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Ouro!

por cheia, em 16.10.23

A chuva

O verão já ia longo

Não queria dar lugar ao outono

O vento acordou do sono

Trouxe a chuva ao ombro

Que há muito tinha adormecido

Que não deu por estar atrasada

Costumava chegar pelo quinze de agosto

Este ano chegou um mês atrasada

Depois, ainda, tirou mais um mês de férias

Espero que não queira, agora, chover tudo de uma vez

Ainda temos mais meio mês de outubro

E meses sem fim, que gostam de ser lavados

Mas com água suave, para os massajar

Sem pressas, nem vagares, na medida certa

Para que a possamos apreciar, guardar, admirar

Sem ela não há vida, mas também tem tirado muitas vidas

Temos de atribuir à água mais valor

Não podemos continuar a desperdiça-la como se não valesse nada

Se lhe atribuirmos o valor do ouro

Será mais difícil estragá-la

Talvez, até faça com que passemos a poupá-la

Cai do céu, mas nem sempre

E, nós todos os dias a utilizamos

Sem ela não há vida!

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 07:54

Velhos!

por cheia, em 28.08.23

Velhos

Este país não é para velhos

Bem podem, até, arranjar palavra mais suave: idoso

Que não é isso que evita que haja político manhoso

Que nas campanhas eleitorais não beije todo o idoso

Que o deixe morrer, numa maca, à porta do Hospital

Porque os serviços públicos fecharam para férias

Incluindo os Hospitais, que não se conseguem manter abertos

Devido à falta de investimento em recursos humanos e materiais

E o mais surpreendente é que isto tenha passado a ser a normalidade

E que ninguém se indigne, tenha muita ou pouca idade

As repartições das finanças só atendem com marcação

Depois de dias ao telefone, quando se consegue uma marcação

5 minutos depois, recebe-se um email a anular a marcação

As escolas passaram o ano com falta de professores e em greves

 mas todos os alunos passaram de ano

Vamos continuar a ter técnicos cobiçados por os outros países?

Nada funciona, mas o país está melhor, na boca dos políticos

Agosto é o mês das férias, os políticos vão a banhos

Não querem ser incomodados

Devido ao fecho dos Hospistais, não se pode morrer, nascer ou adoecer

Como avisou o primeiro-ministro, escudado pela maioria absoluta:

“Habituem-se!”

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 07:57

Celebremos Agosto

por cheia, em 31.07.23

Celebremos Agosto

 

Celebremos a chegada de Agosto

Todos os anos recebemos agosto, com gosto

Um mês com um bonito rosto

Por ser o mês das férias, dos encontros e reencontros

Para a farra, todos, estamos, sempre, prontos

Cada terra recebe os seus filhos, com festas e romarias

Este, sempre, foi um país de muita emigração

Uma dura luta causada pela separação

De quem não se sujeita à pobreza da Nação

E procura noutro local um melhor pão

Mesmo que isso lhes traga tanta insatisfação

Tantas canseiras, que parece uma maldição

Sempre na esperança de um dia voltar de vez

Para a bonita casa que, na sua terra, fez

Mas dela só se goza, uma vez por ano, um mês

Alguns, erradamente, não falam com os filhos em português

Quando vêm de férias, não conseguem falar com os avós

Netos e avós sem se conseguirem entender sentem-se sós

Os filhos, normalmente, ficam onde cresceram, estudaram e casaram

Os pais ficam divididos entre ascendentes e descendentes

Depois de reformados, passam os dias de cá para lá, de lá para cá

Enlatados em autocarros apinhados, nas autoestradas da Europa

Sem condições de higiene e de descanso

Um preço demasiado alto para uma reforma mais folgada

Mas, a Europa, está, cada vez, mais integrada

Ainda, um dia, poderá ser uma grande comunidade federada

Tudo o que seja para que os povos vivam melhor e mais felizes será bem-vindo

Em vez de nos guerrearmos, vamo-nos abraçar, mas com mais igualdade!

