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Celebremos Agosto
Celebremos a chegada de Agosto
Todos os anos recebemos agosto, com gosto
Um mês com um bonito rosto
Por ser o mês das férias, dos encontros e reencontros
Para a farra, todos, estamos, sempre, prontos
Cada terra recebe os seus filhos, com festas e romarias
Este, sempre, foi um país de muita emigração
Uma dura luta causada pela separação
De quem não se sujeita à pobreza da Nação
E procura noutro local um melhor pão
Mesmo que isso lhes traga tanta insatisfação
Tantas canseiras, que parece uma maldição
Sempre na esperança de um dia voltar de vez
Para a bonita casa que, na sua terra, fez
Mas dela só se goza, uma vez por ano, um mês
Alguns, erradamente, não falam com os filhos em português
Quando vêm de férias, não conseguem falar com os avós
Netos e avós sem se conseguirem entender sentem-se sós
Os filhos, normalmente, ficam onde cresceram, estudaram e casaram
Os pais ficam divididos entre ascendentes e descendentes
Depois de reformados, passam os dias de cá para lá, de lá para cá
Enlatados em autocarros apinhados, nas autoestradas da Europa
Sem condições de higiene e de descanso
Um preço demasiado alto para uma reforma mais folgada
Mas, a Europa, está, cada vez, mais integrada
Ainda, um dia, poderá ser uma grande comunidade federada
Tudo o que seja para que os povos vivam melhor e mais felizes será bem-vindo
Em vez de nos guerrearmos, vamo-nos abraçar, mas com mais igualdade!
Porque, ” toda a gente é pessoa”, ninguém é feliz, se viver rodeado de esfomeados a querem a sua casa assaltar!
Bem-vindo Agosto!
Até para o ano, Julho!
José Silva Costa
O valor da vida
Nascer, numa terra pobre
Sempre em guerra civil
Confrontos entre religiões
Todos os dias confusões
Disputas por botões de marfim ou cetim
A incerteza das expectativas
A fome, o choro dos filhos a pedirem pão
A tristeza de ver a morte, todos os dias
Fez com que procurássemos onde fosse possível viver
Tantos quilómetros para percorrer
Um mar largo e fundo
Uma traineira sem lotação
Transformada num enorme caixão
Mulheres e crianças fechadas no porão
Os que nos podiam dar a mão
Deram-nos um empurrão
Choraram lágrimas de crocodilo
Decretaram dias de luto
Como se isso ressuscitasse mais de meio milhar de vidas
Há vidas que não têm valor nenhum
Enquanto outras têm o valor da vida
Ninguém se indignou
Fosse outra, ainda que só uma, a vida perdida
Toda a Europa, ou todo o mundo, se teria indignado
É tão triste nascer no sítio errado!
Por todos ser escorraçado
Não esperávamos que fossemos desejados
Mas que, ao menos, fossemos tolerados
Só queríamos viver!
Dar aos nossos filhos: pão, paz, educação, habitação
Mas, quis a má sorte que encontrássemos a morte
E o fundo do mar, como caixão
José Silva Costa
Mar morto
Oh bonita e formosa Europa!
Os teus nem sempre te dão o teu devido valor
Mas não falta quem queira em ti viver
Arriscam tudo, sujeitam-se até a morrer
Metem-se em pequenos barcos para em ti entrar
Nada os faz parar, querem encontrar onde sonhar
Muitos têm pago com a vida o sonho de viver
O teu mar tornou-se num grande cemitério
Mas quem foge da fome, da guerra, de nada tem medo
A vida de quem tem sonhos é um grande enredo
Não pode toda a vida esperar, mais tarde ou mais cedo
Faz-se ao mar, semeia todas as esperanças, para colher os sonhos
Nem todos os querem acolher, mas não os podemos deixar no mar morrer
Melhor seria que pudessem viver onde nasceram
Mas, para isso era preciso que houvesse equilíbrio entre pobres e ricos
Cooperação, solidariedade, menos vaidade, desperdiço e mais humanidade
Ninguém é feliz rodeado de esfomeados, maltratados, explorados
Para muitos a vida é feita de muitos riscos
Outros só conhecem o paraíso
Infelizmente, os donos do Mundo estão, de novo, em grande competição, para encontrarem o vencedor
Até o vencedor ser encontrado, vão matando, a-torto-e-a-direito, sem dó nem piedade
Acima de tudo está o seu poder e a sua vaidade.
José Silva Costa
Tempo!
