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A autoestrada

por cheia, em 17.04.23

A linha

Minha primavera perfumada

O teu perfume, os meus olhos encanta

Na lonjura da grande estrada

Toda a beleza que a ladeia está cansada

De ver tanta gente tão apressada

Sem que tenha tempo para parar um segundo

Sentada na sua máquina voadora de prego a fundo

Conspurcando com gases e fumo toda a sua beleza

Sem cheirar nem olhar para a bonita Natureza

Nem na noite escura consegue esquecer tanta tristeza

Rasgaram-lhe as entranhas para construírem a autoestrada

Com a promessa de que os automobilistas lhe dedicariam uma grande paixão

Que diriam muito bem do seu perfumado chão

Que dava tão boas espigas douradas para fazer o saboroso pão

Agora, não consegue respirar, está coberta de alcatrão

Saem dos grandes centros populacionais para só pararem nas areias quentes

Como se o mar tivesse mais beleza que uma planície florida

Não têm tempo para apreciarem as melhores coisas da vida

Quem é que já apreciou um mar de espigas douradas, a ondularem ao vento e ao sol?

Como se fosse um grande mar de areia fina, onde o vento dorme e a perdiz aninha

Onde os filhotes ensina, como debulhar a dourada espiga, para uma vida digna

Com casa, pão, liberdade, sem stresse, nem pressa de chegar ao fim da linha

Soubéssemos nós, humanos, aprender com os pequenos seres, a viver

Sem ódios nem receios, que nos roubem o nosso quinhão, que nos comam o nosso pão

Seríamos muito mais felizes, viveríamos mais tranquilos, seríamos mais solidários

Não levamos nada, tudo deixaremos, nem mesmo a ilusão de que somos poderosos nos acompanhará.

 

José Silva Costa

 

 

              

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

A Pragem

por cheia, em 30.03.20

A paragem

O Mundo parou, para pensar

Há qualquer coisa de muito estranho, no ar

Este ano veio-nos acordar

Do nosso individualismo sonolento

Da nossa ambição desmesurada

De tanta coisa, ao longo dos anos, acumulada

De um frenesim de vida enviesada

Quisemos ir além da estrada

Montámos uma pirâmide desequilibrada

De cima comandada

Por quem só sabe duas palavras: mais lucro

É bom que admitam, que este modelo acabou

Foi um sonho, que não resultou

Foi a nossa inconsciência e arrogância, que o matou

Vamos, certamente, aprender a lição

Vamos tentar reparar a avaria

Mas não pensem voltar a uma harmonia, que não existia

Temos, com humildade, de compreender

Que fazemos parte de um todo

O Cosmos!

Que não o podemos sacrificar em nosso proveito

Fomos longe demais

Quando a paralisação acabar

Vamos recomeçar, mas de um outro patamar

Pondo em prática, o muito, que esta paralisação nos veio ensinar

Aproveitando a informática, para outros voos dar

Para não mais, os recursos desperdiçar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:00


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