Porque, ” toda a gente é pessoa”, ninguém é feliz, se viver rodeado de esfomeados a querem a sua casa assaltar!

  Bem-vindo Agosto!

Até para o ano, Julho!

José Silva Costa

  

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:58

Apertos de mão

por cheia, em 17.07.23

Apertos de mão

 

 

Perfume quente de verão

O sol brilha e enche o coração

Encontros de amigos e apertos de mão

As férias são a mais bela missão

Vamos gozá-las com toda a atenção

Há sempre o perigo de uma má condução

Se não cumprirmos as regras, perdemos a razão

Ninguém devia andar em contramão

Julho quente, no sol transparente, na areia reluzente

É o mar refrescante, que atrai tanta gente

É no calor quente, que a praia se enche no crescente

Toda a alegria ajuda a aumentar a corrente, que a gente sente

E o vento é de todos o mais valente, que na brisa da tarde massaja a mente

É na hora da sexta, que o sol é mais quente e adormece as ondas do poente

É na explosão da germinação de uma semente, que o mundo fica mais quente

Cada nova vida traz a esperança de um mundo mais florescente

Se no mundo não houvessem guerras, nem fome, tudo seria tão diferente

Por que razão há tanta violência? Só pode ser por o mundo estar doente

Por todo o lado tanta morte, tanta destruição, quando há tanta falta de pão

Todo o dinheiro para a construção, não de casas, mas de canhões para as destruir

E, mesmo assim, o mundo continua, alegremente, a dançar e sorrir!

As crianças de tão assustadas, sem pais nem mães, não conseguem dormir

Parem com todas as guerras, seja em França, na Palestina, na Ucrânia ou no Sudão.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 07:41

Bem-vindo Abril!

por cheia, em 01.04.23

Dia das mentiras!

Abril, dia das mentiras, águas mil, liberdade, Primavera!

Um tempo que deveria ser de paz, como deveriam ser todos os dias

Para alguns, mais uma paragem para descanso, umas férias, passeios ……

Para outros, o mesmo de sempre: trabalho, fazer esticar o ordenado, deixar os filhos entregues aos telemóveis

Pronunciar mil vezes, por dia, as bonitas palavras, Feliz Páscoa, Páscoa Feliz

É a primeira grande quadra festiva do ano, para os Cristãos, e não só

Todas as paragens para confraternizações são bem-vindas

Nestes tempos de muitas separações, todos os pretextos, para que as famílias se reúnam, são muito bons

Abril, mês de ressurreição, de renascimento da Natureza, e de um novo ciclo de vida

Todos os anos, por esta altura, as aves despertam para o acasalamento, a construção dos ninhos, a criação dos filhos, uma grande azáfama

Este ano, até o Governo despertou para o problema da habitação, um problema que tem barbas brancas

Mas, só de vez em quando é que os ninhos dos humanos saltam para as primeiras páginas dos jornais

Não há mais tempo para espera, toda a gente desespera, todos querem um cantinho para morar, para namorar, para viver e os filhos ver crescer

Não temos casas, a educação, a saúde, a justiça está tudo num caos

As maternidades estão fechadas, nas urgências morre- se sem assistência

O que funciona é a propaganda do Governo!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:09

Propaganda enganosa!

por cheia, em 04.08.22

Propaganda enganosa!

 

Agosto, o mês das férias!

Este ano, de novo, em liberdade

Com a pandemia na melhor fase

Todos querem recuperar o tempo perdido

O Governo é que está perdido

Os serviços públicos não funcionam

Não conseguiram sobreviver à pandemia

Nada funciona, é só propaganda enganosa!

Por muito bem-feita e de cor-de-rosa

Não consegue apagar os problemas

Alunos sem professores e esquadras fechadas

O INEM sem ambulâncias, e a doente morre na rua em frente

E que dizer dos Hospitais, que nunca se sabe que serviços estão a funcionar!