Estas flores, que te dou, simbolizam o meu amor
Têm o perfume dos teus beijos
A alegria dos teus olhos
As suas pétalas são macias como os teus cabelos
Dos teus lábios saem bonitas palavras
Que produzem sinfonias emocionais
E nos transportam para constelações nunca vistas
Meu amor, tu és a mais bonita flor
Aquela que escolhi para estar sempre a meu lado
O caminho, que já percorremos, alado
Com cravos e rosas embalado
Vamos caminhando por este céu estrelado
Colhendo os doces frutos dos muitos anos vividos
É tão bonito ver as nossas flores a crescerem
Bonitas e perfumadas que dá tanto gosto ver
Outras sementes vão germinar e florescer
Todos os dias vão amanhecer
Florir, sorrir, caminhar, ver tudo a evoluir
Como se a caminhada nunca acabasse
A lua e sol querem abraçar-se
Para melhor iluminarem o mundo
Criar uma nova filosofia
Baseada na fraternidade e solidariedade
Para que todos vivam em harmonia
Seja qual for o credo, a cor, a idade
Nestes tempos que exigem verdade e igualdade
Em que entidades milenares têm sido questionadas
Os seus dirigentes têm pedido desculpa pelas barbaridades cometidas
Sofrimentos revelados com a força do momento e a ajuda do vento
É neste contesto, neste leste e oeste, que, felizmente, ainda, podemos ver a solidariedade
Sem darmos o devido valor ao facto de podermos viajar, neste nosso espaço, sem peias nem embaraço
Oxalá, possamos continuar, em paz, a viver, trabalhar, estudar, nesta nossa Europa, num livre abraço.
José Silva Costa
O futuro é hoje
2
A Adelaide, no dia seguinte, disse à filha que estava de acordo com ela, porque era preciso inverter as políticas, privilegiando os transportes públicos, investir na ferrovia para passageiros e mercadorias, para acabar com os comboios de camiões T.I.R., que ocupam a faixa da direita das autoestradas da Europa
A filha estava muito preocupada com o problema do emprego do pai e de todos os que todos os dias veem os seus empregos desaparecerem, devido às novas tecnologias
Mas, ao mesmo tempo, é uma grande defensora da descarbonização da economia, defendendo que temos de aproveitando todas as oportunidades, que o conhecimento nos proporciona
Como seja o eficiente aproveitamento dos elementos: água, vento, sol
Há noite, ao jantar, perguntou ao pai: o Luís, se já tinha ouvido falar do ivaucher, essa nova palavra mágica, que já fora utilizada para promover o que não se conseguia vender, como foi o caso da restauração, o turismo e a cultura, devido à pandemia
Agora, voltava a ser utilizada para esvaziar a contestação da subida, abrupta, dos combustíveis, com receio de mais um buzinão, como o que aconteceu em 24 de Junho de 1994
O pai respondeu-lhe que a invenção dessa palavra não passava de uma imitação das promoções dos supermercados, com os cupões de desconto, e ao mesmo tempo, tentar que todos passem faturas com número de identificação, para cobrarem mais impostos, com o que concordava, uma vez, que defendia a obrigatoriedade do número de identificação em todas as transações
A Filomena estava mais preocupada com as injustiças, por nem todos terem um cartão multibanco, não podendo beneficiar desses 10 cêntimos de desconto por litro de combustível, no máximo de 5€ por mês, durante 5 meses, dizendo que os mais pobres são sempre os mais prejudicados, porque não conseguem acompanhar as contínuas e aceleradas inovações.
Continua
Nosso drama
Por todo o lado
Em todos os Continentes
Avalanchas de gentes
Fogem das guerras e da fome
Nada as detêm
Nem fronteiras, nem barreiras
Nações são asneiras
A fome não reconhece bandeiras
Os políticos não têm fome
Ameaçam os emigrantes de morte
Não querem saber da sua sorte
Quem tem poder julga-se forte
Recorre a tudo, ameaça com o corte
De fronteiras, de negócios, de ajudas
Mas, as mães pelos filhos fazem tudo!
Viram o Mundo, se preciso for
Sem medo, nem terror
Porque eles são o seu maior valor
Perdê-los é a sua maior dor.
José Silva Costa
A Europa
O princípio e o fim
Mesmo que o sistema político fosse perfeito
O povo nunca estaria satisfeito
Criámos cómodos aviões, e até foguetões
Mas continuaremos a depender dos feijões
Como está! A Europa, não tem jeito
Tem demasiado, pequeno, sujeito
Estamos, por todos, a ser ultrapassados
Não honramos os nossos antepassados
Ou criamos uma Federação de Estados
Ou, ao fracasso, estamos condenados
Queremos ter todas as regalias
Mas, no trabalho, temos de ter melhorias
Somos muito heterogéneos
Mas precisamos de génios
Que façam deste Continente
Uma única gente
Capaz de ser solidária e inteligente
Utilizando a mente
Para abraçar cada Continente
Pondo, a paz e o progresso, na frente.
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