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Janeiro
Dias inteiros
Soalheiros
Noites geladas
Árvores prateadas
Vento e rajadas
Frio e nortadas
Mãos gretadas
Velhotas curvadas
Das luas passadas
Beijadas, amadas
Ruas deitadas
Casas assombradas
Há muito abandonadas
As terras não são semeadas
Outrora todas ocupadas
Vidas apagadas
Sombras sonhadas
Luas desenhadas
Memórias arrumadas
Fontes magoadas
Águas branqueadas
Esperanças molhadas
Telhas desalinhadas
Estrelas afiadas
Lágrimas salgadas
Vidas adiadas
Bocas escancaradas
Desesperadas.
José Silva Costa
Chuva de estrelas!
Do céu caíam lágrimas
Na noite estrelada
Os teus olhos eram rosas perfumadas
Na noite iluminada, tu eras a estrela
Nos teus rubros lábios rolavam cerejas
Atraentes, deliciosas, desejadas
Quanto mais as beijava
Mais crescia o desejo
Que encantadores beijos!
Na frescura da ardente boca
A saciarem o fogo da Lua-cheia
Mas, quanto mais te beijava
Com mais fome ficava
Nada conseguia apagar aquele calor
Nem a noite fria, nem a água que, no rio, corria
Foi a noite mais curta!
Quando o sol nasceu
Ainda da tua boca
Água doce corria
Por que razão é que não há
Chuva de estrelas, todos os dias?
Para dormirmos nos beijos um do outro
Até o sol nos acordar
Para começarmos, de novo, a namorar
E passar o dia no doce teu olhar
Até a lua nos voltar a abraçar.
José Silva Costa
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