Os serviços de obstetrícia são os que mais têm encerrado

Quem é que não está alarmado?

Às gravidas não lhes chegava o seu estado

Ainda têm de conviver com a incerteza de não saberem onde a filha/o irá nascer

Quantos quilómetros terão de percorrer, a que porta irão bater

Quem é que consegue explicar o que está a acontecer?

Os Governantes dizem que é tudo normal!

Quando interpelados, às questões não respondem

Atiram com atos praticados e milhões, para criarem confusões

Incapazes de fazerem previsões, passam o tempo a criarem ilusões

E, assim, vão arrastando o país para o precipício, apoiados por multidões

Que preferem ser enganados, a ouvirem as verdades

É tão agradável ouvir o que desejamos em vez de assumir as realidades!

Quando somos chamados a pagar a fatura ficamos indignados

Mas não assumimos que fomos coniventes

Nada colheremos, se não soubermos quando, à terra, deitar as sementes.

 

José Silva Costa

 

  

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publicado às 07:57

Adeus Junho!

por cheia, em 30.06.22

Adeus junho, até para o ano!

 

Junho está a terminar

O mês dos Santos Populares está a acabar

Foi um mês de muita folia e alegria

Como que uma preparação para as férias

Estamos todos desejosos de recuperar o tempo perdido

Parece que não aprendemos, com a pandemia, o devido

Continuamos nas correrias, como se nada tivesse acontecido

Para além da pandemia, estamos a sofrer as consequências de uma guerra

Continuamos “ naquele ingano d´alma ledo e cego/ Que a fortuna não deixa durar muito…” (1)

Não podemos ser só cigarras, também temos de ser formigas

O verão passa num ápice

O outono e o inverno podem ser frios: um inferno!

Temos de nos preparar para os novos tempos

A falta de energia pode ser um grande contratempo

No verão, ainda, podemos dormir ao relento

Mas no inverno o melhor é termos um bom teto

O que todos os pobres ambicionam

Onde possam, as poucas horas de descanso, passar

Como é bom termos uma casa para nos acarinhar!

Todos os dias quando chegamos cansados do trabalho, do duro dia

Num mundo tão desigual muitos nunca, esse carinho, vão saborear

Nem sequer têm uma almofada onde o sono deitar.

José Silva Costa

 

  • Lusíadas, canto III, estrofe 120

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Sonhos de verão!

por cheia, em 23.06.22

Sonhos de verão

Sonhamos com as férias, novas paisagens, novas cidades, gentes diferentes

Num encontro fraterno de beijos, abraços e apertos de mão

Há barcos parados nos cais, à espera que lhes soltem as amarras

Sonham com novos horizontes, querem as velas enfunadas pelos ventos

Os sonhos de verão são de alegria, de alguma magia, de desejos fugientes

Cada um procura lançar, ao mundo, as suas sementes

Os dias são grandes, sem espartilhos, quentes, de muito brilho

Um sonho, um desejo, um abraço, um beijo podem ser o rastilho

Para uma grande mudança, para muitos e bons passos de dança, para renovar a esperança

Até para mudar de continente, para seguir em frente, encontrar o amor, para sempre

Conhecer gente diferente, atraente, mais sol no poente, uma luz, um caminho com sentido

Um grito de liberdade, sem anos nem idade, preservar a alegria da mocidade

No verão é tempo de reflexão, de contabilizar o passado e projetar o futuro

De ler um livro maduro, ver uma peça de teatro, ver um filme e sonhar com tudo

Saborear o tempo, sem pressas nem compromissos, aproveitar a preguiça sem pensar em enguiços

A constante aceleração da maneira como gastamos o tempo, nas correrias diárias de deitar os bofes pela boca, fez com que não saibamos fazer uma pausa para meditar, para descansar completamente: “desligar da corrente”

Hoje, só procuramos mais velocidade, mais perigos e aventuras, desafios, adrenalina, torturas

