Europa, está, cada vez, mais integrada
Ainda, um dia, poderá ser uma grande comunidade federada
Tudo o que seja para que os povos vivam melhor e mais felizes será bem-vindo
Em vez de nos guerrearmos, vamo-nos abraçar, mas com mais igualdade!
Porque, ” toda a gente é pessoa”, ninguém é feliz, se viver rodeado de esfomeados a querem a sua casa assaltar!
Bem-vindo Agosto!
Até para o ano, Julho!
José Silva Costa
Apertos de mão
Perfume quente de verão
O sol brilha e enche o coração
Encontros de amigos e apertos de mão
As férias são a mais bela missão
Vamos gozá-las com toda a atenção
Há sempre o perigo de uma má condução
Se não cumprirmos as regras, perdemos a razão
Ninguém devia andar em contramão
Julho quente, no sol transparente, na areia reluzente
É o mar refrescante, que atrai tanta gente
É no calor quente, que a praia se enche no crescente
Toda a alegria ajuda a aumentar a corrente, que a gente sente
E o vento é de todos o mais valente, que na brisa da tarde massaja a mente
É na hora da sexta, que o sol é mais quente e adormece as ondas do poente
É na explosão da germinação de uma semente, que o mundo fica mais quente
Cada nova vida traz a esperança de um mundo mais florescente
Se no mundo não houvessem guerras, nem fome, tudo seria tão diferente
Por que razão há tanta violência? Só pode ser por o mundo estar doente
Por todo o lado tanta morte, tanta destruição, quando há tanta falta de pão
Todo o dinheiro para a construção, não de casas, mas de canhões para as destruir
E, mesmo assim, o mundo continua, alegremente, a dançar e sorrir!
As crianças de tão assustadas, sem pais nem mães, não conseguem dormir
Parem com todas as guerras, seja em França, na Palestina, na Ucrânia ou no Sudão.
José Silva Costa
Dia das mentiras!
Abril, dia das mentiras, águas mil, liberdade, Primavera!
Um tempo que deveria ser de paz, como deveriam ser todos os dias
Para alguns, mais uma paragem para descanso, umas férias, passeios ……
Para outros, o mesmo de sempre: trabalho, fazer esticar o ordenado, deixar os filhos entregues aos telemóveis
Pronunciar mil vezes, por dia, as bonitas palavras, Feliz Páscoa, Páscoa Feliz
É a primeira grande quadra festiva do ano, para os Cristãos, e não só
Todas as paragens para confraternizações são bem-vindas
Nestes tempos de muitas separações, todos os pretextos, para que as famílias se reúnam, são muito bons
Abril, mês de ressurreição, de renascimento da Natureza, e de um novo ciclo de vida
Todos os anos, por esta altura, as aves despertam para o acasalamento, a construção dos ninhos, a criação dos filhos, uma grande azáfama
Este ano, até o Governo despertou para o problema da habitação, um problema que tem barbas brancas
Mas, só de vez em quando é que os ninhos dos humanos saltam para as primeiras páginas dos jornais
Não há mais tempo para espera, toda a gente desespera, todos querem um cantinho para morar, para namorar, para viver e os filhos ver crescer
Não temos casas, a educação, a saúde, a justiça está tudo num caos
As maternidades estão fechadas, nas urgências morre- se sem assistência
O que funciona é a propaganda do Governo!
José Silva Costa
Propaganda enganosa!
Agosto, o mês das férias!
Este ano, de novo, em liberdade
Com a pandemia na melhor fase
Todos querem recuperar o tempo perdido
O Governo é que está perdido
Os serviços públicos não funcionam
Não conseguiram sobreviver à pandemia
Nada funciona, é só propaganda enganosa!
Por muito bem-feita e de cor-de-rosa
Não consegue apagar os problemas
Alunos sem professores e esquadras fechadas
O INEM sem ambulâncias, e a doente morre na rua em frente
E que dizer dos Hospitais, que nunca se sabe que serviços estão a funcionar!
Os serviços de obstetrícia são os que mais têm encerrado
Quem é que não está alarmado?
Às gravidas não lhes chegava o seu estado
Ainda têm de conviver com a incerteza de não saberem onde a filha/o irá nascer
Quantos quilómetros terão de percorrer, a que porta irão bater
Quem é que consegue explicar o que está a acontecer?
Os Governantes dizem que é tudo normal!
Quando interpelados, às questões não respondem
Atiram com atos praticados e milhões, para criarem confusões
Incapazes de fazerem previsões, passam o tempo a criarem ilusões
E, assim, vão arrastando o país para o precipício, apoiados por multidões
Que preferem ser enganados, a ouvirem as verdades
É tão agradável ouvir o que desejamos em vez de assumir as realidades!
Quando somos chamados a pagar a fatura ficamos indignados
Mas não assumimos que fomos coniventes
Nada colheremos, se não soubermos quando, à terra, deitar as sementes.
José Silva Costa
Adeus junho, até para o ano!
Junho está a terminar
O mês dos Santos Populares está a acabar
Foi um mês de muita folia e alegria
Como que uma preparação para as férias
Estamos todos desejosos de recuperar o tempo perdido
Parece que não aprendemos, com a pandemia, o devido
Continuamos nas correrias, como se nada tivesse acontecido
Para além da pandemia, estamos a sofrer as consequências de uma guerra
Continuamos “ naquele ingano d´alma ledo e cego/ Que a fortuna não deixa durar muito…” (1)
Não podemos ser só cigarras, também temos de ser formigas
O verão passa num ápice
O outono e o inverno podem ser frios: um inferno!
Temos de nos preparar para os novos tempos
A falta de energia pode ser um grande contratempo
No verão, ainda, podemos dormir ao relento
Mas no inverno o melhor é termos um bom teto
O que todos os pobres ambicionam
Onde possam, as poucas horas de descanso, passar
Como é bom termos uma casa para nos acarinhar!
Todos os dias quando chegamos cansados do trabalho, do duro dia
Num mundo tão desigual muitos nunca, esse carinho, vão saborear
Nem sequer têm uma almofada onde o sono deitar.
José Silva Costa
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