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Puritanismo
Destruam todas as estátuas
Queimem todos os livros
Senhores, novos, censores
A vossa sensibilidade não quer cores
Os rebanhos obedecem aos pastores
Basta que alguém escreva na internet: “Mate-se”
Que a manada, acéfala, corre a apoiar
Mesmo que não saibam do que se trata!
O que interessa é seguir a moda
Estar entre os milhões, nunca sozinho!
Pensar dá muito trabalho, o melhor é clicar
Apoiar tudo o que seja destruição
Acabar com tudo o que seja civilização
Enquanto os políticos andam de telemóvel na mão
Para saberem o que dizem as redes sociais
Tentam manter-se na crista da onda
Sem opinião, não sabem o que fazer
À primeira gritaria, dizem que sim
Mas, se as pessoas de bom senso se manifestarem
Voltam atrás, dão umas desculpas esfarrapadas
Como aconteceu com o Isaltino Morais, por causa do cartaz a condenar os abusos sexuais, na Igreja
E com o Rui Moreira, por causa da estátua dedicada ao Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco.
José Siva Costa
Despedida
O verão está a despedir-se, este ano, abruptamente
Com chuva, que é muito bem-vinda, mas a destruição, não
O clima está muito doente, como tem mostrado, por todo o lado
Tão depressa está tudo a arder, queimando o que levou anos a crescer
Como tudo engole, com a força a força da água mole
Valha-nos o sol que, mesmo quente, parece não estar tão doente
Que continua a fazer germinar a semente
A amadurecer tudo, a iluminar o dia e a alegrar a nossa mente
Com o tempo doente ou não, temos de seguir em frente
Os que conseguem sobreviver a tantas calamidades
Que destroem tudo, incluindo vilas e cidades
Que não escolhem idades, utilizando todas as brutalidades
Como que a castigar-nos pelo desrespeito pela Natureza
Que, cada vez, nos presenteia com fenómenos de maior dureza
Será que conseguiremos aprender alguma coisa com a sua clareza?
Ou contentar-nos-emos com tanta perda de riqueza
Com meio mundo a morrer de pobreza
Sem sabermos o que fazer, sem termos nenhuma certeza
Num tempo em que a inteligência artificial sabe tudo
Por que razão não lhe perguntamos como poderemos acabar com o que nos aflige:
As guerras, a fome, as doenças, a ganância, as desigualdades, as calamidades, o orgulho
Tanta coisa, tanto sofrimento, para tão pouco tempo
Aproveitemos para melhorarmos o nosso comportamento
Enquanto, ainda, estamos a tempo
Se queremos evitar maior sofrimento
Não perdendo o resto do alento.
José Silva Costa
Coração
Oh homens sem coração!
Parem com a destruição
Das casas que, agasalho, são
Parem com as guerras
Que matam mulheres, crianças, homens e a ilusão
Não queiram ser criminosos, sem salvação!
Não semeiem horrores, que só dão dores
Semeiem campos de trigo, que dão pão
Não matem os girassóis, que são bonitas flores
Oh homens com coração!
Deem as mãos.
José Silva Costa
Vaidades
O que é que levou o Governo a querer destruir um Serviço de referência, do Hospital Curry Cabral, querendo transferi-lo para o Hospital de Santa Marta, com o pretexto do Covi19?
Um disparate comparável ao que pretenderam fazer com a transferência do Infarmed, para o Porto, cujo recuo, só foi possível devido à resistência de trabalhadores e dirigentes
Sou a favor da descentralização, mas não à custa da destruição, para satisfazer as vaidades dos políticos
O que tem sido feito, para enfrentar o Covid19, é criar Hospitais de Campanha, ou utilizar instalações disponíveis, nunca destruindo o que levou tantos anos a construir
Mas, infelizmente, continuamos a ter políticos, que não se importam de destruir o que funciona, e bem, para imporem as suas vaidades.
José Silva Costa
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