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Celebremos Agosto

por cheia, em 31.07.23

Celebremos Agosto

 

Celebremos a chegada de Agosto

Todos os anos recebemos agosto, com gosto

Um mês com um bonito rosto

Por ser o mês das férias, dos encontros e reencontros

Para a farra, todos, estamos, sempre, prontos

Cada terra recebe os seus filhos, com festas e romarias

Este, sempre, foi um país de muita emigração

Uma dura luta causada pela separação

De quem não se sujeita à pobreza da Nação

E procura noutro local um melhor pão

Mesmo que isso lhes traga tanta insatisfação

Tantas canseiras, que parece uma maldição

Sempre na esperança de um dia voltar de vez

Para a bonita casa que, na sua terra, fez

Mas dela só se goza, uma vez por ano, um mês

Alguns, erradamente, não falam com os filhos em português

Quando vêm de férias, não conseguem falar com os avós

Netos e avós sem se conseguirem entender sentem-se sós

Os filhos, normalmente, ficam onde cresceram, estudaram e casaram

Os pais ficam divididos entre ascendentes e descendentes

Depois de reformados, passam os dias de cá para lá, de lá para cá

Enlatados em autocarros apinhados, nas autoestradas da Europa

Sem condições de higiene e de descanso

Um preço demasiado alto para uma reforma mais folgada

Mas, a Europa, está, cada vez, mais integrada

Ainda, um dia, poderá ser uma grande comunidade federada

Tudo o que seja para que os povos vivam melhor e mais felizes será bem-vindo

Em vez de nos guerrearmos, vamo-nos abraçar, mas com mais igualdade!

Porque, ” toda a gente é pessoa”, ninguém é feliz, se viver rodeado de esfomeados a querem a sua casa assaltar!

  Bem-vindo Agosto!

Até para o ano, Julho!

José Silva Costa

  

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:58

A vida

por cheia, em 19.06.23

O valor da vida

 

Nascer, numa terra pobre

Sempre em guerra civil

Confrontos entre religiões

Todos os dias confusões

Disputas por botões de marfim ou cetim

A incerteza das expectativas

A fome, o choro dos filhos a pedirem pão

A tristeza de ver a morte, todos os dias

Fez com que procurássemos onde fosse possível viver

Tantos quilómetros para percorrer

Um mar largo e fundo

Uma traineira sem lotação

Transformada num enorme caixão

Mulheres e crianças fechadas no porão

Os que nos podiam dar a mão

Deram-nos um empurrão

Choraram lágrimas de crocodilo

Decretaram dias de luto

Como se isso ressuscitasse mais de meio milhar de vidas

Há vidas que não têm valor nenhum

Enquanto outras têm o valor da vida

Ninguém se indignou

Fosse outra, ainda que só uma, a vida perdida

Toda a Europa, ou todo o mundo, se teria indignado

É tão triste nascer no sítio errado!

Por todos ser escorraçado

Não esperávamos que fossemos desejados

Mas que, ao menos, fossemos tolerados

Só queríamos viver!

Dar aos nossos filhos: pão, paz, educação, habitação

Mas, quis a má sorte que encontrássemos a morte

E o fundo do mar, como caixão

 

José Silva Costa 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:00

Mar morto

por cheia, em 13.03.23

Mar morto

Oh bonita e formosa Europa!

Os teus nem sempre te dão o teu devido valor

Mas não falta quem queira em ti viver

Arriscam tudo, sujeitam-se até a morrer

Metem-se em pequenos barcos para em ti entrar

Nada os faz parar, querem encontrar onde sonhar

Muitos têm pago com a vida o sonho de viver

O teu mar tornou-se num grande cemitério

Mas quem foge da fome, da guerra, de nada tem medo

A vida de quem tem sonhos é um grande enredo

Não pode toda a vida esperar, mais tarde ou mais cedo

Faz-se ao mar, semeia todas as esperanças, para colher os sonhos

Nem todos os querem acolher, mas não os podemos deixar no mar morrer

Melhor seria que pudessem viver onde nasceram

Mas, para isso era preciso que houvesse equilíbrio entre pobres e ricos

Cooperação, solidariedade, menos vaidade, desperdiço e mais humanidade

Ninguém é feliz rodeado de esfomeados, maltratados, explorados

Para muitos a vida é feita de muitos riscos

Outros só conhecem o paraíso

Infelizmente, os donos do Mundo estão, de novo, em grande competição, para encontrarem o vencedor

Até o vencedor ser encontrado, vão matando, a-torto-e-a-direito, sem dó nem piedade

Acima de tudo está o seu poder e a sua vaidade.

José Silva Costa

 

 

 

  

 

 

 

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publicado às 07:54

Tempo!

por cheia, em 14.07.22

Tempo!