Correr de um lado para o outro, na ansia de abarcar o mundo, depois, vai-se a ver e sentimos um vazio profundo

Não conseguimos contemplar o nascer do sol, o silêncio noturno na natureza, ouvir o cantar do rouxinol

Tanta coisa para absorver, que não conseguimos ver nem apreender por causa de andarmos sempre a correr

Por muito que corramos, não apertaremos todas as mãos, nem afugentaremos a solidão

Paremos para ver o que nos rodeia, a beleza da areia, onde enterramos os sonhos, quando, no verão, vamos a banhos

Temos mais um verão, para aproveitar, assim saibamos o que de melhor poderemos fazer.

José Silva Costa

 

 

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publicado às 08:00

Amor & guerra (11)

por cheia, em 12.04.21

Amor & guerra (11)

 

Em 1963, o país estava muito atrasado. Só tinha Universidades em Lisboa, Coimbra e Porto

O ensino estava dividido em ensino: Liceal, Industrial e Comercial

Uma década depois, (1973) as empresas continuavam a não ter, no mercado, trabalhadores com as qualificações de que necessitavam

Algumas grandes empresas tinham escolas próprias, para formarem os seus quadros, fora do horário de trabalho, dando preferência aos adolescentes, que contratavam a partir dos doze anos

Assim, como também tinham colónias de férias, para os filhos dos seus trabalhadores

No litoral Sintrense havia três grandes colónias de férias, para os filhos dos trabalhadores das empresas: Caminhos de Ferro Portugueses, Shell e Companhia União Fabril

Tínhamos, como hoje, bons técnicos, mas que não sabiam falar línguas, o que causava problemas às empresas portuguesas, representantes de fabricantes de eletrodomésticos e outros equipamentos, que pediam, aos seus concessionários, técnicos para estagiarem nas suas fábricas

Os institutos de língua inglesa tinham como alunos, muitos técnicos, que precisavam de saber inglês, para fazerem formação nas fábricas dos produtos, que os seus patrões vendiam

O país consumia uma grande parte dos seus recursos, nas guerras de Angola, Guiné e Moçambique

O Carlos tinha a perna esquerda, abaixo do joelho, esmagada, transferiram-no para o Hospital Militar, em Lisboa, onde lhe amputaram a perna, abaixo do joelho

Os pais foram informados de que o filho tinha sido ferido em combate, mas que estava livre de perigo e internado no anexo do Hospital Militar, em Lisboa

A Miquelina não foi informada, porque o nome dela não constava na informação, pedida a cada militar, para indicar quem queria que fosse informado, caso acontecesse algum problema grave

Estava desesperada, já tinha passado mais de um mês, e ele não dizia nada:” teria morrido, estaria ferido, como é que poderia saber?”

Já tinha pensado em pedir-lhe os nomes dos pais, a sua morada, o seu contato. Mas esperava que fosse ele a tomar essa iniciativa, porque os acidentes acontecem, mas não queremos falar neles, com medo, porque somos surpersticiosos

Os pais aconselharam-na a telefonar para o Quartel-General. Quem a atendeu disse-lhe que era muito difícil ajudá-la, porque o nome dela não constava no documento que  foi apresentado ao Carlos, para escrever quem é que queria que fosse informado

Mas, a Miquelina não se deu por vencida, contou a quem estava do outro lado do telefone, o que tinha acontecido: que era namorada dele, que tinha ficado grávida dele na véspera do embarque, que tinha um filho dele quase com dois anos, e tinha cartas onde ele dizia que aperfilharia o filho

Aconselharam-na a ir ao Quartel-General, com as cartas, para ver se conseguiriam ajudá-la.

Continua

 

 

 

 

 

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publicado às 08:22

A recompensa

por cheia, em 16.10.20

Mazelas da guerra

 

Continuação

A recompensa

 

Passados 9 meses, estávamos, de novo, em Luanda

Quando chegámos, acompanhei o Capitão ao Quartel-General, onde nos aguardava um Brigadeiro

O Capitão fez-lhe continência e manteve-se em continência, enquanto ele falava, perguntava o que tinha sucedido ………..

O Capitão manteve-se quedo e mudo, até o Brigadeiro corresponder à continência

Como uma parte da tempestade já tinha passado, o Capitão justificou por que razão foi impossível controlar os condutores civis, tudo acabou em bem

Passámos alguns dias em Luanda, antes de seguirmos para os nossos novos destinos

Acabados os dias de férias em Luanda, saímos em direção ao novo paraíso, numa extensa coluna militar, desta vez, em direção ao Sul

Fomos distribuídos por quatro povoações. Ao meu pelotão coube a bonita Vila do Andulo, terra natal de Jonas Savimbi, líder da UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola

Não podíamos ter sido melhor recebidos, ainda não tínhamos autorização para sairmos das viaturas, já estas estavam rodeadas de civis, o inverso do que tinha acontecido no Norte

Ficámos instalados numa casa civil, nunca apagámos as luzes, porque a produção da barragem era superior ao consumo

Havia uma coabitação harmoniosa entre civis e militares. Eramos convidados para os bailaricos, aos sábados à tarde, na Sociedade Recreativa

O nosso mais famoso futebolista, que não pertencia ao meu pelotão, foi logo cobiçado por o clube de futebol, local. Mas havia um pequeno detalhe, não tinha concluído a quarta classe, tudo se resolveu com a conclusão e a sua inscrição na Federação

Fazíamos patrulhas ao nível de secção, numa das patrulhas vimos uma escola em funcionamento, construída em tijolo, muito arejada, não tinha janelas nem porta, a Professora foi muito amável para connosco, esforçou-se para que os alunos falassem em português, mas poucas palavras disseram

Numa outra patrulha encontrámos um comerciante, cuja camioneta estava atascada, e havia já umas boas horas que esperava que alguém passasse e o ajudasse. Com a ajuda de uma árvore, onde prendemos o guincho da nossa viatura, conseguimos que a camioneta voltasse a andar

Camaradas nossos, também em patrulha, foi-lhes pedido que transportassem uma grávida, cujo parto estava complicado, para uma Missão

Na povoação mais distante do nosso raio de ação, vivia um casal de madeirenses, que tinham um comércio, eram os únicos europeus da povoação. Gostavam muito das nossas visitas, pernoitávamos na casa deles, só nos pediam que lhes levássemos pão.

Um dia, quase ao fechar da loja, entrou uma senhora com um açafate cheio de grãos de café, pedindo que o pesassem.

Fiquei sem saber o verdadeiro objetivo, mas penso que quereria saber, quando trouxesse todo o café, os quilos que tinha a receber

Aquele casal comprava-lhes o que produziam ou pescavam e vendia-lhes o quisessem comprar, ainda lhes arranjavam alguns medicamentos. A povoação ficava perto do rio Quanza

Foram estes poucos e pequenos gestos de humanidade que, quanto a mim, deram alguma recompensação aos nossos sacrifícios

Tantas vidas perdidas, tantos recursos mal gastos, que ainda hoje estamos a sofrer as suas consequências

Aproximavam-se as férias, o mês de agosto na Metrópole, na companhia da filha e da mulher, depois de mais um ano sem as ver, o tempo parecia não passar

 Converter angulares em escudos era muito difícil, muitos queriam ter um pé-de-meia na Metrópole, podia-se converter 7.000,00 angulares em escudos, por cada viagem à Metrópole. Assim, abri a minha primeira conta bancária, no único Banco do Andulo, Banco Pinto & Sotto Mayor, que quando foi inaugurado, alguém conseguiu ler: “ branco, tinto e copo maior”, depositei 7.000 angulares e recebi 7.000,00 escudos, em Lisboa

À boleia do Andulo para Luanda, para apanhar o avião, para Lisboa.

Continua

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:37


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