Estas flores, que te dou, simbolizam o meu amor

Têm o perfume dos teus beijos

A alegria dos teus olhos

As suas pétalas são macias como os teus cabelos

Dos teus lábios saem bonitas palavras

Que produzem sinfonias emocionais

E nos transportam para constelações nunca vistas

Meu amor, tu és a mais bonita flor

Aquela que escolhi para estar sempre a meu lado

O caminho, que já percorremos, alado

Com cravos e rosas embalado

Vamos caminhando por este céu estrelado

Colhendo os doces frutos dos muitos anos vividos

É tão bonito ver as nossas flores a crescerem

Bonitas e perfumadas que dá tanto gosto ver

Outras sementes vão germinar e florescer

Todos os dias vão amanhecer

Florir, sorrir, caminhar, ver tudo a evoluir

Como se a caminhada nunca acabasse

A lua e sol querem abraçar-se

Para melhor iluminarem o mundo

Criar uma nova filosofia

Baseada na fraternidade e solidariedade

Para que todos vivam em harmonia

Seja qual for o credo, a cor, a idade

Nestes tempos que exigem verdade e igualdade

Em que entidades milenares têm sido questionadas

Os seus dirigentes têm pedido desculpa pelas barbaridades cometidas

Sofrimentos revelados com a força do momento e a ajuda do vento

É neste contesto, neste leste e oeste, que, felizmente, ainda, podemos ver a solidariedade

Sem darmos o devido valor ao facto de podermos viajar, neste nosso espaço, sem peias nem embaraço

Oxalá, possamos continuar, em paz, a viver, trabalhar, estudar, nesta nossa Europa, num livre abraço.

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 07:54

O futuro é hoje (2)

por cheia, em 28.10.21

O futuro é hoje

2

A Adelaide, no dia seguinte, disse à filha que estava de acordo com ela, porque era preciso inverter as políticas, privilegiando os transportes públicos, investir na ferrovia para passageiros e mercadorias, para acabar com os comboios de camiões T.I.R., que ocupam a faixa da direita das autoestradas da Europa

A filha estava muito preocupada com o problema do emprego do pai e de todos os que todos os dias veem os seus empregos desaparecerem, devido às novas tecnologias

Mas, ao mesmo tempo, é uma grande defensora da descarbonização da economia, defendendo que temos de aproveitando todas as oportunidades, que o conhecimento nos proporciona

Como seja o eficiente aproveitamento dos elementos: água, vento, sol

Há noite, ao jantar, perguntou ao pai: o Luís, se já tinha ouvido falar do ivaucher, essa nova palavra mágica, que já fora utilizada para promover o que não se conseguia vender, como foi o caso da restauração, o turismo e a cultura, devido à pandemia

 Agora, voltava a ser utilizada para esvaziar a contestação da subida, abrupta, dos combustíveis, com receio de mais um buzinão, como o que aconteceu em 24 de Junho de 1994

O pai respondeu-lhe que a invenção dessa palavra não passava de uma imitação das promoções dos supermercados, com os cupões de desconto, e ao mesmo tempo, tentar que todos passem faturas com número de identificação, para cobrarem mais impostos, com o que concordava, uma vez, que defendia a obrigatoriedade do número de identificação em todas as transações

A Filomena estava mais preocupada com as injustiças, por nem todos terem um cartão multibanco, não podendo beneficiar desses 10 cêntimos de desconto por litro de combustível, no máximo de 5€ por mês, durante 5 meses, dizendo que os mais pobres são sempre os mais prejudicados, porque não conseguem acompanhar as contínuas e aceleradas inovações.

 

Continua

 

 

   

 

 

 

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publicado às 07:53

Nosso drama

por cheia, em 20.04.19

Nosso drama

 

Por todo o lado

Em todos os Continentes

Avalanchas de gentes

Fogem das guerras e da fome

Nada as detêm

Nem fronteiras, nem barreiras

Nações são asneiras

A fome não reconhece bandeiras

Os políticos não têm fome

Ameaçam os emigrantes de morte

Não querem saber da sua sorte

Quem tem poder julga-se forte

Recorre a tudo, ameaça com o corte

De fronteiras, de negócios, de ajudas

Mas, as mães pelos filhos fazem tudo!

Viram o Mundo, se preciso for

Sem medo, nem terror

Porque eles são o seu maior valor

Perdê-los é a sua maior dor.

 

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 22:42

O princípio e o fim

por cheia, em 29.06.16

A Europa

 

O princípio e o fim

 

 

 

Mesmo que o sistema político fosse perfeito

O povo nunca estaria satisfeito

Criámos cómodos aviões, e até foguetões

Mas continuaremos a depender dos feijões

Como está! A Europa, não tem jeito

Tem demasiado, pequeno, sujeito

Estamos, por todos, a ser ultrapassados

Não honramos os nossos antepassados

Ou criamos uma Federação de Estados

Ou, ao fracasso, estamos condenados

Queremos ter todas as regalias

Mas, no trabalho, temos de ter melhorias

Somos muito heterogéneos

Mas precisamos de génios

Que façam deste Continente

Uma única gente

Capaz de ser solidária e inteligente

Utilizando a mente

Para abraçar cada Continente

Pondo, a paz e o progresso, na frente.

 

 

 

 

 

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publicado às 06:46


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